Na semana passada, foi descoberta uma gravidez de gêmeos em uma 

menina de 9 anos no nordeste brasileiro. O fato ocorreu na quarta  feira dia 27 de fevereiro de 2009 na pequena Alagoinha, uma  cidade de 14 mil habitantes no interior do Estado de Pernambuco. 

A menina já estava com 4 meses de gestação. O pai dos bebês  seria o padrasto, um rapaz de 23 anos que vivia com a mãe da  criança. O pai biológico da menina, que atualmente vive também em  Alagoinha, havia se separado da mãe havia três anos. O padrasto  foi preso na própria quarta feira à noite e a população da cidade  chegou a tentar linchá-lo. 

A mãe da menor era contra o aborto. O pai era radicalmente contra o  aborto. Contra t oda a melhor medicina, os funcionários do hospital  deram a entender aos pais que a menina morreria se levasse a gravidez  adiante. Isto simplesmente não é verdade. No Brasil todos os anos  há 30.000 gestações de menores de 14 anos e não há nenhum  caso registrado de morte por causa da gravidez quando é oferecido um  acompanhamento pré natal e se permite o parto por meio de cesariana.  O modo como se mentiu aos pais para fazer com que consentissem com o  aborto é motivo de vergonha para qualquer serviço de saúde. O pai  da menina, impedido de falar com os médicos, quando entendeu que os  funcionários do hospital estavam mentido, pediu ajuda a um serviço  jurídico para impedir o aborto, um direito que a lei brasileira  garante, pois é crime realizar um aborto contra a vontade dos pais,  principalmente quando não há risco de morte. Os médicos do  hospital, porém, para garantirem que o aborto seria realizado mesmo  contra a vontade do pai, permitiram a sua transferência para um  paradeiro que permaneceu em sigilo até que o aborto se tivesse  consumado. O governo brasileiro e os meios de comunicação, tratando  os responsáveis por estes fatos como se fossem heróis, agora estão  se aproveitando do acontecimento para promover a agenda rumo a uma  completa legalização do aborto. O sucedido está sendo amplamente  divulgado de modo a ocultar os verdadeiros fatos ocorridos em um  gigantesco espetáculo midiático no qual o povo está sendo induzido a  crer que uma gravidez de uma menor de idade significa o mesmo que a sua  morte física. 

O que foi divulgado a este respeito foi o que a imprensa quis que o  público soubesse. As pessoas diretamente envolvidas no caso expuseram  aos jornalistas que os procuraram todos os detalhes do que está  relatado nesta mensagem, mas nada foi public ado. As pessoas tem o  direito de saber a verdade, e de compreender o quanto o público e as  próprias vítimas estão sendo manipulados em função de interesses  internacionais com os quais o governo do presidente Lula é conivente. 

PRECISAMOS DE SUA AJUDA. 

Pede-se a todos que leiam, estudem, divulguem e discutam esta  mensagem de todos os modos possíveis. Passem-na a toda sua lista de  contatos, pedindo que façam o mesmo. Escrevam e peçam que escrevam  às autoridades das instituições de saúde envolvidas para que se  manifestem a respeito do ocorrido conforme explicado no fim desta  mensagem. 

O que aconteceu esta semana no Recife não é o primeiro caso deste  tipo. Há grupos que recebem financiamentos milionários de  Fundações internacionais para que estes eventos sejam explorados ao  máximo. Cabe aos que defendem a dignidade da vida humana, tomar  consciência do que está acontecendo e posicionar-se para que não  venham mais a repetir-se fatos vergonhosos como este, em que pessoas  simples são enganadas, fatos são escondidos e informações são  manipuladas e um povo inteiro é ludibriado com o único fim de produzir  mudanças profundas na opinião pública em função das agendas de  organismos internacionais. 

Pede-se desculpas a todos pelo tamanho da mensagem, mas diante da  quantidade de fatos que são ocultados do público pelos meios de  comunicação, não é possível expor a verdadeira dimensão do que  está por trás de tudo o que está acontecendo nas poucas linhas de um  e-mail conv encional. A defesa da dignidade da vida humana e do estado  democrático exige o esforço consciente de cada um dos cidadãos. O  primeiro deles é o dever de informar-se devidamente, e isto não pode  ser feito com bilhetes. Se passamos de uma monarquia a um regime  democrático, temos que pagar o preço que a sua manutenção exige. 

Os que puderem ler esta mensagem até o fim compreenderão mais  claramente o que isto significa. A democracia pressupõe cidadãos que  busquem a consciência do que verdadeiramente sucede na sociedade.  Para não ser ideologicamente enganado é preciso buscar informação  sólida e coerente. Isto não se pode fazer com chavões ou pequenos  bilhetes. Se desejamos um Brasil que seja modelo de democracia, este  com certeza é um dos primeiros pontos onde começar. 

Agradeço a todos pelo grandíssimo trabalho de conscientização que  estão ajudando a fazer. A acolh ida e a difusão em todo o mundo que  estas mensagens tem recebido tem estado além de todas as mais otimistas  expectativas O extraordinário trabalho de cada um tem representado um  fator importantíssimo no sentido de impedir que genocídio  internacionalmente planejado se estenda para toda a América Latina. 

CONTAMOS COM A COLABORAÇÃO DE TODOS PARA QUE TAMBÉM NESTE CASO POSSAMOS  FAZER COM QUE TODA A VERDADE VENHA À LUZ. 

A seguir apresenta-se uma pequena introdução sobre a situação  política do aborto e da defesa da vida no Brasil. Conforme ficará  aparente no fim da mensagem, não é possível entender as verdadeiras  dimensões do que aconteceu no Recife durante a semana passada sem  colocar os fatos em todo o seu contexto internacional, e neste contexto  a situação política presente do Brasil tem muito o que explicar. 

Em seguida, narram-se os fatos que aconte ceram em Recife na semana  passada e que a imprensa, mesmo tendo pleno conhecimento dos mesmos,  insiste em não dar conhecimento ao público. Em vez disso, toda a  cobertura dada pelos meios de comunicação tem se centrado na pessoa de  um arcebispo, apenas com a finalidade de distrair o público do que  verdadeiramente aconteceu. 

Antes do final, mostram-se como os fatos do Recife estão  internacionalmente interligados com uma série de projetos e  acontecimentos de que também não se dá nenhuma notícia ao público. 

