CANTO DE ABERTURA

Tem a finalidade de abrir a celebração, criando a comunhão da assembléia, pela união de vozes e corações no encontro com o Ressuscitado, introduzir no mistério do tempo ou festa litúrgica e acompanhar a procissão de entrada. É a resposta dos filhos e filhas convocados pelo Pai para se reunirem, ouvirem sua Palavra e O louvarem como único Senhor. A letra deve falar do motivo da celebração, ser um convite a celebrar, e, o quanto possível, ser uma fala direta com Deus. Ex: “Ó Pai, somos nós o povo eleito.” Deve ter uma duração razoável para acompanhar a procissão de entrada. Prolonga-se até o momento em que quem preside esteja pronto para dar início à celebração.

Quem canta: toda a assembléia. Pode-se alternar com o coral.

ATO PENITENCIAL ou “ Senhor, tende piedade”!

Tem a finalidade de preparar a assembléia para “ouvir a Palavra de Deus e celebrar dignamente os santos mistérios”(IGMR 24). Celebra a misericórdia divina e leva a comunidade a reconhecer-se pecadora e necessitada de perdão. Tradicionalmente a ladainha “Senhor, tende piedade” era uma oração de louvor a Cristo ressuscitado. Mais tarde este canto foi incorporado ao Rito penitencial e começou a fazer parte de um momento de reconciliação. Depois do ato penitencial inicia-se o “Senhor, tende piedade”, a não ser que já tenha sido rezado no próprio ato penitencial. No Missal Romano: há outras fórmulas apropriadas aos vários tempos litúrgicos. O canto é facultativo e pode ser substituido por outro Rito correspondente como a aspersão com água ou procissão.

HINO DO GLÓRIA

Hino muito antigo, desenvolveu-se como homenagem a Jesus Cristo, iniciando com o louvor dos anjos no Natal. Por ele, “a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro” (IGMR 31). Expressa a alegria da filiação divina e a salvação concedida. É cantado (ou recitado) aos domingos (exceto no Advento e na Quaresma), nas Solenidades e Festas. Não constitui uma aclamação trinitária (cf. Doc. CNBB 43). Devem ser evitados hinos do Glória abreviados; nem deve ser substituido por outro hino de louvor. É cantado por toda a assembléia e poderá ser alternado em coros ou mesmo com o coral.

SALMO RESPONSORIAL

Como resposta orante da assembléia à Palavra proclamada, o salmo “é parte integrante da Liturgia da Palavra” (IGMR 36). Não deve ser substituido por outro canto ou mesmo outro salmo que não esteja em sintonia com a 1ª Leitura. É responsorial, dialogal, ou seja, o povo responde com um curto refrão aos versos sálmicos, cantados pelo salmista. Deve ser cantado da Mesa da Palavra. Se não for cantado, seja recitado.

ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO

Tem a finalidade de dispor a assembléia a acolher com alegria e entusiasmo a Palavra da Salvação. É um canto de exultação diante de Jesus Cristo, Verbo de Deus, Palavra viva do Pai. Consta do “Aleluia”, só omitido na Quaresma e de um versículo (cf. Lecionário), quase sempre tirado do Evangelho que vai ser proclamado. Deve ser de poucas palavras e de muita alegria (“Hallelu-jah” = Louvai Javé!). É cantado por toda a assembléia. O canto poderá ser repetido após a proclamação do Evangelho. “O Aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos, quando não são cantados” (IGMR 39).

APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS

Tem sentido de louvor, de agradecimento a Deus, reconhecendo que todo o dom vem Dele. Prepara a comunidade para a grande oferta com Cristo ao Pai, na Oração Eucarística. Não precisa falar necessariamente de pão e vinho. É um momento de descontração em que a assembléia está sentada. Pode ser cantado todo pela assembléia, ou só o refrão, alternando com o coral, ou solista. Pode ser também só instrumental. Uma sugestão: canta-se durante a procissão dos dons e enquanto se prepara a mesa. Quando o Presidente se aproxima do altar para bendizer o pão e o vinho, interrompe-se o canto. Assim a assembléia aocmpanha a oração presidencial, respondendo (cantando) no fim de cada uma: “Bendito seja Deus para sempre!”

