(...) As razões pelas quais o beato José deve ser padroeiro especial da Igreja, e a Igreja se empenha muito à tutela e ao seu patrocínio, nascem principalmente do fato que ele foi esposo de Maria e pai putativo de Jesus Cristo. Daqui vieram todas as suas grandezas, a graça, a santidade e a glória. Certamente a dignidade de Mãe de Deus está tão no alto que nada pode ser mais sublime. Mas porque entre José e a beatíssima Virgem existiu um nó conjugal, não tem dúvida que aquela altíssima dignidade, pela qual a Mãe de Deus ultrapassa de muito todas as criaturas, ele ficou ao Seu lado como ninguém mais o faria. De fato o matrimonio constitui a sociedade, o vínculo superior: pela sua natureza prevê a comunhão dos bens de um com o outro. Portanto se Deus deu à Virgem em marido José, lhe deu também como companheiro de vida, testimunho da virgindade, tutor da honestidade, mas também porque participasse, apesar do pacto conjugal, à excelsa sua grandeza.
CARTA ENCÍCLICA DO PAPA BENTO XV
Proclamação de São José a padroeiro da Igreja Universal
Foi uma boa coisa para o povo cristão que o Nosso antecessor de imortal memória Pio IX decretasse solenemente ao castíssimo esposo de Maria Virgem e custode do Verbo Encarnado, S. José, o título de Padroeiro Universal da Igreja; e porque no próximo dezembro o evento fará cinquenta anos, achamos que seria útil e oportuno que a manifestação fosse dignamente celebrada da todo o mundo católico.
I. - Naturalismo da idade moderna.
Se nós dermos uma olhada nos últimos 50 anos, podemos notar um grande reflorescimento de pias instituições, as quais atestam como o culto do Patriarca santíssimo vem aos pouco passando entre os fiéis: que se consideramos as calamidades de hoje, com a aflição do genere humano, aparece ainda mia evidente a oportunidade de intensificar um tal culto e de difundi-lo maiormente entre o povo cristão. De fato, com a guerra, na nossa Enciclica "em torno à reconciliação da paz cristã", indicamos que coisa faltasse para restabelecer em todos os lugares a tranquilidade da ordem, considerando particularmente as relações, que intercedem entre povo e povo e entre individuo e individuo no campo civil. Agora se deve considerar uma outra causa de pertubação, e muito mais profunda, como aquela che se ataca próprio nas intimas visceras da humana sociedade, porque naquela época caiu sobre as pessoas o flagelo da guerra, quando eram já profundamente infetadas de naturalismo, isto é, daquela grande peste do século, que, onde se ataca, atenua o desejo dos bens celestes, apaga a chama da divina caridade e tira o homem à grazia que cura e que eleva a Cristo; até que, tirando-lhe a luz da fé e deixando-lhe somente as forças corrotas da natureza, o abandona no meio das mais insanas paixões. E assim acontece que muitissimos coltivaram somente os bens terrenos; e, enquanto já era crítica a crise entre proletários e padrões, este ódio de classe cresceu ainda mais com a atrocidade da guerra; a qual, se da um lado causou entre as massas uma crise economica intolerável, do outro fez afluir na mão de poquissimos fabulosas fortunas.
II. - O fim da familia.
A santidade da fé conjugal e o respeito da paterna autoridade foram por muitos, pouco seguido por causa da guerra; seja devido que o afastamento de um dos conjuges tenha diminuído no outro o vínculo das obrigações, seja porque a ausência de um controle levou à atos de não consideração, especialmente femininos, de viver por contra própria e muito livremente. Por isso devemos constatar com verdadeira dor que agora os públicos costumes são muito mais depravados e corruptos de antes, e que a "questão social" se agravou a tal ponto de levar a ameaça de irreparável destruição. Se é entanto madurada nos votos e na expectativa de todos os rebeldes o surgir de uma certa república universal, a qual seja fundada na igualdade absoluta dos homens e sobre o acúmulo dos bens, e na qual não tenha mais distinção alguma de nacionalidade, nem se tenha que reconhecer a autoridade do pai sobre o filho, nem dos poderes públicos sobre os cidadãos, nem de Deus sobre homens reunidos em consorcio civil. Se todas essas coisas fossem atuadas, levaria a tremendas convulsões sociais, como aquela que agora está desolando parte da Europa. E se está criando entre outros povos uma tal condição de coisas, que vemos poucos com furor audaz incentivar a massa ao mal contento.
III. - Exemplos eficazes de S. José.
Nós portanto, mais do que todos os outros preocupados por estes acontecimentos, não deixamos de lado, quando se teve a ocasião de relembrar ao filhos da Igreja as suas obrigações... E agora pelo mesmo motivo, para relembrar, isto é o dever daqueles da nossa parte, que ganham o pão com o trabalho e para conservá-los imunes do contágio do socialismo, o inimigo maior dos princípios cristãos. Nós, com grande solicitação, propomos a eles em modo particular S. José, porque o sigam como guia e o honrem como celeste Padroeiro. Ele de fato viviu uma vida como a deles, tanto é verdade que Jesus bendito, enquanto era o Unigenito do Eterno Pai, quis ser chamado "o Filho do Pai". Mas aquela humilde e pobre sua existência como soube adornar de tanta virtude! Daquelas virtudes, isto é, que deveriam resplender no esposo de Maria Imaculada e no padre putativo de Jesus Cristo. Portanto, na escola de José, aprendam todos a considerar as coisas presentes, que passam, à luz das futuras, que duram eternas; e, consolando os inevitáveis diságios da condição humana com a esperança dos bens celestes, a estes aspiram com todas as forças, aceitando a divina vontada, sobriamente vivendo, segundo as leis da piedade e da justiça. No que diz respito aos operários, nos agrada aqui reportar as palavras do nosso predecessor de f.m. Leone XIII: "Em consideração à estas coisas, os pobres, e quantos vivem com o fruto do trabalho, devem sentir-se animados por um sentimento superior de equidade; que se a justiça permete a eles de saírem da pobreza e de conseguir um maior bem estar, é porém proibido pela justiça, que foi constituído pela divina Providência. Não é com a violencia e através de revoltas e tumultos que se procura melhoramento, os quais, não fazem que criar mais tensão, que se desejam minimizar. Se os pobres quiserem agir sabiamente, não confiarão nas vãs promessas dos demagogos, mas no exemplo e no patrocinio de S. José e na caridade materna da Igreja, a qual dia após dia toma conta deles com dedicação sempre maior." (Carta Enciclica "Quamquam pluries").