No fim, pedimos aos que receberem esta mensagem possam manifestar-se  através do envio de mensagens às autoridades responsáveis. É  importantíssimo que as pessoas se manifestem para impedir que fatos  como os aqui narrados, que são planejados desde o exterior para  promover a total implantação do aborto, voltem a repetir-se. 

O BRASIL ESTÁ ENFRENTANDO O MAIOR E O  MAIS SOFISTICADO ATAQUE JÁ  DESENCADEADO CONTRA A DIGNIDADE DA  VIDA HUMANA QUE JÁ HOUVE EM TODA A SUA  HISTÓRIA. O problema transcende o próprio Brasil e  representa o coroamento de investimentos estrangeiros de várias  décadas que pretendem impor o aborto não só ao Brasil como também a  toda a América Latina e a todo o mundo. 

Agradecemos a todos pelo imenso bem que estão ajudando a promover. 

Continuaremos informando a todos o desenrolar dos acontecimentos. 

 Alberto R. S. Monteiro 

 

LEIA A SEGUIR: 

1. A SITUAÇÃO POLÍTICA DO ABORTO NO  BRASIL. 

2. COMO TUDO COMEÇOU. 

3. INTERNAÇÃO NO INSTITUTO MATERNO  INFANTIL DO RECIFE. 

4. ERIVALDO EM RECIFE. 

5. ERIVALDO RETORNA A RECIFE. 

6. O ABORTO É REALIZADO. 

7. POR QUE MENTE-SE? 

8. RAPTO E A BORTO NA NICARÁGUA. 

9. CONCLUSÃO. 

10. O QUE FAZER. 

 

 

1. A SITUAÇÃO POLÍTICA DO ABORTO NO BRASIL. 

Segundo pesquisas do IBOPE, mais de 90% da população  brasileira é contrária à legalização do aborto, e este número  continua em crescimento. Era exatamente 90% em 2003 e passou  para 97% em 2005. Em 2007 uma organização trabalha pela  legalização do aborto contratou o IBOPE para refazer a pesquisa  mas não quis revelar o resultado, alegando que este não seria do  interesse público, uma vez que o tema do momento era o aborto em casos  de estupro. 

Quando assumiu o governo, apesar de consciente destes números,  também pesquisados pelo Ministério da Saúde, o presidente Lula  assinou de próprio punho, em dezembro de 2004, o PLANO  NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MUL HERES  em que colocava entre as prioridades de seu governo a legalização do  aborto no Brasil. Em 2005 o governo Lula comprometeu-se duas  vezes, em documentos oficiais entregues à ONU e disponíveis até  hoje na Internet, a legalizar o a prática do aborto no Brasil  abolindo todas as restrições legais a todos os tipos de aborto. O  primeiro documento neste sentido foi entregue em abril de 2005 ao  Comitê de Direitos Humanos da ONU. Em um segundo documento,  entregue em agosto de 2005 ao Comitê do CEDAW da ONU, o  governo Lula reconheceu explicitamente a prática do aborto como um 

direito humano. 

No final de 2005 o governo Lula elaborou um projeto de Lei que,  entregue ao Congresso através da Secretaria da Política da  Mulher, pretendia extinguir do código penal todos os crimes de  aborto, tornando-o deste modo a prática totalmente legal durante  todos os nove meses da gravidez, d esde a concepção até o momento do  parto. O projeto era tão absurdo que custou a eleição de sua  relatora, a Deputada Jandira Feghali, ao Senado. O projeto foi  em seguida reprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família  da Câmara por 33 votos contra ZERO e logo após na Comissão de  Constitucionalidade da Câmara por 57 votos a quatro. A maioria  dos deputados a favor do aborto ou não compareceu à votação ou  simplesmente retirou-se da sala da Comissão para não sofrer a  vergonha da escrachante derrota. O projeto deveria ter sido  arquivado, mas por iniciativa do deputado pernambucano José  Genoíno, deverá voltar a ser discutido no Plenário da Câmara. 

Em abril de 2006 a descriminalização do aborto foi oficialmente  incluída pelo Partido dos Trabalhadores, atualmente o partido do  governo, como diretriz do programa de governo para o segundo mandato do  presidente Lula. Mais tarde, quatro dias antes do primeiro turno das  eleições para o seu segundo mandato, em 27 de setembro de  2006, o próprio presidente Lula incluiu o aborto em seu programa  pessoal de governo. 

Durante o segundo mandato presidencial o Partido dos Trabalhadores  entendeu também que, apesar de que a quase totalidade da população  brasileira seja contrária à legalização do aborto e considere esta  prática como um homicídio, se um militante do PT não trabalhar  para promover a legalização do aborto no Brasil, poderá ser  processado, julgado e expulso do Partido dos Trabalhadores.  Defender a vida inocente não nascida, mesmo o aborto sendo  considerado pela legislação vigente um crime punido por lei, passou a  ser, segundo o Partido dos Trabalhadores, uma infração de Ética  tão grave que exige a expulsão do Partido. Os Deputados federais  Luiz Bassuma, do PT da Bahia e Henriq ue Afonso, do PT do  Acre, estão respondendo a processo na Comissão de Ética do  Partido dos Trabalhadores e podem ser expulsos do partido apenas por  defenderem a vida e serem contra a legalização do aborto. Outros  parlamentares do partido que também têm se pronunciado a favor da  vida, como o deputado Nazareno Fonteles, já estão na mira de novos  processos. Segundo a Secretaria de Mulheres do Partido, estes  deputados descumprem abertamente uma resolução partidária de 2007  que aprova o direito ao aborto. O site do Partido dos Trabalhadores  apresentou recentemente o processo de expulsão contra os deputados a  favor da vida como "UMA VITÓRIA DAS FEMINISTAS  DO PT". Segundo página oficial do site, "A  PARTICIPAÇÃO DESTES DEPUTADOS EM ATOS  PÚBLICOS CONTRA A LEGALIZAÇÃO" NÃO  PODE FICAR IMPUNE: "TEM QUE TER  CONSEQÜÊNCIAS E EXIGE A IMPOSIÇÃO DE  UMA SANÇÃO". Veja o que diz o site a este respeito no  seguinte endereço: 

http://www.pt.org.br/portalpt/index.php?option=com_content&task=view&id=15103&Itemid=201 

A implantação do aborto, ideologicamente vinculada com a  libertação da mulher, não é um anseio do povo brasileiro. Ela é  promovida e financiada por uma rede fundações internacionais bem  conhecidas cuja verdadeira finalidade é o controle do crescimento  populacional. O governo brasileiro é conivente com esta rede e este  é um dos motivos pelos quais é necessário implantar imediatamente a  Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a promoção do aborto no  Brasil. Os deputados Luis Bassuma e Henrique Afonso estão entre  os principais promotores da iniciativa. É por isso também que o  Partido tem pressa em expulsá-los. E é isto também o que está  por trás dos tristes acontecimentos que se sucederam esta semana na  cidad e do Recife. 

