O retorno da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção à P.U.C. deve ser celebrado com ubérrimo contentamento. De fato, a identidade de uma universidade católica repousa no curso de teologia.

As universidades são criação da Igreja católica. Este jaez de instituição educacional surgiu na alta idade média. A Igreja, perita em humanidades, sempre se esmerou no processo educativo formal e viu nele um interessante ponto de apoio no trabalho de evangelização dos povos.

Qual é o objetivo de a Igreja manter uma universidade, concedendo-lhe o título de católica e pontifícia, se não for com o desígnio de comunicar a boa nova de Jesus Cristo através dos mecanismos, mediações acadêmicas e recursos universitários? Na verdade, a P.U.C. detém os melhores índices de qualidade de ensino. Recentemente, ela integrou o segundo lugar no país. Isto é bom e imprescindível, mas não basta.

A constituição "Spapientia Christiana", lei que rege as universidades católicas e eclesiásticas, preceitua para todas as faculdades que compõe a universidade o ensino propedêutico da ciência teológica. Trata-se de uma disciplina de cunho introdutório, geralmente ministrada no primeiro ano, que visa a passar ao neo-universitário uma base de conhecimentos teológicos. Eu diria que essa norma revela a preocupação da Igreja para com a "catolicidade" da instituição. É o mínimo que se pede!

A nova direção da faculdade de teologia, empossada há algumas semanas, tem demonstrado um enorme interesse em preservar a P.U.C. em estrita coesão com a doutrina católica. A autonomia da P.U.C. tem de ser sim garantida, porém não se pode esquecer do caráter confessional dessa escola.

A cadeira que leciona os prolegômenos da teologia não pode se transformar em "introdução à sociologia", "introdução à filosofia", ou qualquer outra coisa que não seja explícita e confessionalmente "introdução à teologia católica".

Com a teologia, a querida P.U.C. de São Paulo recupera sua alma e, também, sua auto-estima. Sem sombra de dúvida, essa reincorporação é um acontecimento kairótico na história da Igreja no Brasil. Essa importante universidade paulistana, salutarmente, vai resgatar sua vocação católica.

 

 

Edson Luiz Sampel