IV. - Devoção à Sagrada Familia.
Com o florescer da devoção dos fiéis para com S. José, aumentará junto, por necessária consequência, o culto deles para com a Sagrada Familia de Nazaré, que ele foi Chefe, brotando estas duas devoções uma da outra espontaneamente. Para S. José nós andamos diretamente a Maria e com Maria à fonte de todas santidades. Jesus Cristo, o qual consagrou as virtudes domésticas com a sua obediência para com S. José e Maria. A estes maravilhosos exemplos de virtude Nós desejamos que a familia cristã se inspire e completamente se renovem. Deste modo, la familia é o centro e a base do consórcio humano, reforçando a sociedade domestica com a santa pureza, com a fedelidade e a concórdia, enfim um novo vigor; e diremos quase, um novo sangue circularà pelas veias da sociedade humana, que vem assim a ser vivificada da virtude restauradora de Jesus Cristo; e seguirá um adorável reflorescer, não só dos costumes intimos, ma também das instituições públicas e civis.
V. - Exortações e prescrições.
Nós portanto, cheios de confiança no patrocínio Dele, cuja vigilancia quis Deus dar em custodia do Encarnado seu Unigenito e da Virgem Santissima, vivamente exortemos todos os Bispos do mundo católico, a fim de que, nos periodos difíceis para a Igreja, que os fiéis implorem com maior empenho a válida ajuda de S. José. E porque são muitos os modos aprovados desta Sede Apostólica, com que se pode venerar o santo Patriarca, especialmente em todas as quartas-feiras do ano e no inteiro mes a Ele consagrado, Nós queremos que, todas estas devoções, por quanto se possa, sejam em cada diocese praticada. Mas em modo particular, porque ele é tido como o mais eficaz protetor dos moribundos, tendo expirado com a assistencia de Jesus e Maria, será dever dos sagrados Pastores de aconselhar com todo o prestigio da autoridade deles aqueles pios sodalícios, que foram instituidos para suplicar S. José em pró dos moribundos, como aquele "da boa morte", do "Transito de S. José para os agonizantes de todos os dias".
Para comemorar o Decreto Pontifício, ordenamos que dentro de um ano, a partir do 8 dezembro p.v., em todo o mundo católico, se celebre, em honra a S. José, Padroeiro da Igreja Universal, uma solene messa, como e quando será oportuno aos Bispos; e a todos aqueles que assisterão, Nós concedemos a partir de agora, às condiçoes de sempre, a Indulgência Plenaria. Roma, S. Pedro, 25 julho, festa de S. Jácomo Apóstolo, 1920, no ano sexto do Nosso Pontificado. BENEDICTUS PP. XV.
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA "REDEMPTORIS CUSTOS" DO JOÃO PAULO II
Sobre a figura e a missão de São josé na vida de Cristo e da Igreja
(...)
III - O HOMEM JUSTO - O ESPOSO
17. No decorrer da sua vida, que foi uma peregrinação na fé, José, como Maria, permaneceu fiel até ao fim ao chamamento de Deus. A vida de Maria foi o cumprimento até às últimas consequências daquele primeiro fiat (faça-se) pronunciado no momento da Anunciação; ao passo que José - como já foi dito - não proferiu palavra alguma, aquando da sua «anunciação»: «fez como o anjo do Senhor lhe ordenara» (Mt 1, 24). E este primeiro «fez» tornou-se o princípio da «caminhada de José». Ao longo desta caminhada, os Evangelhos não registram palavra alguma que ele tenha dito. Mas esse silêncio de José tem uma especial eloquência: graças a tal atitude, pode captar-se perfeitamente a verdade contida no juízo que dele nos dá o Evangelho: o «justo» (Mt 1,19).
é necessário saber ler bem esta verdade, porque nela está contido um dos mais importantes testemunhos acerca do homem e da sua vocação. No decurso das gerações a Igreja lê, de maneira cada vez mais atenta e mais cônscia este testemunho, como que tirando do tesouro desta insígne figura «coisas novas e coisas velhas» (Mt 13,52).
18. O homem «justo» de Nazaré possui sobretudo as características bem nítidas do esposo. O Evangelista fala de Maria como de «uma virgem desposada com um homem ... chamado José» (Lc 1, 27). Antes de começar a realizar-se «o mistério escondido desde todos os séculos em Deus» (Ef 3,9), os Evangelhos põem diante de nós a imagem do esposo e da esposa. Segundo o costume do povo hebraico, o matrimónio constava de duas fases: primeiro, era celebrado o matrimónio legal (verdadeiro matrimónio); e depois, só passado um certo período, é que o esposo introduzia a esposa na própria casa. Antes de viver junto com Maria, portanto, José já era o seu «esposo»; Maria, porém, conservava no seu íntimo o desejo de fazer o dom total de si mesma exclusivamente a Deus. Poder-se-ia perguntar de que modo este desejo se conciliava com as «núpcias». A resposta vem-nos somente do desenrolar dos acontecimentos salvíficos, isto é, da acção especial do próprio Deus. Desde o momento da Anunciação, Maria sabe que deve realizar-se o seu desejo virginal, de entregar-se a Deus de modo exclusivo e total, precisamente tornando-se mãe do Filho de Deus. A maternidade por obra do Espírito Santo é a forma de doação que o próprio Deus espera da Virgem, «desposada» com José. E Maria pronuncia o seu fiat (faça-se).