 

2. COMO TUDO COMEÇOU. 

Tudo o que é relatado a seguir foi declarado inúmeras vezes diante  das câmaras e microfones de jornais, rádios e emissoras de televisão  pelos diversos participantes dos fatos ocorridos nos últimos dias em  Alagoinha e Recife. E, ao que se saiba, estas pessoas continuam a  ser entrevistadas e a dizer as mesmas coisas. Eles não querem  esconder nada e querem que o público saiba sobre o que realmente  aconteceu. Deveriam ser fatos públicos, mas não o são. Cabe ao  leitor desta mensagem divulgar os fatos que a imprensa insiste em  silenciar, para que as autoridades possam tomar as devidas  providências, proteger os direitos humanos, defender o estado de  direito, promover a verdadeira democracia e fazer com que nunca mais os  cidadãos mais simples sejam vergonhosamente usados para promover uma  agenda internacional contrária ao pensamento do povo brasileiro. 

Quarta feira, dia 25 de fevereiro de 2009, na pequena  Alagoinha no agreste de Pernambuco descobriu-se que uma menina de 9  anos estava com quatro meses de gestação. O pai dos bebês,  supostamente o padrasto que vivia com a mãe da criança, foi  imediatamente preso e transferido para a Penitenciária de Pesqueira.  De acordo com o Código Penal Brasileiro, ele poderá pegar mais de  15 anos de prisão em regime fechado. No Brasil não existe pena de  morte para semelhantes monstruosidades, mas para o fruto da  gestação, não importa se já esteja perfeitamente formado e que seja  certamente inocente, impõe-se uma morte que a lei não tem coragem de  aplicar ao próprio culpado. 

O pai biológico da menina, que havia se separado da mãe havia três  anos, continua a residir na mesma Alagoinha e a companhou os fatos  durante os primeiros dois ou três dias a alguma distância. 

http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/02/27/urbana1_0.asp 

A imprensa começou imediatamente a falar de aborto, mas em nenhum  momento mencionou que tanto o pai biológico da menina, quanto a  própria mãe, eram contrários ao aborto. Aparentemente ninguém  sequer perguntou algo a este respeito para o casal. A imprensa  inclusive deu como certo que a criança corria risco iminente de vida  por causa da gravidez, e listou os motivos pelos quais a criança  poderia morrer por causa da gravidez. 

O Diário de Pernambuco afirmou que poderia "haver uma obstrução  do parto, causado pela desproporção cefalopélvica, que ocorre  quando a abertura pélvica da mãe é pequena para permitir que a  cabeça do bebê passe durante o parto". 

O Diário não disse que isto somente pode ocorrer quando o parto é  normal, e que nestes casos a medicina nunca deve permitir que a  gravidez chegue ao parto normal. Em vez disso realiza-se um parto  cesariano e o problema simplesmente deixa de existir. 

O Diário também afirmou que outras complicações poderiam ocorrer,  como "a septicemia (infecção generalizada), o descolamento da  placenta por conta da hipertensão arterial, a hipertensão ocasionada  pela gravidez, inclusive pré-eclampsia e eclampsia, as quais, se  não forem tratadas, podem provocar parada cardíaca ou derrame,  resultando em morte, tanto para a mãe como para o bebê". 

Em nenhum momento o Diário, ou qualquer outro das centenas de  jornais que repetiram o mesmo, explicou que estas complicações não  são repentinas. Ninguém vai dormir bem e acorda com uma septicemia,  ou infecção generalizada, mortal. Ninguém vai dormir bem e acorda  vítima de um derrame devido a uma ecl âmpsia. Antes que se desenvolva  uma eclâmpsia deve desenvolver-se uma pré eclâmpsia, e antes que se  desenvolva uma pré eclâmpsia devem-se constatar alterações no  padrão da pressão arterial. Antes que uma infecção se transforme  em septicemia deve haver uma grande infecção, e antes disso uma  infecção e pelo menos uma febre. O descolamento da placenta por  conta da hipertensão arterial também não é repentino. A placenta  descola gradualmente e vai avisando o médico através de pequenas  hemorragias. Os descolamentos totais e repentinos de placenta são  raríssimos e mesmo assim quando ocorrem é durante um trabalho de  partos normal onde reside o maior perigo. 

Tudo isto significa que, embora a gravidez seja considerada de risco,  a probabilidade de que uma criança grávida morra se tiver um bom  acompanhamento pré-natal e um parto cesário devidamente agendado é  praticame nte nula. O próprio bom senso mostra isto. Quantos casos  as pessoas, médicos ou não, conhecem de crianças grávidas que  morreram de parto? São coisas que se fossem comuns, os jornais,  ávidos por sensacionalismo, o noticiariam fartamente. Nesta mesma  semana, por ocasião dos fatos ocorridos no Recife, o próprio  Diário de Pernambuco, publicou sem maior destaque uma nota em que a  médica legista que atendeu o caso, a Dra. Carmelita Maia, ainda  que declarasse "haver urgência para o procedimento" e que a menina  "precisava fazer esse aborto o mais rápido possível", quando  perguntada pelo repórter se havia notícias de outros casos semelhantes  no estado de Pernambuco, declarou: 

 "ESTOU CONCLUINDO MINHA TESE DE DOUTORADO EM VIOLÊNCIA SEXUAL PELA  FUNDAÇÃO OSVALDO CRUZ, QUE ESTUDA A GRAVIDEZ EM MENORES DE 14 ANOS.  VERIFIQUEI QUE EM UM PERÍODO DE UM ANO 50 CRIANÇAS NO RECIFE NESSA FAIXA ETÁRIA TÊM BEBÊ". 

http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/02/28/urbana8_1.asp 

A legista declara ter pesquisado o tema e encontrado cinqüenta  crianças na faixa etária abaixo de 14 anos que tiveram bebê no  Recife. Quantas morreram? Não menciona nenhuma. 

