A Igreja é um mistério que revela o amor de Deus. É um presente de Deus porque é Ele que veio ao nosso encontro em Jesus Cristo. O encarnar-se na história é um aprendizado que tem como referência o próprio Deus. O ser humano não existe para si mesmo, assim como a Igreja não existe em si mesma. Ela é Mistério, pois, é o encontro do amor de Deus com o ser humano. Mistério no seu sentido mais profundo - amor de Deus em nós. A Igreja não é dona de Deus; é sacramento de salvação, portanto não pode ser mera expectadora da história. A Igreja missionária tem suas raízes na Trindade, por isso tem que se encarnar na história: "Como o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1, 14), assim deve a Igreja tornar-se presente (fazer-se carne).

A Igreja caminha em direção à origem de seu nascimento, isto é, peregrina rumo a pátria definitiva. A Trindade ensina a Igreja a relativizar as grandezas deste mundo. O nosso compromisso é iluminar as realidades, não é passear na História, tem que fermentar a massa, iluminada pelo Mistério Pascal. A última palavra da história já foi dada, é palavra da vida-Ressurreição. A morte não pode ter a última palavra na vida de ninguém. Nossa igreja vive Da alegria do ressuscitado. Buscar responder "quem somos nós?" é buscar responder qual é a nossa identidade. Em Lc 14 revela que "comunidade sem identidade é um defeito".(Paulo Hottz)

Em Atos 2, 42-47 mostra-nos as colunas que sustentam a vida comunitária são fração do pão, oração, comunhão fraterna ensino dos apóstolos. São esses elementos que mantêm a identidade cristã. A perseverança é o desafio que nos é colocado, a fim de constituir comunidade e vivenciarmos a fraternidade. A vida comunitária hoje é bem diferente, as pessoas buscam as comunidades que lhes interessam, não há necessidade da comunidade legitimar a sua fé.

A perseverança é levar as pessoas a experimentarem a missão. O esvaziamento hoje em muitas comunidades tem como causa o individualismo, cuja característica é o ser humano organizar o mundo a partir dele mesmo. A experiência Deus neste contexto individualista é colocá-lo como objeto; Deus vira um produto de consumo. Esse comportamento religioso não faz parte da comunidade cristã.

RAÍZ FUNDAMENTAL DE NOSSA VIDA

É a Eucaristia o nosso momento maior de fé, nos faz diferentes porque comemos juntos. É o comer com os outros que garante essa Característica. Jesus comeu com os apóstolos e os excluídos de seu tempo e tornou-se memória .

1o - Ensinamento dos apóstolos — não é uma doutrina, é o seguimento a uma pessoa- Jesus Cristo. Tomar a cruz é perseverar no ensinamento. A Palavra é fundamental. Fazer missão é despertar o gosto pela palavra de Deus.

2o - Comunhão fraterna - é realizar comunhão de vida com os "lascados". Fazer esta comunhão é exigir que um se torne hóspede da vida do outro. Ajudar cada pessoa a ser misericordioso, isto é, a se comprometer com a vida. Comunhão fraterna implica compromisso com a justiça, não apenas dar assistência ao povo. A Igreja sou eu. Ser adulto é colocar a vida a serviço do outro. Não delegar a missão a outrem.

3º Fração do Pão: Refeição realizada no memorial de Jesus. A comunidade que não faz a fração do Pão, não faz a experiência do Cristo Ressuscitado.

Adorar a Eucaristia não é parar nela, não pode reduzir a força do Ressuscitado a esta adoração. Eucaristia é a presença do Senhor que vive enquanto Ele não volta. Busquemos ser missionários de verdade.

4o Oração: Jesus rezava muito e as primeiras comunidades também. Mas, rezar o que? E como rezar? A oração da intimidade do Filho com o Pai. Chamados à contemplação assim como Maria. Contemplar não é fugir do mundo.

Nossa identidade cristã se fundamenta nestes quatro aspectos (colunas). A perda da identidade não permite a construção da comunidade. O agente principal da missão é o Espírito Santo, cuja tarefa é santificar em conformidade com Deus. A Igreja animada pelo Espírito Santo tem como missão à santificação, tornar-nos santos do jeito de Deus, parecidos com Jesus, alimentando a esperança que o mundo pode ser transformado.