19. Nas palavras da «anunciação» noturna, José escuta não apenas a verdade divina acerca da inefável vocação da sua esposa, mas ouve novamente também a verdade acerca da própria vocação. Este homem «justo», que, segundo o espírito das mais nobres tradições do povo eleito, amava a Virgem de Nazaré e a ela se encontrava ligado por amor esponsal, é novamente chamado por Deus para este amor.
(...) Mediante o sacrifício total de si próprio, José exprime o seu amor generoso para com a Mãe de Deus, fazendo-lhe «dom esponsal de si». Muito embora decidido a afastar-se, para não ser obstáculo ao plano de Deus que nela estava a realizar-se, por ordem expressa do anjo ele manteve-a consigo e respeitou a sua condição de pertencer exclusivamente a Deus.
Por outro lado, foi do matrimónio com Maria que advieram para José a sua dignidade singular e os seus direitos em relação a Jesus. «é certo que a dignidade da Mãe de Deus assenta tão alto, que nada pode haver de mais sublime; mas, por isso mesmo que entre a Santíssima Virgem a José foi estreitado o vínculo conjugal, não há dúvida de que ele se aproximou como ninguém dessa altíssima dignidade, em virtude da qual a Mãe de Deus ocupa lugar eminente, a grande distância de todas as criaturas. Uma vez que o casamento é a comunidade e a amizade máxima a que, por sua natureza, anda ligada a comunhão de bens, segue-se que, se Deus quis dar José como esposo à Virgem, deu-lo não apenas como companheiro na vida, testemunha da sua virgindade e garante da sua honestidade, mas também para que ele participasse, mediante o pacto conjugal, na sua excelsa grandeza. (Leone XIII, «Quamquam Pluries», die 15 aug. 1889: «Leonis XIII P. M. Acta» IX [190] 177s).
21. Um tal vínculo de caridade constituiu a vida da Sagrada Família; primeiro, na pobreza de Belém, depois, durante o exílio no Egito e, em seguida, quando ela morava em Nazaré. A Igreja rodeia de profunda veneração esta Família, apresentando-a como modelo para todas as famílias. A Família de Nazaré, diretamente inserida no mistério da Incarnação, constitui ela própria um mistério particular. E ao mesmo tempo - como na Incarnação - é a este mistério que pertence a verdadeira paternidade: a forma humana da família do Filho de Deus, verdadeira família humana, formada pelo mistério divino. Nela, José é o pai: a sua paternidade, porém, não é só «aparente», ou apenas «substitutiva»; mas está dotada plenamente da autenticidade da paternidade humana, da autenticidade da missão paterna na família. Nisto está contida uma consequência da união hipostática: humanidade assumida na unidade da Pessoa divina do Verbo-Filho, Jesus Cristo. Juntamente com a assunção da humanidade, em Cristo foi também «assumido» tudo aquilo que é humano e, em particular, a família, primeira dimensão da sua existência na terra. Neste contexto foi «assumida» também a paternidade humana de José.
V - O PRIMADO DA VIDA INTERIOR
25. Também quanto ao trabalho de carpinteiro na casa de Nazaré se estende o mesmo clima de silêncio, que acompanha tudo aquilo que se refere à figura de José. Trata-se, contudo, de um silêncio que desvenda de maneira especial o perfil interior desta figura. Os Evangelhos falam exclusivamente daquilo que José «fez»; no entanto, permitem-nos auscultar nas suas «ações», envolvidas pelo silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava quotidianamente em contacto com o mistério «escondido desde todos os séculos», que «estabeleceu a sua morada» sob o teto da sua casa. Isto explica, por exemplo, a razão por que Santa Teresa de Jesus, a grande reformadora do Carmelo contemplativo, se tornou promotora da renovação do culto de São José na cristiandade ocidental.
26. O sacrifício total, que José fez da sua existência inteira, às exigências da vinda do Messias à sua própria casa, encontra a motivação adequada na «sua insondável vida interior, da qual lhe provêm ordens e consolações singularíssimas; dela lhe decorrem também a lógica e a força, própria das almas simples e límpidas, das grandes decisões, como foi a de colocar imediatamente à disposição dos desígnios divinos a própria liberdade, a sua legítima vocação humana e a felicidade conjugal, aceitando a condição, a responsabilidade e o peso da família e renunciando, por um incomparável amor virgíneo, ao natural amor conjugal que constitui e alimenta a mesma família».
Esta submissão a Deus, que é prontidão de vontade para se dedicar às coisas que dizem respeito ao seu serviço, não é mais do que o exercício da devoção, que constitui uma das expressões da virtude da religião. (cfr. S. Thomae, «Summa Theologiae», II-II, q. 82, a. 3, ad 2).
27. A comunhão de vida entre José e Jesus leva-nos a considerar ainda o mistério da Incarnação precisamente sob o aspecto da humanidade de Cristo, instrumento eficaz da divindade para a santificação dos homens: «Por força da divindade, as ações humanas de Cristo foram salutares para nós, produzindo em nós a graça, quer em razão do mérito, quer por uma certa eficácia». (cfr. S. Thomae, «Summa Theologiae», II-II, q. 8, a. 1, ad 1).
Entre estas ações os Evangelistas privilegiam aquelas que dizem respeito ao mistério pascal; mas não deixam de frisar bem a importância do contacto físico com Jesus em ordem às curas de enfermidades (cf., por exemplo, Mc 1, 41) e a influência por ele exercida sobre João Baptista, quando ambos estavam ainda no seio materno (cfr. Lc 1,41-44).