E podemos ser mais explícitos: quantas foram as crianças que ficaram  grávidas, que tiveram um bom acompanhamento pré-natal e fizeram  parto cesariano morreram no Brasil nos últimos dez anos? A resposta  é uma só: provavelmente nenhuma, e foram muitas as crianças que  engravidaram nestes dez anos. O DataSus informa que 27610  crianças menores de 14 anos deram à luz crianças nascidas vivas no  Brasil em 2006. Em dez anos são cerca de trezentas mil  crianças. Este número impressionante mostra que a gravidez de  menores não é um evento raro. Estas trezentas mil crianças incluem  as que tiv eram e não tiveram acompanhamento pré-natal e parto por  cesariana. A pergunta é: quantas crianças menores de 14 anos que  tiveram acompanhamento pré natal e parto cesariano morreram por causa  da gravidez? O Datasus não tem registro de nenhuma. Provavelmente  nenhuma criança menor de 14 anos que teve acompanhamento pré natal e  possibilidade de parto cesariano morreu no Brasil nos últimos dez  anos. O fato da gravidez ser de risco não significa necessariamente  que a mãe irá morrer, mas sim que precisará de um acompanhamento  especial. Simples assim e todo médico sabe disso. 

Por que então os médicos que sabem destas coisas calam-se e não as  declaram publicamente? O motivo é simples. No Brasil onde o  governo Lula assina acordos internacionais para implantar o aborto  totalmente livre e o Comitê de Ética do Partido dos Trabalhadores  se prepara para processar e expulsar dois deputado s pelo único crime de  terem sido contra o aborto, não é politicamente correto dizer estas  coisas para o público. 

Mais difícil porém é explicar por que médicos, para-médicos e  funcionários de organizações não governamentais, sabendo que estão  mentindo ao induzir o público a acreditar que e menina irá morrer por  causa de uma gravidez, insistem tão abertamente em espalhar a  desinformação a todo o povo brasileiro. Tentaremos explicar por que  se mente desta maneira, conscientemente, com a conivência e o aplauso  da imprensa, durante o restante desta mensagem. 

Entretanto o que é certo é que a mãe e o pai da criança eram  claramente contrários ao aborto. Sendo assim eles teriam que ter o  direito de serem informados claramente a respeito. E não o foram.  Como veremos a seguir, foram informados do modo mais vergonhosamente  fraudulento. 

 

3. INTERNAÇÃO NO INSTITUTO MATERNO  INFANTIL DO RECIFE. 

Verificada a gravidez da menina, as autoridades acionaram o Conselho  Tutelar. Os conselheiros verificaram que a mãe era contrária ao  aborto e decidiram encaminhá-la ao Instituto Materno Infantil de  Pernambuco em Recife. O IMIP é um hospital de referência no  estado de Pernambuco em maternidade e pediatria, fundado pelo Dr.  Fernando Figueira, um médico que fêz história em Pernambuco.  Antes de fundar o IMIP e várias outras instituições tão  relevantes quanto, o Dr. Fernando Figueira já havia lecionado  medicina no Hospital das Clínicas de São Paulo, nos Estados  Unidos, no México e na França, havia escrito diversos livros e  ocupado o cargo de Secretário de Saúde do governo de Pernambuco. 

Na sexta feira dia 27 de fevereiro os conselheiros tutelares  dirigiram-se a Recife com a mãe da menina e a própria menina,  imaginando que as estavam encaminhando ao Instituto Médico Legal  para realizarem os exames de corpo de delito comuns nestas  ocorrências, e depois ao IMIP para iniciar os cuidados do pré  natal. 

Em vez disso porém, após terem passado pelo IML, foram recebidas  no IMIP pelo serviço de assistência social do Hospital que  convidou a conselheira tutelar a assinar um documento que autorizasse o  aborto. A conselheira, surpresa, respondeu que não haviam vindo ao  IMIP para abortar e que não iria assinar o documento. A  assistente retrucou que já estava tudo combinado e que elas teriam que  assinar. Diante da nova negativa da conselheira, a assistente  entregou-lhe um pedido escrito de próprio punho em que solicitava um  "encaminhamento ao Conselho Tutelar de Alagoinha no sentido de  mostrar-se favorável à interrupção da gravi dez da menina, com base  no Estatuto da Criança e do Adolescente e na gravidade do fato".  O Conselho deveria pronunciar-se a respeito até segunda feira dia 2  de março. 

Mas já na noite daquela sexta feira os jornais passaram a anunciar que  o aborto seria realizado no sábado. Na sexta feira o Jornal do  Comércio anunciou que 

 

"A MENINA DE 9 ANOS QUE ESTÁ GRÁVIDA DE  GÊMEOS E A IRMÃ DELA, DE 14 ANOS, QUE  TEM DEFICIÊNCIA, ESTÃO INTERNADAS NO  INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROFESSOR  FERNANDO FIGUEIRA (IMIP), NA ÁREA  CENTRAL DO RECIFE. HÁ INFORMAÇÕES DE  QUE O ABORTO PODE SER REALIZADO NESTE  SÁBADO". 

http://jc3.uol.com.br/2009/02/27/not_192976.php 

Ao meio dia de sábado o mesmo Jornal do Comércio anunciava o  Hospital haver confirmado o início dos procedimentos para o aborto,  que o procedimento já contava com o consentimento da família e qu e o  aborto seria realizado no mesmo sábado. Todas estas informações  eram falsas, mas já estavam sendo irradiadas para todo o Brasil pela  assessoria de imprensa do IMIP: 

"A ASSESSORIA DE IMPRENSA DO INSTITUTO  MATERNO INFANTIL PROFESSOR FERNANDO  FIGUEIRA (IMIP) CONFIRMOU QUE SERÁ  REALIZADO UM ABORTO NA MENINA DE 9 ANOS  QUE ESTÁ GRÁVIDA DE GÊMEOS. A  INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ NESSE CASO,  QUE TEVE O CONSENTIMENTO DA FAMÍLIA, É  PREVISTA EM LEI E DISPENSA AUTORIZAÇÃO  JUDICIAL. OS PROCEDIMENTOS  NECESSÁRIOS PARA A REALIZAÇÃO DO  ABORTO SERÃO REALIZADOS NESTE SÁBADO  DIA 28". 

http://jc3.uol.com.br/2009/02/28/not_192993.php 

A notícia, repetida também por outros jornais, assustou o Conselho  Tutelar de Alagoinha, pois havia sido combinado que nada seria feito  antes da segunda feira, quando o Conselho se pronunciaria e,  ademais, os cons elheiros sabiam que a mãe da menina era contrária ao  aborto. Voltaram por isso no sábado ao Recife, uma viagem de três  horas de carro na ida e outras três horas de volta, para entenderem o  que estava acontecendo e verificaram que a criança brincava no  hospital, nenhum procedimento havia sido iniciado e perguntaram à mãe  o que ela pensava a respeito. A mãe então afirmou claramente diante  dos conselheiros que ela era contrária ao aborto, 

"que pensava que o aborto não era correto, mesmo naquele caso, e que  ninguém tinha o direito de tirar a vida de ninguém". 

