Pe Jaime Luiz Gusberti - Comunidade Eclesial São José Operário

- Arquidiocese de Porto Velho

Cada geração, inserida na história de seu tempo, vive as belezas e as incertezas da Fé. Tensões e conflitos fazem parte da nossa historicidade. Testemunhar, celebrar, viver e anunciar o Evangelho assumem, em cada época, características próprias.

A fé em todos os tempos é a mesma. A realidade, porém, faz a diferença no ser e no agir da Igreja quando fiel à sua missão. A enculturação do Evangelho no mundo globalizado não será feita sem sofrimento e sem conflitos. Certamente exige novos métodos e uma abertura maior à ação do Espírito. A evangelização neste tempo da história não tem por objetivo atrair os anjos do céu para participar de nossas celebrações, mas assegurar que todos tenham lugar no banquete da vida.

O exemplo das comunidades dos Atos dos Apóstolos (2,42-47), com certeza são uma luz que nos ajuda crescer na graça, através da catequese partindo do evangelho, isto é, ensinamento dos Apóstolos que se espalha através do testemunho. Internamente as comunidades se mantêm pela união com Deus e pela participação da Eucaristia. A partilha dos bens entre elas supera a exploração do comércio.

Vemos diante de nós um modelo econômico com a capacidade de produzir tanta riqueza e, ao mesmo tempo, tão devastador da natureza e gerador de tamanha exclusão social. O modelo de desenvolvimento apresentado como capaz de garantir a felicidade e a realização da humanidade é comprovadamente insustentável. O mercado jamais solucionará os problemas da forme e da miséria, nem atenderá às carências do ser humano ou exigências primeiras de cidadania.

O nosso futuro está vinculado ao respeito às fontes d avida e à dignidade do ser humano. A mola propulsora da civilização não mais será a competição e o lucro, mas a solidariedade e a partilha. Novos padrões de produção e de consumo serão exigências da vida em comunhão. Todos precisamos aprender a caminhar rumo a um mundo justo, solidário e livre da violência.