O testemunho apostólico não transcurou - como já se viu - a narração do nascimento de Jesus, da circuncisão, da apresentação no templo, da fuga para o Egito e da vida oculta em Nazaré, por motivo do «mistério» de graça contido em tais «gestos», todos eles salvíficos, porque todos participavam da mesma fonte de amor: a divindade de Cristo. Se este amor se irradiava, através da sua humanidade, sobre todos os homens, certamente eram por ele beneficiados, em primeiro lugar, aqueles que a vontade divina tinha posto na sua maior intimidade: Maria, sua Mãe, e José, seu pai putativo. (cfr. Pii XII, «Haurietis Aquas», III, die 15 maii 1956: AAS 48 [1956] 329s).
Uma vez que o amor «paterno» de José não podia deixar de influir sobre o amor «filial» de Jesus e, vice-versa, o amor «filial» de Jesus não podia deixar de influir sobre o amor «paterno» de José, como chegar a conhecer as profundezas desta singularíssima relação? Justamente, pois, as almas mais sensíveis aos impulsos do amor divino vêem em José um exemplo luminoso de vida interior.
Mais ainda, a aparente tensão entre a vida ativa e a vida contemplativa tem em José uma superação ideal, possível para quem possui a perfeição da caridade. Atendo-nos à conhecida distinção entre o amor da verdade (caritas veritatis) e as exigências do amor (necessitat caritatis), (cfr. S. Thomae, «Summa Theologiae», II-II, q. 182, a. 1, ad 3), podemos dizer que José fez a experiência quer do amor da verdade, ou seja, do puro amor de contemplação da Verdade divina que irradiava da humanidade de Cristo, quer das exigências do amor, ou seja, do amor igualmente puro do serviço, requerido pela protecção e pelo desenvolvimento dessa mesma humanidade.
VI - PATRONO DA IGREJA DO NOSSO TEMPO
28. Em tempos difíceis para a Igreja, Pio IX, desejando confiá-la à especial protecção do Santo Patriarca José, declarou-o «Patrono da Igreja católica». (S. Rituum Congreg., «Quemadmodum Deus», die 8 dec. 1870: «Pii IX P. M. Acta», pars I, vol. V, 283). Esse Sumo Pontífice sabia que não estava a levar a efeito um gesto peregrino, porque, em virtude da excelsa dignidade concedida por Deus a este seu servo fidelíssimo, «a Igreja, depois da Virgem Santíssima, esposa dele, teve sempre em grande honra e cumulou de louvores o Bem-aventurado José e, no meio das angústias, de preferência foi a ele que recorreu». (S. Rituum Congreg., «Quemadmodum Deus, die 8 dec. 1870: «Pii IX P. M. Acta+, pars I, vol. V, 282s).
Quais são os motivos de tão grande confiança? O Papa Leão XIII expõe-nos assim: «As razões pelas quais o Bem-aventurado José deve ser considerado especial Patrono da Igreja, e a Igreja, por sua vez, deve esperar muitíssimo da sua protecção e do seu patrocínio, provêm principalmente do facto de ele ser esposo de Maria e pai putativo de Jesus (...). José foi a seu tempo legítimo e natural guardião, chefe e defensor da divina Família (...). É algo conveniente e sumamente digno para o Bem-aventurado José, portanto, que, de modo análogo àquele com que outrora costumava socorrer santamente, em todo e qualquer acontecimento, a Família de Nazaré, também agora cubra e defenda com o seu celeste patrocínio a Igreja de Cristo». («Quamquam Pluries», die 15 aug. 1889: «Leonis XIII P. M. Acta», IX [1890] 177-179).
Como se diz na constituição do Concílio Vaticano II sobre a Divina Revelação, a atitude fundamental de toda a Igreja deve ser de «religiosa escuta da palavra de Deus»; («Dei Verbum», ou seja, de absoluta disponibilidade para se pôr fielmente ao serviço da vontade salvífica de Deus, revelada em Jesus. Logo no princípio da Redenção humana, nós encontramos o modelo da obediência encarnado, depois de Maria, precisamente em José, aquele que, se distingue pela execução fiel das ordens de Deus.
O Papa Paulo VI exortava a invocar o seu patrocínio, «como a Igreja, nestes últimos tempos, tem o costume de fazer, para si mesma, antes de mais nada, para uma espontânea reflexão teológica sobre o conúbio da acção divina com a acção humana na grande economia da Redenção, no qual, a primeira, a acção divina, é só por si totalmente suficiente, mas a segunda, a acção humana, a nossa, embora não seja capaz de fazer coisa alguma sozinha (cf. Jo 15,5), nunca está dispensada de uma humilde, mas condicional e nobilitante colaboração. Além disso, a Igreja invoca-o como protector, por um desejo profundo e actualíssimo de rejuvenescer a sua existência secular, com autênticas virtudes evangélicas, como as que refulgem em São José». («Paulo VI», VII [1969] 1268). 31. A Igreja transforma estas exigências em oração. Recordando que Deus confiou os inícios da nossa Redenção à guarda desvelada de São José, suplica-lhe: que lhe conceda colaborar fielmente na obra da salvação; e que lhe dê a mesma fidelidade e pureza de coração que animaram José no serviço do Verbo Incarnado; e, ainda, a graça de caminhar diante do mesmo Deus pelas vias da santidade e da justiça, amparados pelo exemplo e pela intercessão de São José. (cfr. «Missale Romanum», Collecta; Super oblata «in Sollemnitate S. Ioseph Sponsi B. M. V.»; Post communio «in Missa votiva S. Ioseph»). Há cem anos, exactamente, o Papa Leão XIII exortava o mundo católico a rezar para obter a protecção de São José, Patrono de toda a Igreja. A Carta Encíclica Quamquam pluries fazia apelo para aquele «amor paterno» que José «dedicava ao Menino Jesus» e recomendava-lhe, a ele «próvido guarda da divina Família, a preciosa herança que Jesus Cristo adquiriu com o próprio sangue». Desde então, a Igreja - como foi recordado mais acima - implora a protecção de São José, «em virtude daquele vínculo de caridade que o uniu à imaculada Virgem Mãe de Deus», e recomenda-lhe todas as suas solicitudes, também pelo que se refere às ameaças que incumbem sobre a família humana.