Mas, profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs também que  havia assinado "alguns papéis por lá", sobre os quais porém não  sabia dizer de que se tratava. Cabe dizer que a mãe é analfabeta e  não assina sequer o nome. Para assinar os documentos mencionados, de  que ela não sabia explicar o conteúdo, foi-lhe pedido que gravasse  neles as suas impressões digitais. 

Retornando no mesmo sábado à noite para Alagoinha, os conselheiros  preocuparam-se em procurar o pai da menina para que também ele se  pronunciasse a respeito do caso. Verificaram que o Sr. Erivaldo, o  avô dos dois bebês de cinco meses, tinha uma posição contrária ao  aborto e neste sentido ainda mais clara do que a da mãe. Erivaldo  concordou em dirigir-se ao IMIP na segunda feira, junto com o  conselho tutelar, para pedir a alta da filha. 

Restava ainda resolver a questão do documento que havia sido pedido  para ser encaminhado pelo Conselho Tutelar ao IMIP. Tendo  verificado que ambos os pais da menina internada no IMIP eram  contrários ao aborto, os membros do Conselho Tutelar de Alagoinha  votaram no domingo por unanimidade encaminhar ao IMIP uma  solicitação no sentido de que, respeitada a vontade de ambos os  p ais, que desejavam proteger as vidas dos dois bebês, não fosse  realizado o aborto. 

Enquanto isso no Recife e em todo o Brasil, a imprensa continuava a  noticiar, inveridicamente, que os procedimentos do aborto já haviam  sido iniciados. Esta atitude da imprensa em veicular informações que  eram sabidamente falsas preparou a nível nacional uma expectativa de  sensacionalismo e o ambiente neurótico em que se desenrolariam os  acontecimentos que viriam a se suceder. Em sua edição de domingo  assim afirmava o Diário de Pernambuco: 

"Os procedimentos para o aborto dos gêmeos esperados pela menina de  nove anos, vítima de abuso sexual, foram iniciados neste sábado. A  criança está internada, desde sexta-feira, na enfermaria de  gestação de alto risco no Instituto Materno Infantil (Imip),  assistida por uma equipe multidisciplinar. A família da criança  solicitou a interrupção d a gravidez e o Imip, diante do risco que  corre a paciente, acatou o pedido". 

http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/03/01/urbana13_0.asp 

 

4. ERIVALDO EM RECIFE. 

Na segunda feira à tarde o Sr. Erivaldo, pai da menina internada,  dirigiu-se ao IMIP, juntamente com os membros do Conselho  Tutelar de Alagoinha, pedir a alta da filha e a suspensão dos  procedimentos de aborto. O ambiente já estava preparado para que ele  fosse acolhido do modo como o foi. 

Recebidos pela mesma assistente social que havia pedido que o Conselho  Tutelar se pronunciasse a favor do aborto, os conselheiros  manifestaram que em Alagoinha todos os envolvidos estavam preocupados  pelas vidas das três crianças. A assistente retrucou imediatamente: 

- "AQUI NÃO HÁ TRÊS CRIANÇAS. SÓ EXISTE  UMA CRIANÇA, O REST O SÃO APENAS  EMBRIÕES". 

- "Como podem ser embriões?", respondeu um dos conselheiros.  "A gravidez está quase de cinco meses, os bebês já estão  formados, já têm fígado e coração". 

A assistente respondeu ainda que de fato eles tinham coração, mas  que isso não significava nada. Eram apenas embriões, e a menina  estava correndo risco de vida. 

Os conselheiros retrucaram que haviam tomado informações a respeito,  que havia em Recife muitos casos de gestação de menores mas não  havia conhecimento de meninas que houvessem morrido por causa de uma  gravidez. O que levava a crer que aquele caso seria uma exceção? 

A assistente respondeu que, por não ser médica, não saberia  explicar estas coisas, mas que já havia sido decidido que era  necessário fazer o aborto para salvar a vida da menina. 

Então o conselho apresentou o Sr. Erivaldo como sendo o pai da  menina. Ele ainda não havia se identificado como tal. Os  conselheiros disseram que ele havia vindo pessoalmente de Alagoinha  para pedir, junto com o Conselho Tutelar, a cessação dos  procedimentos de aborto e a conseqüente alta da filha. 

Pela lei brasileira quem responde pelos menores são ambos os pais.  Em todos as decisões em que estejam envolvidos menores de idade é  obrigatório o consentimento de ambos os pais. Se os dois pais estão  de acordo, a questão está fechada. Se um deles discorda do outro,  um juiz deverá ouvir a ambos e decidir quem está com a razão.  Qualquer procedimento que se afaste disso é ilegal. Nenhuma  autoridade que não seja um juiz pode iniciar qualquer procedimento em  um menor contra o consentimento de qualquer um dos pais. Nada retira  este poder de família que sempre pertence a ambos os pais em conjunto.  Se os dois pais se separam, não perdem o poder de família por este  motivo. Mesmo se um dos pais possuir a guarda da criança, possuirá  apenas o direito de conviver com ela, mas isto não retira o poder de  família do outro. Estas normas elementares do Direito brasileiro  foram frontalmente desprezadas no caso que estamos narrando. 

Ao saber que quem estava ali presente era o próprio pai da menina, a  assistente imediatamente solicitou que todos se retirassem da sala e  ambos conversaram a portas fechadas durante meia hora. 

Quando finalmente o pai retornou, era um homem mudado. Afirmou aos  conselheiros que a sua posição contrária ao aborto agora era outra,  porque a assistente lhe havia dito, reproduzindo as palavras dos que  testemunharam o evento, 

"QUE A SUA FILHA IRIA MORRER E, SE ELA  VAI MORRER, ENTÃO SERIA MELHOR ABORTAR  AS CRIANÇAS". 

Segundo o depoimento do pároco de Alagoinha, que acompanhav a a  equipe, não foi possível no momento ter maiores informações a  respeito, 

"UMA VEZ QUE, A PARTIR DA SAÍDA DA SALA,  A ASSISTENTE FEZ DE TUDO PARA QUE NÃO  NOS APROXIMÁSSEMOS DO PAI E  CONVERSÁSSEMOS COM ELE". 

