Prezados irmãos bispos concelebrantes;

Caro D. Hugo Cavalcante, DD. Presidente da Sociedade Brasileira de Canonistas, demais membros da mesma Sociedade e Servidores de Tribunais Eclesiásticos ; Prezados membros da Academia Marial de Aparecida; Estimados romeiros, queridos telespectadores e rádio ouvintes e intenautas.

 

Ao celebrarmos, hoje, esta missa por ocasião do início das comemorações dos 25 anos da fundação da SBC e do 27º Encontro dos Servidores dos Tribunais Eclesiásticos, quero acolher a todos os congressitas e manifestar a cada um o meu apreço em meu nome pessoal, da Arquidiocese e do CELAM pelo trabalho silencioso e eficaz com que vos dedicais na busca da justiça em favor daqueles(as)  que recorrem aos tribunais da Igreja.

O encontro da Sociedade Brasileira e dos Servidores dos Tribunais Eclesiásticos do Brasil, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, faz-me recordar a figura de São Raimundo de Peñafort, exímio professor de direito civil e eclesiástico na Universidade de Barcelona, Espanha; padroeiro dos Canonistas. Foi convocado pelo Papa Gregório IX para trabalhar em Roma e se tornou confessor do mesmo Pontífice por oito anos.

Por ordem de Gregório IX editou a obra conhecida como "Os Decretais de Gregório IX", obra muito importante para o Direito Canônico até os dias de hoje. Ingressou na ordem dominicana e se tornou o seu terceiro mestre geral. Fundou dois seminários, onde era dado em hebraico e árabe, para atrair judeus e árabes ao cristianismo. Em pouco tempo, 10mil árabes tinham recebido o batismo. Sua memória é celebrada no calendário da Igreja no dia 06 de janeiro.

De forma especial, aos senhores, membros da SBC e aos STE se dirige a palavra do Evangelho de hoje, para que sejam no mundo, diante dos cristãos e junto aos homens e mulheres, o abraço de Deus misericordioso, acolhendo, em nome de Cristo, em nome de Cristo, os cansados e abatidos sob o peso de seus fardos, dando-lhes descanso e alento.

Os tribunais na Igreja devem ser lugar, por excelência, da prática da justiça, donde olhando unicamente para Cristo, se estabelece o direito , acolhendo as ovelhas mais fracas com a atitude do Pastor Jesus Cristo e com o cuidado materno da Igreja, para que suas feridas sejam sanadas e possam viver em paz no Senhor.

Os Tribunais eclesiásticos, como nos diz o saudoso papa João Paulo II, devem servir à verdade e assim praticarem a justiça, seja no julgamento da validade do vínculo celebrado no matrimônio, seja nos demais casos apresentados em juízo, não servindo à subjetividade e a interesses particulares, mas somente e a interesses particulares, mas somente ao bem e à salvação das almas.

Vale recordar neste momento a pessoa do saudoso e venerável Papa João Paulo II que há 26 anos consagrou esta Basílica e promulgou o novo Código de Direito Canônico, elaborado à luz do Concílio Vaticano II, com a finalidade de traduzir no campo jurídico, a eclesiologia de comunhão e participação do Vaticano II.

Que São Raimundo de Peñafort, cultor da ciência jurídica, possa interceder junto de Deus por todos os que trabalham a serviço da justiça e do direito, na busca de um mundo mais humano e de paz.

 

Felicito, também, os membros da Academia Marial de Aparecida pelo jubileu de Prata de sua fundação. Que o bem-aventurado Pe José de Anchieta, seu patrono, proteja a todos aqueles que se dedicam ao estudo da mariologia e à difusão da devoção a Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa mãe, para que imitando suas virtudes nos tornemos, cada vez mais, discípulos missionários de seu Filho Jesus.

 

Dom Raymundo Damasceno Assis

Arcebispo de Aparecida - SP