Nos dias de hoje, temos ainda numerosos motivos para rezar da mesma maneira: «Afastai de nós, ó pai amantíssimo, esta peste de erros e de vícios..., assisti-nos propício, do céu, nesta luta contra o poder das trevas ...; e assim como outrora livrastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim hoje defendei a santa Igreja de Deus das ciladas do inimigo e de todas as adversidades». (cfr. «Oratio ad Sanctum Iosephum», quae proxime sequitur textum ipsius Epist. Enc. «Quamquam Pluries"» die 15 aug. 1889: «Leone XIII P. M. Acta», IX [1890] 183). Hoje ainda temos motivos que perduram para recomendar todos e cada um dos homens a São José. 32. Desejo vivamente que esta evocação da figura de São José renove também em nós o ritmo da oração que, há um século atrás, o meu Predecessor estabeleceu que lhe fosse elevada. É fora de dúvida, efectivamente, que esta oração e a própria figura de São José se revestem de actualidade renovada para a Igreja do nosso tempo, em relação com o novo Milénio cristão. Dado em Roma, junto de São Pedro, a 15 de Agosto - solenidade da Assunção de Nossa Senhora - no ano de 1989, undécimo ano de Pontificado.
MÉRITOS E VANTAGENS DA DEVOÇÃO DE SÃO JOSÉ
Para entender que rica fonte de graças seja a devoção ao glorioso Patriarca São José, são suficientes as seguintes palavras de S. Teresa, que encontrando-se na sua vida:« Eu não lembro, escreve a Santa, de ter até hoje pedido uma graça a S. José, que ele não me tenha satisfeita. Que lindo quadro eu colocarei aos seus pés, se eu pudesse espor as graças obtidas, com as quais fui benta da Deus e os perigos da alma e do corpo, dos quais fui liberada, mediante a intercessão deste grande Santo! Aos outros Santos, Deus concede somente a graça de socorrer-nos nas nossas necessidades, mas o glorioso S. José, e eu sei por experiência, estende o seu poder a tudo. Experimentaram como eu, outras pessoas, as quais eu tinha aconselhado de implorar a este incomparavel Protetor... Se eu tivesse autoridade de escrever, sentirei um santo prazer em contar particularmente as graças de tantas pessoas, como eu, que são debitoras deste grande Santo. Àqueles que talvez não me acreditem, eu imploro que provem a suplicar este glorioso Patriarca e honorár-lo com especial culto».
Até aqui a Santa e as suas ardentes palavras, moveram certamente em cada um de nós o desejo à devoção deste potente e doce protetor.
Um ilustre escritor resumiu em poucas palavras, as vantagens que se tem com a devoção a S. José:
1° Quem será seu verdadeiro devoto, terá o dom da castidade. 2° Terá ajuda espiritual para abandonar o pecado. 3° Terá particular devoção a Maria Santíssima. 4° Fará uma boa morte e serà defendido naquelas horas extremas. 5° Nao será vencido pelos demonios que temerão o seu nome. 6° Obterá especiais graças tanto para a alma como para o corpo. 7° Terá confiança absoluta em conseguir a graça da perseverança final.
Como último testemunho autorizado, o Pontefice Pio IX, o grande, depois de ter muitas vezes aconselhado a todos à devoção a São José, falava quase profeticamente das vantagens desta devoção: « Não é em vão que Deus penetra na Igreja abundantemente com o espirito da oração. Se reza muito mais e se reza melhor. Os sustentadores da nascente Igreja, Maria e José, reentrem nos corações e ainda uma vez o mundo será salvo».
SÃO JOSÉ - PROTETOR DA BOA MORTE
A vida de S. José, a assistência de Jesus e de Maria, tudo contribui a fazer a sua morte preciosa aos olhos do Senhor. A Igreja confronta aquela morte, agora a um sono pacifico, como aquele de um menino que se adormenta sobre o seio da sua mãe; agora com uma chama perfumada, que se consuma na proporção que queima, e que morre, exalando o perfume suave que penetrava a sua substância. A morte dos Santos é sempre invejável, porque todos morrem no beijo do Senhor; mas aquele beijo é um doce e precioso sentimento de amor. Mas José morreu verdadeiramente no beijo do Senhor, porque expirou nos braços de Jesus. E se, como acreditamos, ele teve o uso dos sensos e da palavra até o último suspiro, o qual não podia ser que um suspiro o uma onda de amor, como não terá ele coroado uma vida assim santa, se não com o pronunciar os nomes sagrados de Jesus e de Maria? O morte beata! Se não posso, como José, expirar entre Jesus e Maria, visíveis aos meus olhares, possa pelo menos, sobre os meus lábios moribundos, unir o vosso nome, o José, aos nomes de Jesus e de Maria! A santa morte de José produziu preciosos frutos sobre a terra, que foi como aromatizada pelo suave perfume que deixa de si uma santa vida e uma santa morte e deu aos cristãos um potente protetor no Céu perto de Deus, especialmente para os agonizantes. Qualquer um que envoca São José na última batalha, seja também violenta, vencerà. Beato quem coloca a sua confiança neste santo Patriarca e une expirando o nome santo de José aos docíssimos nomes de Jesus e de Maria. Todo o mundo cristão o reconhece advogado dos agonizantes e portanto da boa morte. José, filho de Jacó, socorria no tempo da carestia os Egipzianos distribuindo a eles a farinha que tinha colhido; mas para socorrer os proprios irmãos, fez ainda mais, não contente de ter repleto os seus sacos de farinha, adicionou o preço dos mesmos. Assim fará certamente o nosso glorioso S. José; com que generosidade não tratará os seus devotos? Ah sim, ao momento de extrema necessidade deles, no ponto de morte, ele saberá recompensar os devotos, homagens com que será honorado. A morte dos servos de S. José é calma e suave. Santa Teresa narra as circunstâncias que acompanhavam os últimos instantes das suas primeiras filhas, muito devotas a S. José. « Observei, disse ela, que ao momento do último respiro elas gozavam de grande paz e tranquilidade; a morte delas foi simili ao doce repouso da oração. Nada indicava que dentro delas tivesse agitação da tentação. Aquelas luzes divinas liberam o meu coração do timor da morte. Morrer, me parece agora, a coisa mais fácil para uma fiel devota de S. José».