No entanto, após a saída do hospital, quando puderam conversar  melhor com o pai, os conselheiros ficaram sabendo que aquilo que havia  feito o Sr. Erivaldo mudar de idéia e chegado à conclusão de que,  se não realizasse o aborto, sua filha iria morrer, tinha sido apenas  a conversa a portas fechadas com a assistente. 

- Mas como? Então o Sr. não falou com nenhum médico? Não  falou com mais ninguém? O Sr. não lembra que no saguão do  hospital nós todos perguntamos à assistente no que ela se baseava para  ter certeza que a menina iria morrer e ela respondeu que não sabia  porque ela não era médica? 

- É verdade, respondeu o Sr. Eri valdo. Mas agora quem me garante  que ela não vai morrer? 

Note-se quão grande era a diferença entre o que aconteceu e o que  estava sendo noticiado pelos jornais. A imprensa informou o público,  durante todo o tempo, para dar credibilidade ao serviço de aborto  legal do IMIP, que a família da criança estava 

"RECEBENDO ASSISTÊNCIA MÉDICA E É  ACOMPANHADA POR UMA EQUIPE  MULTIDISCIPLINAR, QUE INCLUI  GINECOLOGISTAS, PSICÓLOGOS E  ASSISTENTES SOCIAIS". 

http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/03/03/urbana2_0.asp 

No entanto ao pai da criança, que muito mais que a mãe, era  radicalmente contra o aborto, foi negada qualquer informação que  pudesse provir de uma equipe multidisciplinar. Foi apenas uma  assistente social, que minutos antes havia reconhecido diante de todos  que não tinha capacidade de responder a questões médicas e que  desprezou as dua s vidas que estavam no ventre materno, convenceu a  portas fechadas um homem praticamente analfabeto que a filha certamente  iria morrer se não fosse praticado o aborto. Nenhum médico foi  chamado, nenhuma psicóloga, nenhuma equipe multidisciplinar. Apenas  uma conversa a portas fechadas com uma assistente, interessada em que o  aborto fosse praticado a qualquer custo, e que dispensou o pai sem mais  após tê-lo convencido sobre o que ela própria havia reconhecido que  não tinha competência profissional para explicar. 

E infelizmente deve-se dizer que este não é um caso isolado. Os  grupos que trabalham a favor da vida estão constantemente em contato  com casos como estes. Os serviços de abortos legais no Brasil estão  tomados por ativistas que estão interessados mais em promover a  legalização do aborto do que no próprio bem dos pacientes ou em  respeitar o que eles pensam. Histórias com o estas são comuns. A  menos que alguém tenha alguma cultura superior e tenha convicções  muito bem elaboradas contra o aborto, o que se ouve são inúmeras,  inúmeras histórias semelhantes a estas. É muitíssimo comum que  estes serviços façam de tudo para que os que nele entram realizem um  aborto. Esta é a verdade. Estes serviços foram montados com o  apoio de recursos econômicos internacionais para servirem de base  política para a promoção da completa legalização do aborto. A  história do Sr. Erivaldo é apenas mais um de inúmeros exemplos. 

O Conselho Tutelar em seguida tentou entregar à assistente o  documento assinado por todos em que pedia-se a suspensão dos  procedimentos do aborto. A assistente disse que o documento não teria  mais importância, uma vez que a mãe da menina já havia assinado o  pedido do aborto. Mas a conselheira insistiu que o hospital deveria  rece ber o documento, uma vez que havia sido a própria assistente que o  havia pedido na sexta feira. Mas, para surpresa dos conselheiros, a  assistente negou várias vezes que houvesse pedido qualquer coisa. 

- Eu não pedi nada. 

- Como você diz que não pediu? Foi você mesma que escreveu um  pedido de próprio punho e o entregou na minha mão! respondeu a  conselheira tutelar. 

- Eu não escrevi nada, - replicou a assistente. 

- Escreveu sim, e vou mostrar. 

A conselheira procurou o documento em sua bolsa. 

- Está vendo esta letra? Não é a sua letra? Como pode dizer que  não pediu? 

A assistente tomou o documento em mãos, examinou e, em vez de  responder alguma coisa, rasgou diante da própria conselheira o  documento em muitos pedaços pequenos, dizendo: 

- Isto não vale nada. 

- Por que rasgou o documento? Não tenho outra cópia, mas todo  mundo em Alagoinha já viu. Todos os outros conselheiros, inclusive  o pároco de Alagoinha, já viram o documento que você rasgou. 

- Você mostrou o documento para o padre? 

- Sim. 

- "Você não devia ter feito isso", respondeu a assistente  nervosa. "Eu tinha dado este documento só para você. Não tinha  que mostrar para mais ninguém". 

A assistente então concordou em receber e protocolar o pedido da  suspensão do aborto por parte do Conselho Tutelar de Alagoinha e  permitiu que os conselheiros vissem a mãe e a criança, mas que  tomassem "cuidado com o que fossem falar". 

Os conselheiros puderam subir e viram a mãe e a criança.  Verificaram que os procedimentos para o aborto não haviam começado,  mas a assistente ficou muito junto da mãe e dos conselheiros e não  permitia nenhuma oportunidade para fazer alguma pergunta. 

Os conselheiros haviam sido informados de que a mãe havia assinado a  permissão para realizar o aborto e sabiam que no sábado a mãe  havia-lhes declarado, já no hospital, que era contrária ao aborto e 

"PENSAVA QUE O ABORTO NÃO ERA CORRETO,  MESMO NAQUELE CASO, E QUE NINGUÉM TINHA  O DIREITO DE TIRAR A VIDA DE NINGUÉM". 

Mas na segunda feira não puderam perguntar-lhe nada para confirmar se  realmente havia mudado de idéia ou por que. A assistente estêve o  tempo todo encostada manifestamente agindo de forma a inibir qualquer  pergunta mais delicada que pudesse ser feita. 

