TRIBUNAL ECLESIÁSTICO

Dte // Dda

Libelo da Autora (Parte Demandante)

Meu nome é XXX XXXX Dte, nasci em JesuCity no dia 00 de mês de Ano, e resido na RUA N°, CEP.

No dia de 27 de Mês de 1983 na Igreja Nossa Senhora dos Anjos pertencente à Diocese de JesuCity casei-me com XXX Dda, nascido em JesuCity no dia 14 de mês de Ano e residente em RUA N°, CEP.

Conhecemos-nos no Verão de ANO. Eu, e minha amiga Fulana fomos a um bar tomar uma bebida, porque estava muito calor. Quando estávamos no bar conversando XXX Dda estava em uma mesa em frente a nossa, não tinha reparado, mas a minha amiga me disse que ele estava olhando para mim desde quando nós tínhamos chegado naquele lugar.

Como ele viu que estávamos sozinhas, aproximou-se e perguntou se ele e seu amigo poderiam sentar conosco. Nós dissemos que não tinha problema, e começamos a conversar, e eu fiquei muita impressionada com seu jeito educado e conversador.

Ficamos umas duas horas conversando, mas como eu tinha que viajar no outro dia bem cedo, falei que deveria ir embora. Ele então se ofereceu para nos levar para casa; nós dissemos que não, e que iríamos tomar o ônibus, porque morávamos perto. Então XXX Dda pediu o nosso telefone, o meu e da minha amiga para nos telefonar um outro dia.

Isto foi na sexta- feira. Quando eu cheguei de viagem no domingo depois do almoço, minha mãe me disse que um moço com o nome de Andrea havia me telefonado três vezes depois que eu havia saído. Realmente naquele dia ele me ligou no começo da noite, dizendo que queria sair comigo para nos conhecermos melhor.

Eu disse para XXX Dda que era muito cedo para sairmos sozinhos, pois só havíamos nos encontrado uma única vez. Mas de tanto ele insistir eu consentir em sair. Fomos a um restaurante e ele disse que simpatizou muito comigo, estava gostando de mim e queria pedir para namorar comigo.

Eu nunca tinha namorado sério antes, pois era jovem e só paquerava. Na época eu tinha 19 anos e ele 22. Mas aceitei porque para mim seria uma experiência nova, ele ligava para mim todos os dias, e algumas vezes três e até 4 vezes por dia, e nos encontrávamos 3 vezes por semana, isto durante 1 ano e 2 meses. Mas depois deste tempo comecei a perceber que os nossos encontros foram diminuindo e XXX Dda ligava muito pouco para mim. Decidimos terminar o namoro porque achávamos que não nos amávamos mais.

Ficamos separados por 09 meses. Mas em mês de ANO, XXX Dda me procurou dizendo que me amava e não estava conseguindo permanecer longe de mim, e falou que queria a reconciliação e iria comprar as alianças para ficarmos noivos. Tudo isto me deixou espantada, mas como nestes 09 meses não consegui namorar outro porque achava que realmente amava XXX Dda, acabei aceitando o noivado, concretizado em duas semanas. Eu acreditava que poderia levar o noivado com o XXX Dda mais a sério do que no tempo de namoro já que era um compromisso mais sério, pois me sentia mais madura.

Houve intimidade, mas não tínhamos um bom entrosamento, a maioria das vezes era frustrante, pelo menos da minha parte. Nunca tivemos um bom relacionamento sexual, mas eu imaginava que poderia mudar com o tempo. Eu achava que seria bom o casamento, pois seria uma vida estável, não teria que me preocupar com certas coisas e também com o costume do dia a dia, e pensei também na proteção que o casamento me pudesse proporcionar, já que eu não me dava bem com o meu pai.

Então resolvemos nos casar, marcamos o casamento para o dia 00 de Mês de ANO às 8h no Civil e às 21h na Igreja. No dia do casamento não houve nenhum problema, mas fiquei sabendo que na noite anterior do casamento houve uma festa de despedida de solteiro para Dda com seus amigos, e que também estavam presentes algumas moças e Dda havia bebido muito e fazia algumas brincadeiras com as moças.

Posso dizer que na noite do nosso casamento não houve lua de mel. Porque tudo foi muito bonito na celebração na Igreja, percebi que Dda estava cansando e um pouco ausente devido à comemoração da noite anterior. Fui falar com Dda quando chegamos ao nosso novo lar e acabamos discutindo e não dormimos juntos. No outro dia acabamos conversando com mais calma e então consumamos o nosso matrimônio.

Em nossa vida sexual, como já havia dito no período de noivado já existia o fato de não nos darmos bem, e com o tempo foi piorando, já que nós trabalhávamos e não queríamos filhos tão cedo.

Quase não tínhamos tempo para conversarmos durante a semana, e no fim de semana Dda ia para o bar com seus amigos ou ia jogar futebol. Aquilo foi me dando um profundo vazio e comecei a sentir que Dda não se importava mais para mim e não tinha sentido aquele casamento. Este tormento durou três anos. Vendo tudo isso acontecer perdi o interesse pela vida e pelo próprio casamento. Vieram os problemas psicológicos, e eu e o Dda fomos fazer tratamento psicológico para casais. Dda era uma pessoa muito machista, prepotente e muito narcisista. Assim, por fim, não tínhamos mais um bom relacionamento, nossa vida sexual não mais existia, pois sempre me lembrava de tudo o que havia acontecido. Tudo isso prejudicou mais ainda a nossa vida conjugal a partir daí, para mim só existia obrigações do lar.

O casamento durou 2 anos, eu já pensava na hipótese da separação, mas ele tomou a iniciativa, ele quis conversar comigo, mas no momento que ele quis conversar eu não quis, iria conversar em um outro momento, o desespero subiu à sua cabeça, não esperou e foi arrumando as coisas para ir embora. Depois de um mês ele tentou a reconciliação, mas eu não aceitei, pois não queria fazer o que fiz no período de namoro.

Hoje vivo com outro homem, tenho a certeza de que o amo de verdade e que sou correspondida afetivamente e efetivamente. Com ele tenho uma filha, de quem me orgulho muito. Hoje tenho uma família que sempre sonhei ter, nosso amor nos completa e formamos um só coração.

Quanto ao estado civil, separei-me de Parte Dda em sentença proferida em 00 de Mês de ANO.

JesuCity, 00 de Mês de ANO.

Parte Dte