ORAÇOES A SÃO JOSÉ
A vós São José,recorremos na nossa tribulação,
e depois de ter implorado
o auxílio da vossa Santíssima Esposa,
cheios de confiança,
solicitamos o vosso patrocínio. Por esse laço sagrado de caridade
que vos uniu à Virgem Imaculada Mãe de Deus,
e pelo amor paternal que tivestes
para com o Menino-Jesus,
ardentemente suplicamos
que lanceis um olhar benigno
à herança que Jesus Cristo
conquistou como o seu sangue,
e nos assistais,
nas nossas necessidades,
com o vosso auxílio e poder. Protegei,
ó guarda providente da Divina Família,
a raça escolhida de Jesus Cristo;
afastai para longe de nós,
ó Pai amantíssimo,
a peste do erro e do vício;
assisti-nos do alto do céu,
ó nosso fortíssimo sustentáculo,
na luta contra o poder das trevas;
e, assim com outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino-Jesus,
assim também defendei agora
a Santa Igreja de Deus
contra as ciladas dos seus inimigos e contra toda a adversidade. Amparai a cada um de nós,
com vosso constante patrocínio,
a fim de que o vosso exemplo
e sustentados com o vosso auxílio,
possamos viver virtuosamente,
piedosamente morrer,
e obter no Céu a eterna bem-aventurança. &Acute;men.
TRÍDUO A SÃO JOSÉ para obter graças
« Eu não me lembro de ter até agora suplicado S. José, sem que Ele não me tenha consolada... »
(Santa Teresa)
I.
Ó S. José, meu protetor, a Ti recorro, a fim de que me obtenha do Coração de Jesus esta graça. Para os meus pecados eu não mereço ser exaudido. Cobre as minhas faltas e potente como és, faz que obtida pela tua intercessão a suspirada graça, eu possa vir aos teus pés para agradecer e louvar demonstrando toda a minha gratidão.
II.
Não esquecer. Ó querido S. José, que nenhuma pessoa ao mundo recorreu a Ti, ficando delusa na confiança e na esperança colocada em Ti. Não permitir, ó grande Santo, que eu somente fique privado da graça que te peço. Mostra-te potente e generoso também comigo; e a minha língua, agradeçendo-te, exaltará em Ti a bondade e a misericórdia de Deus.
Padre, Ave e Gloria.
III.
Ó S. José, chefe da sagrada Familia, eu te venero profundamente e de todo coração te invoco. Aos aflitos, que rezaram a ti antes de mim, tu concedeste conforto e graça. Digna-te de consolar também o meu ser adolorado. Tu, ó grande Santo, ves em Deus todas as minhas necessidade. Tu sabes quanto me é necessaria a graça que te peço. Da Ti espero de ser confortado, enquanto eu te prometo de difundir a devoção a ti e de ajudar as obras que, no teu nome, aparecem para o alívio de tantos infelizes e morrentes. Ó S. José, consolador dos aflitos, tenha piedade de mim!
Padre, Ave e Gloria.
SÚPLICA
Lembrai-vos, ó puríssimo esposo da Virgem Maria, ó meu protetor, São José, que nunca se ouviu dizer ficasse sem consolo quem invoca vossa proteção e solicita vosso apoio. Cheio de confiança apresento-me diante de vós e animado de fervor me recomendo a vós. Ah! Não desprezeis minha súplica, Pai nutrício do Redentor, mas dignai-vos acolhê-la piedosamente. Amen
(Indul. Parcial)
PARA OBTER UMA BOA MORTE
Ó glorioso São José, a quem foi dado o poder de tornar possíveis as coisas humanamente impossíveis, vinde em nosso auxílio nas dificuldades em que nos achamos. Tomai sob a vossa proteção a causa que vos confiamos, para que tenha uma solução favorável.
Ó Pai muito amado, em vós depositamos toda nossa confiança. Que ninguém possa jamais dizer que vos invocamos em vão. Já que tudo podeis junto a Jesus e Maria, mostrai-nos que vossa bondade é igual ao vosso poder.
São José, a quem Deus confiou o cuidado da mais santa família que jamais houve, sede o pai e protetor da nossa e impetrai-nos a graça de vivermos e morrermos no amor de Jesus e Maria.São José do perpétuo socorro, rogai por nós que recorremos a vós.
Jesus, José e Maria - vos dôo o coração e a minha alma
Jesus, José e Maria - assisteis a mim na última agonia
Jesus, José e Maria - expire em paz com Vós a minha alma
DOA-TI A ELE
A grandezza deste Santo è inimaginável. Certo, não brilhou di luz própria mas deixou que esplendesse o seu filho e a sua esplendida esposa. Não impôs a sua paternidade com duras regras e não submeteu a sua esposa virginal. O seu foi um caminho de amor e de fé:
- abraçou a Santa familia e caminhou em direção reta com o sofrimento como aquele dos pobres;
- amou o filho sem reservas e o guiou e protegeu com mãos seguras;
- amou a sua esposa como somente os anjos sabem fazer;
- agiu no silencio e na contemplação do Amor de Deus.
O amor sublime que o ligava a Jesus e a Maria na terra, em que coisa se será transformado no céu! O filho e a sua esposa poderão negar-lhes as suas exortações?
O que esperas para doar-ti sem reserva a este potente intercessor a a considerá-lo como um pai?
Como soube no tempo terreno guiar a sua familia, não poderá agora conduzir também a ti?