 

5. ERIVALDO RETORNA A RECIFE. 

Chocados com o que estava acontecendo e o modo como eles e o Sr.  Erivaldo haviam sido recebidos no IMIP, os conselheiros buscaram  ajuda ao retornarem aquela noite em Alagoinha. Fizeram contato com o  bi spo de Pesqueira, a cuja Diocese pertence a cidade, através de  quem entraram em contato também com o serviço de assessoria jurídica  da Arquidiocese de Recife. Diversamente de tudo o que tinha ocorrido  até o momento, foram pessoas muito atenciosas, que ao entenderem a  gravidade do que estava acontecendo, desmarcaram todos os seus  compromissos pessoais para poderem dedicar-se integralmente a ajudar  esta família. E estes, por sua vez, ainda tarde da noite, entraram  em contato com outros médicos e com alguns profissionais da área da  psicologia para entenderem bem o que estava acontecendo. 

De manhã bem cedo, o arcebispo de Recife já estava a par do caso em  todos os detalhes. Ligou para o Dr. Antônio Figueira, diretor do  IMIP, pedindo-lhe um encontro. Explicou-lhe o que estava  ocorrendo, que os pais da menina tinham uma posição contrária ao  aborto, como haviam sido tratados pelo hospi tal, como a imprensa  estava divulgando informações incorretas, e queria saber qual era o  verdadeiro estado de saúde da menina. O Dr. Antonio Figueira  respondeu ao arcebispo que pediria ao serviço médico do hospital que  suspendesse qualquer procedimento de aborto enquanto toda aquela  situação não ficasse esclarecida e dirigiu-se ao Palácio de  Manguinhos. 

Já no Palácio de Manguinhos o diretor do IMIP afirmou diante de  todos os presentes que a menina na realidade não corria risco iminente  de vida e que, se os pais não quisessem realizar o aborto, ela  poderia inclusive levar a gestação a termo se fossem oferecidos os  cuidados necessários de que seu quadro necessitava. 

No início da tarde o Sr. Erivaldo voltou para Recife encontrar-se  com o serviço de assessoria jurídica da Arquidiocese. Assinou um  documento de próprio punho em que pediu a cessação definitiva dos < br>procedimentos de aborto e a alta da filha. Assinou também uma  procuração para o advogado. A diocese, por outro lado, havia  entrado em contato com um médico e uma psicóloga que se dirigiriam em  seguida, junto com o Sr. Erivaldo, ao IMIP. O médico iria  encontrar-se com a equipe médica do hospital para entender qual o  verdadeiro quadro de saúde da filha do Sr. Erivaldo. A psicóloga  se encontraria com a mãe da criança. 

Quando estas pessoas chegaram ao hospital, no fim da tarde da terça  feira, foram informadas que a mãe não se encontrava mais no  estabelecimento. Segundo o IMIP, ela havia pedido alta para a  menina e, como não havia risco iminente de vida, o hospital não  havia podido negar a alta. Mas ninguém sabia dizer para onde havia  elas haviam ido. 

Logo após foram informados de que o Grupo Curumim, uma ONG que  trabalha pela legalização do aborto, havia estad o ali, conversado  com a mãe da menina e a havia convencido a pedir a alta da filha.  Souberam também que médica ginecologista Vilma Guimarães,  coordenadora do Centro de Atenção à Mulher do Imip e também  presidente da Sociedade Pernambucana de Ginecologia e Obstetrícia,  havia saído junto com a mãe e a criança. 

O Hospital não soube informar o telefone da Dra. Vilma. Segundo  a edição do Diário de Pernambuco de sexta feira dia 27 de  fevereiro, a Dra.Vilma já havia declarado à imprensa, antes mesmo  de examinar a menina, que em situações de risco (como aquela) 

"O MELHOR SERIA INTERROMPER A  GESTAÇÃO". 

http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/02/27/urbana1_1.asp 

Impressiona nesta história a contradição de como, até o dia  anterior, o hospital recusou ao Sr. Erivaldo qualquer possibilidade  de pensar na alta ou na suspensão dos procedimentos do ab orto devido  justamente ao suposto perigo iminente de vida que sua filha corria.  Mas agora era dada uma alta justamente com base no pressuposto de que  não havia risco iminente de vida para a criança. 

Embora o Hospital afirmasse que nada soubesse sobre o paradeiro da  mãe, o fato é que a própria médica coordenadora do Centro de  Atenção à Mulher do IMIP havia saído com ela e, portanto, a  coordenação do Hospital sabia para onde haviam ido. A coordenação  do IMIP sabia que dali a poucos momentos chegaria o pai da  criança, junto com o seu advogado, um médico e uma psicóloga a quem  não poderiam enganar como haviam feito dois dias antes com o Sr.  Erivaldo e como certamente o terão feito com a mãe da sua filha.  Resolveram que o único meio pelo qual aquele aborto poderia ser  realizado seria removendo a mãe e a criança para um paradeiro ignorado  até que o aborto fosse consuma do. Sabiam que o pai da criança era  contrário ao aborto e sabiam também que nestes casos não se poderia  realizar legalmente o aborto contra a vontade mesmo de apenas um dos  pais. 

Na terça feira à tarde todos os funcionários do hospital já sabiam  que o pai da menina era contrário ao aborto. Segundo o Jornal do  Comércio, a assessoria de imprensa havia comunicado naquela tarde que 

"O INSTITUTO MATERNO INFANTIL DE  PERNAMBUCO (IMIP) OPTOU POR AGUARDAR  UM CONSENSO ENTRE OS PAIS QUANTO AO  ABORTO DA MENINA DE 9 ANOS QUE  ENGRAVIDOU DE GÊMEOS DEPOIS DE SER  ESTUPRADA PELO PADRASTO DE 23 ANOS. DE  ACORDO COM A ASSESSORIA DO HOSPITAL, A  DECISÃO FOI TOMADA APÓS O PAI DA  CRIANÇA SE POSICIONAR CONTRA O  PROCEDIMENTO". 

http://jc.uol.com.br/2009/03/03/not_193194.php 

Este aborto seria, portanto, segundo as leis brasileiras, ilegal.  E se tiveram q ue esconder-se do pai, como realmente o fizeram, para  realizar um aborto que era ilegal, este aborto foi também  clandestino. Não houve legalidade nenhuma no que foi feito. A mãe  da criança, que sequer sabia assinar o próprio nome, jamais teria  tido a iniciativa de chamar o Grupo Curumim para que convencesse o  hospital a conceder alta e removê-la a um lugar que já estava  preparado de antemão e que não seria revelado nem para público, nem  para o próprio pai. 

