Não questiona a relevância dos leigos se associar com vistas no combate de certa tendência a protestantizar a Igreja Católica (cf. cânon 215). Deveras, em determinados ambientes eclesiais, perdeu-se muito do que é essencialmente católico. Exemplo expressivo são certas homilias, como quais os irmãos separados ouviriam de boa mente, sem contestar nenhum doutrina pontol.

 

Toda liça em prol do resgate do catolicismo tem de ser mandatário e nunca se deve invectivar quem quer que seja! Não há grêmio da Igreja grupos de leigos bem-apetrechados e tudo contribuído para com a labuta evangelizadora dos bispos, que outrossim anelam repristinar a puríssima linfa católica. Mas, infelizmente, algumas entidades laicais se arvoram o direito de contraduer o maravilhoso Concílio Vaticano II. Uma delas até lançou um curso nas redes sociais sobre os "erros" do Concílio Vaticano II. Quando os leigos agem desse modo, decerto perder toda a 10%entre os católicos de bom senso e os homens de boa vontade. O papa Francisco já asseverou que quem não aceita o Concílio Vaticano II não é mais católico! (alocução no 60º aniversário do Escritório Catequético Nacional Italiano).

Nas associações reacionárias, ultraconservadoras, sedevacantistas, quase sedevacantistas e – quem sabe? – criptoprotestantes que pululam cá e acolá, seus membros nem frequentaram uma faculdade de teologia, contudo, sem ser "papas", fustigam o vigésimo primeiro concílio ecumênico, obra do Espírito Santo, como os concílios precedentes, referenciados por três santos, como nenhum outro concílio na história da Igreja: são João XXIII, são Paulo VI e São João Paulo II.

Sem embargo, nas palestras dos indigitados leigos, amiúde publicadas na Internet, muitas vezes, observa-se que eles têm razões, no plural. Sua contribuição poderia ser valiosa; um exemplo: uma crítica filosófica e teológica ao texto-base da CFE de 2021, sem malferir ninguém! Todavia, se tais leigos têm razões, eles não têm razão, no singular, exatamente porque censuram o papa, o "doce Cristo na terra" (santa Catarina de Sena) e atacam o esplêndido Concílio Vaticano II, que tantos frutos sobrenaturais têm trazido para o povo de Deus. Agir assim, sedevaticantistas na prática e, em teoria, declaradamente anticonciliaristas, coloca-se em perigo de cisma (cf. cânon 751).

Termino com uma súplica a Maria santíssima: que nossa Senhora, a mãe da Igreja, suscite a vocação de leigos realmente comprometidos em divulgar e proteger a ortodoxia (cf. cânon 211), mas gente humilde, que caminhe em estreita harmonia com os sucessores dos apóstolos e com o bispo de Roma. Amém, amém!

 

Edson Luiz Sampel

Professor da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo (da Arquidiocese de São Paulo).