Aproxima-se dele com extrema confiança e abra a ele os segredos do teu coração, invoca-lo e certamente Ele te escutará. Ele virá a ti e te transformará a vida e te aproximará sempre mais ao Amor de Deus. Na vida terrena, S. José era já nas mãos de Deus e consumou na humildade do seu silêncio dramas, angústias, purificações que nós não podemos imaginar a profundidade. E como é fecundo este silêncio; ele permite que entre a palavra de Deus e a obediência de José não tenha solução de continuidade. Deus fala a S. José. Pede a José que te ensine a agir no silêncio com a humildade dos santos. Se o teu coração está ansioso por fazer alguma coisa pelos irmãos, porque opressos pelo sofrimento e pela solidão, então podes usar a potência da oração. A oração é um encontro com Jesus. Uma ponte entre o humano e o divino e pode ser o inicio de um caminho espiritual que abre as portas da verdadeira e completa felicidade. A oração tem um caráter terapeutico e é uma arma invencível a usar contra todas as manifestações do mal, que diretamente o indiretamente cada um de nós experimenta todos os dias. Se tu queres unir-se a nós na oração virtual ou saber mais informações, visita o site do grupo de oração - Mosteiro invisível de Caridade e Fraternidade - alí encontrarás quem te acolhe com os braços abertos.
A sua vida foi verdadeiramente embaralhada das iniciativas de Deus, iniciativas misteriosas, iniciativas além da possibilidade de entender. São José se deixou conduzir porque era justo e "justo" é o homem que vive de fé.
Aonde o leva o Senhor? Não sabe, Deus não lhe disse, não lhe explica nada e ele obedece assim mesmo. Disse sempre sim com a vida, não com as palavras. Nunca teve questões a fazer, dúvidas a propor.
E como é fecondo este silencio! Ele permite que entre a palavra de Deus e a obediencia de São José não seja solucão de continuidade. Deus fala e São José faz.
"Não temer...", e ele não teme, todos os dramas terminam.
"Levanta-te"..., e ele se levanta, e ele jà està pela estrada.
"Volta...", e é jà de retorno.
Esta rapidez de São José a todos os sinais do Senhor, nos demonstra a sua bela disposição interior!
E' maravilhoso este exemplo de São José que, mesmo sendo chefe de casa, é simplesmente a serviço, com uma familiaridade feita de abbandono e de continua dedicação. São José não mede a vida de Jesus e da Virgem nas suas exigências, mas coloca a sua vida a serviço deles. Não parte para o Egito quando é comodo a ele, mas quando é para o interesse de Jesus.
São José é um laico no senso mais substancial da palavra, laico porque não caracterizado da nenhuma função oficial: é um homem como todos, inserido até o fundo nas realidades terrenas para oferecer como suporte à Encarnação. O Verbo se encarna em uma familia cujo São José é o chefe e vive na realidade das criaturas humanas, na condição mais universal, que é aquela do trabalho e da pobreza. São José nos ensina como se oferece ao Cristo o serviço de uma vida totalmente inserida nas realidades terrena.
O seu não é um patronado mais ou menos triunfalista, mas algo de mais profondo, que deriva da uma realidade inferior. São José nos faz compreender o conteúdo do serviço para o Reino e nos ajuda a ser na história da salvação aqueles que em Cristo creem, a Cristo obedecem e confiam.
- São José é o marido de Maria
- São José será o pai putativo de Jesus
- Conduzirá à Encarnação como acontecimento histórico, como um fato humano e societário.
- Será São José a comandare la famiglia de Nazareth, a sustentá-la com o seu trabalho, a defendê-la e a protegê-la, sem fazer a parte de protagonista, mas deixando a Deus esse encargo.
- São José é o protetor da mais alta e sagrada virgindade, aquela de Maria e da pureza do Filho de Deus. E como foi? Não colocando-se a dizer: aqui estou eu que defendo todos os dois, mas desaparecendo.... Cuidou da santidade de Jesus e de Maria desaparecendo aos olhos de todos, fora do deles.
São José se deixou envolver pelo Senhor e conduzir por estradas misteriosas. Rinunciou a entender e aceitou de crer, renunciou a comandar e aceitou de obedecer.
No entanto, acredidando, se deixou conduzir pelo Senhor e estes o introduzirão em um modo particularmente intimo no mistério da Encarnação e da salvação.
A VIDA DE SÃO JOSÉ
José nasceu provavelmente em Belém, o pai se chamava Jacó (Mt 1,16) e parece que ele fosse o terceiro de seis irmãos. A tradição nos passa a figura do jovem José como um rapaz de muito talento e de temperamento humilde, manso e devoto.
JOSÉ, PAI TERRENO
José foi o pai terreno de Jesus e como tal teve que providenciar às necessidade da familia, tutelar e crescer o seu filho adotivo, sempre pronto a satisfazer os desejos de Deus conhecendo, em parte, alguns do seus desenhos.
A SANTA FAMÍLIA - MODELO IDEAL
José acolheu com delicadeza esse grande sentimento e respondeu com o mesmo amor. O amor entre eles era tão sublime que já podia pertencer ao nível dos anjos. José nunca reclamou para si satisfações humanas, sempre disponível a advinhar os desejos de Maria Santissima, era sempre pronto a todas as necessidades.
A SANTIDADE DE JOSÉ
José conhecia perfeitamente a santidade de Maria e o propósito de virgindade perpétua.