SANTO

Tem a finalidade de aclamar, exaltar e bendizer o Santo de Deus – Nosso Senhor Jesus Cristo. É a grande aclamação que conclui o prefácio da Oração Eucarística ou o louvor de Deus na Celebração da Palavra. O texto é de origem bíblica (Is 6,3 e Mt 21, 9). É importante que seja proclamado o texto integral, sem alterações. Deveria ser sempre cantado.

ACLAMAÇÃO MEMORIAL

As três fórmulas oferecidas pelo Missal Romano expressam o anúncio do Mistério Pascal, comemorando o abaixamento e a glorificação do Senhor e pedindo sua vinda. Não devem ser substituídas por expressões devocionais de fé na presença real de Jesus, nem por canto eucarístico. Trata-se de uma das aclamações mais importantes da Missa, sendo cantada por toda a assembléia, em resposta ao “ Eis o Mistério da Fé” entoado por quem preside.

DOXOLOGIA FINAL

É o louvor final, após a narrativa das maravilhas e benefícios de Deus pelo seu povo. Não é aclamação, por isso não é proclamada por toda a assembléia, e sim por quem preside: “ Por Cristo...” Em resposta a assembléia entoa o AMÉM ( Aleluia, ou outras aclamaçãoes, conforme consta no Missal), que deve ser solene, vibrante, repetido, sinal de adesão, compromisso, concordância, comunhão. Deve ser sempre cantada, devido à sua importância.

PAI NOSSO

Todos unidos à oferta de Cristo, por Ele reconciliados com o Pai, podem exclamar com amor e confiança: “ Pai-nosso...” Esta oração ensinada por Jesus, pode ser dita em grande exultação. Convém mesmo que seja cantada. É a oração preparatória por excelência para a comunhão. Não deve ser substituida por outras palavras que não as do próprio Evangelho. Quem canta: toda a assembléia.

ORAÇÃO PELA PAZ - ABRAÇO DA PAZ

A saudação é sempre um gesto simbólico, e bastaria cumprimentar os que estão mais próximos. Não deve levar muito tempo nem deve substituir ou abafar o canto do “Cordeiro de Deus”, que tem preferência, durante o Rito da fração do pão. O mais importante é o abraço e não o canto, que é facultativo. Poderia ser entoado apenas pelo coral e reservado para circunstâncias especiais ou pequenos grupos.

FRAÇÃO DO PÃO – CORDEIRO DE DEUS

O Cordeiro de Deus é o canto da assembléia que acompanha o Rito da fração do pão. Isto significa que, enquanto houver pão para ser partido, o canto deve ser executado. Ao término da fração, encerra-se o Cordeiro com a sua terceira invocação “dai-nos a paz”. Não é função de quem preside começar o “ Cordeiro”, e sim, do povo ou coral, ou um solista, alternando com o povo.

COMUNHÃO

É canto processional que expressa, “pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo” (IGMR 56 i). É a realização do Misterio Pascal que celebramos: entrega e partilha da vida em ação de graças. Dar preferência aos cantos que retomam o Evangelho do dia, atualizando-o no mistério eucarístico. É bom fazê-lo de forma dialogada: solista, ou coral e assembléia: assim quem comunga não precisa se preocupar com folheto na mão, ou canto estrófico, cantado por todos. Também não é necessário prolongá-lo ininterruptamente, durante todo tempo da comunhão. Aproveitar a oportunidade para intercalar os versos com interlúdios instrumentais, tornando o canto menos cansativo e facilitando a interiorização. Após a comunhão “se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio, podendo a assembléia entoar ainda um hino, salmo, ou outro canto de louvor” (IGMR 56 j).

“Cantem a vossa glória, Senhor, os nossos lábios cantem nossos corações e nossa vida; e já que é vosso dom tudo o que somos, para vós se oriente o nosso viver”

Bibliografia

Documentos da CNBB, nº 7, 1976; A música litúrgica do Brasil

Estudos da CNBB, nº 79,1998; Pastoral da Música Litúrgica no Brasil

Instrução Geral do Missal Romano,

Constituição Sacrosanctum Concilium, 2002