Por isso quando veio ao conhecimento da sua gravidez, não a considera uma pecadora-adúltera, nem a expôs à lapidação prescrita.(Levitico 20,10; Deuteronomio 22, 22-24). Ele que acreditava na virtude de Maria, teria deixado de ser justo (Mateus 1,19) se a tivesse feito lapidar. Mas José, antes da aparição angélica (Mateus 1, 20-23) não conhece a causa pelo qual a sua esposa está grávida e não sabe explicar o acontecido. E' Deus que por meio de um Anjo, em sonho, diz a José de não mandar embora a sua esposa e de casar com ela tranquilamente, porque a Sua maternidade não deve ser atribuída a ninguém se não ao próprio Deus. A santidade de José, isto é, do justo que cai em qualquer imperfeição logo ressurge (Provérbios 24,16), risplende imediatamente de maior viva luz: Por ter logo obedecido ao Anjo (Mateus 1,24);por ter logo deciso de fazer em tudo a vontade de Deus (Mateus 1,24). A santidade de Maria resplende de especial luz nesta terrível circunstância: Para obedecer a Deus, que queria reservar-se de manifestar a José o inexplicável mistério, nada disse ao seu esposo, mesmo sofrendo muito pelo prolongado e ardente sofrimento do seu esposo e para o perigo "que um justo faltasse, ele que nunca faltava..." Verdadeiramente, Maria e José, também naquela dolorosa circunstância, parecem "...dois santos que maiores no mondo não tem"
A DOR DE JOSE'
Diz Maria:
A infância, a adolescência e a juventude do meu Filho tiveram somente breves períodos no vasto quadro da sua vida descrito dos Evangelhos. Nestes Ele é o Mestre. Aqui está o Homem. E' o Deus que se humilha pelo amor do homem. E que também faz milagres no anulamento de uma vida comum. Ele o faz em mim, que sinto levada à perfeição a minha alma a contacto con o Filho que me cresce dentro. O faz na casa de Zacaria santificando o Batista, ajudando o parto de Isabel, transmitindo palavra e fé a Zacaria. O faz em José abrindo-lhe o espírito à luz de uma verdade tão grande que ele não a podia sozinho compreender apesar de ser um justo. E depois de mim aquele que teve tantos divinos benefícios foi José. Observa quanto caminho faz, caminho espiritual, do momento que vem à minha casa até aquele da fuga no Egito. No início era só um homem justo do seu tempo. Depois sucessivamente se transforma no justo do tempo cristão. Ele sempre se deixou guiar pelo respeito imenso que nutria por mim. Agora guia ele, as coisas materiais e aquelas superiores, e decide, como chefe da Família, aquilo que é a decidir. Não só, na hora da fuga, depois que meses de união com o Filho Divino o saturaram de santidade, é ele que conforta o meu penar e me diz: "Mesmo que não devéssemos ter mais nada teremos sempre tudo porque teremos Ele". Os presentes dos Magos logo foram gastos com a compra de um lugar para morar e daquele mínimo de coisas necessárias para viver até que não encontrássemos trabalho. A comunidade ebraica sempre se ajudou muito entre eles. Mas a comunidade recolhida no Egito era quase toda composta de prófugos perseguidos, pobres por isso como nós que vínhamos nos unir a eles. E um pouco daquela riqueza, que querímos conservar para Jesus, para o nosso Jesus adulto, salvando das despesas de sustentação no Egito, serviu para o retorno e apenas suficiente para reorganizar casa e laboratório a Nazaré na nossa volta. Porque as coisas mudam, mas a avidade humana é sempre igual e se aproveitam das necessidades das pessoas para ganharem o que querem. Não. Ter Jesus com nós não nos trouxe bens materiais. Muitos de voçes pretendem isto quando apenas estão um pouco unidos a Jesus. Esquecem que Ele disse: "Procurem as coisas do espírito". Todo o resto é a mais. Deus provê até o alimento. Aos homens como aos pássaros. Porque sabe que voçes teem necessidade de alimento até que a carne seja armadura das almas de voçes. Mas voçes devem pedir antes a sua graça. Devem pedir antes para o seus espíritos. José da união com Jesus teve, humanamente falando, afanos, fadigas, perseguições, fome. Outra coisa não teve. Isso era somente para Jesus e tudo isto se transformou em paz espiritual, em letícia sobrenatural. Eu gostaria de levar-vos ao ponto em que era o Esposo meu quando dizia: "Mesmos que não devéssemos ter mais nada, teremos sempre tudo porque temos Jesus."MARIA NA MORTE DE JOSÉ SOFREU TERRÍVELMENTE
Disse Jesus:
A todas as esposas que teem uma dor que as torturam, ensino a imitar Maria na sua viuvez: unir-se a Jesus. Aqueles que pensavam que Maria amasse o esposo com um amor tépido, porque ele era esposo de espírito e não de carne, erram. Maria amava intensamente o seu José, o qual tinha dedicado 30 anos de vida fiel. José lhe foi pai, esposo, irmão, amigo, protetor. Agora Ela se sentia sózinha como ramo de uva ao qual vem cortado da árvore que pertencia. A sua casa era como fosse pega por um raio. Se dividia. Antes era uma unidade cujos membros se ajudavam entre eles. Agora vindo a faltar o muro principal, o primeiro dos golpes dados àquela Familia, marcado do próximo abandono do seu amado Jesus. A vontade do Eterno, que a quis esposa e Mãe, agora lhe impunha viuvez e abandono da sua Criatura. Maria disse entre as lágrimas um dos seus sublimes "Sim". "Sim, Senhor, se faça de mim segundo a tua palavra". E para ter força naquela hora, se abraçou a mim. Sempre se entregou a Deus, Maria, nas horas mais graves da sua vida. No Templo quando foi chamada ao matrimonio, a Nazaré chamada à Maternidade e ainda a Nazaré entre lágrimas como viúva, a Nazaré no suplício do destaque do Filho, no Calvário na tortura de ver-me morrer. Aprendeis, vós que chorais. E aprendeis vós que morreis. Aprendeis, vós, que viveis para morrer. Procurais merecer as palavras que disse a José. Serão a vossa paz na luta com a morte. Aprendeis, vós que morreis, a merecer de ter Jesus perto, para o vosso conforto. E se não tenhais merecido, ousais igualmente a chamar-me. Eu virei. As mãos cheias de graças e de conforto, o Coração cheio de perdão e de amor, os lábios cheios de palavras de absolução e de encorajamento. A morte perde qualquer amargura se acontece nos meus braços.Deveis acreditar. Não posso abolir a morte, mas a faço suave a quem morre confiando em Mim.