É impressionante também a visível discriminação na diferença entre  o modo como os Conselheiros Tutelares haviam sido humilhantemente  impedidos de falarem com a mãe da criança apenas porque representavam  um pai que era contrário ao aborto, enquanto que no dia seguinte uma  entidade como o Grupo Curumim, apenas porque se auto intitulava  feminista e trabalha pela promoção do aborto, teve a liberdade de  entrar e conve ncer a mãe da criança não só a pedir alta como também  ser levado por este mesmo grupo, junto com a coordenação do  IMIP, a um paradeiro do qual já se sabia que não seria divulgado  para o pai da menina. 

Pouco depois veio a notícia de que a ONG a favor do aborto chamada  SOS Corpo de Recife também havia participado da operação resgate  no IMIP de Pernambuco. E, logo após, ficou-se sabendo também  que o periódico Diário de Pernambuco, qualificando  inacreditavelmente como sendo de pressão a posição da Igreja em vez  daquela do serviço de aborto legal do IMIP, já havia localizado o  paradeiro da mãe mas não o revelaria. Aparentemente todos nesta  história tinham o direito de saber o que e onde as coisas estavam  acontecendo, com exceção do pai da menina, não importando o que  diga a lei. Assim dizia o Diário: 

"Apesar da pressão da Igreja, a criança foi levada pela mãe para  outra unidade de saúde ainda na noite de ontem. O Diário localizou  as duas e tentou falar com a mãe no novo local de internamento, mas a  mulher preferiu não se pronunciar. A garota recebeu alta da unidade  ontem no início da noite. Segundo informações da assessoria de  imprensa do Imip, a liberação foi concedida a pedido da mãe, que  responde pela guarda da criança. Ela assinou um termo de  responsabilidade e saiu sem comunicar à direção hospitalar nem aos  conselheiros tutelares aonde iria levar a filha, se voltaria para casa  ou recorreria a outro hospital". 

http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/03/04/urbana1_0.asp 

O Grupo Curumim afirma ser uma organização cujo trabalho é  financiado pela IWHC, ou International Women Health Coalition,  ou ainda, em português, Coalisão Internacional para a Saúde da  Mulher. A IWHC é uma entidade feminista e uma das mai ores  promotoras internacionais do aborto clandestino. A entidade foi  praticamente fundada por Adrianne Germain, uma socióloga que antes  de haver fundado a IWHC havia trabalhado no Conselho Populacional  de Nova York, uma das Organizações Rockefeller que desencadeou,  nos anos 50, todo o trabalho de controle populacional e de promoção  do aborto ao qual assistimos hoje a nível internacional sem saber de  onde estas coisas procedem. Depois de algum tempo no Conselho,  Germain foi contratada pela Fundação Ford, através da qual  organizou toda a rede de serviços de abortos no Paquistão Oriental,  país em que até hoje o aborto é totalmente ilegal. Relatórios  disponíveis na Internet, escritos pela própria IWHC, afirmam  que a entidade já financiou a difusão do aborto clandestino nas  Filipinas, na Indonésia, na África e na maior parte dos países da  América Latina. A própria president e, Adrianne Germain, já  esteve pessoalmente várias vezes no Brasil onde, com o apoio da  Fundação Ford, distribuía equipamentos para a prática de abortos  em clínicas clandestinas. A entidade percorre o mundo buscando  encontrar e financiar lideranças feministas envolvidas com a promoção  do aborto, clandestino ou não. 

http://www.pesquisasedocumentos.com.br/Adrienne.pdf 

A IWHC é bastante conhecida nos meios que trabalham  internacionalmente a favor do aborto por haver publicado um manual de  estratégias de ação internacional para ampliar o acesso das mulheres  ao aborto, legal ou não. 

http://www.pesquisasedocumentos.com.br/IWHC.pdf 

No Brasil a IWHC é particularmente conhecida entre os que  trabalham para transformar o aborto de um homicídio para um direito  humano por haver indicado, no final dos anos 80, a brasileira  Carmen Barroso para dirigir um mega projeto de U$36 milhões de  dólares da Fundação MacArthur de Chicago para promover a  legalização do aborto no Brasil a partir de 1990. Hoje Carmen  Barroso é uma das diretoras da IPPF, International Planned  Parenthood Federation, uma organização internacional que é  proprietária da maior rede de clínicas de aborto dos Estados Unidos  e que atualmente está se dedicando a promover o aborto por meio de  drogas caseiras em toda a América Latina, com o apoio financeiro dos  governos dos países da Comunidade Européia. A obra iniciada pela  Fundação MacArthur no Brasil atualmente é continuada pelo  CEBRAP. 

O SOS Corpo foi um dos principais favorecidos pelo mega projeto de  U$ 36 milhões iniciado pela Fundação MacArthur no Brasil.  Recebeu várias doações de centenas de milhares de dólares que  revitalizaram completamente a organização. Segundo o relatório  publicado pela própria Fundação, a MacArthur estava procurando 

"organizações não governamentais estratégicas que pudessem usar o  financiamento externo para desenvolver sua capacidade de produzir  mudanças, com o objetivo, entre outros, de criar um sistema  legislativo que permitisse às mulheres o acesso a abortos e outros  serviços necessários. Em particular, a SOS Corpo foi objeto de  um financiamento de longo prazo com um excelente desempenho, tendo-se  tornado um centro de referência nacional para questões de gênero e de  direitos sexuais e reprodutivos, cobrando a responsabilidade das  agências governamentais quando elas deixam de implementar  políticas". 

http://www.pesquisasedocumentos.com.br/MacArthur.pdf 

 

6. O ABORTO É REALIZADO. 

Na madrugada de quarta feira dia 4 de março o Conselho Tutelar de  Alagoinha e a assessoria jurídica da Arquidiocese localizaram o  paradeiro da criança. Elas estavam no CISAM, também conhecido  como Maternidade da Encruzilhada, outro centro de referência para o  aborto legal no Recife. Mas ao ser contatado pelo Conselho Tutelar  e pelos representantes legais do pai da criança, o Hospital negou que  a mãe e a criança estivessem internadas no estabelecimento. 

Foi por volta do meio dia, quando os abortos já estavam consumados,  que a notícia foi publicamente anunciada. A indução do aborto havia  sido iniciada na noite anterior, algumas horas após a alta dada pelo  IMIP. A rapidez com que o aborto foi iniciado, diversamente do  procedimento que os hospitais de aborto legal costumam adotar nos casos  de gestação de menores, quando são realizados preliminarmente  diversos exames, faz supor que o IMIP não se limitou, como afirma  publicamente, apenas a cumprir o dever de fornecer a alta a pedido,  mas que também forneceu os dados clínicos da menina para que o aborto  se consumasse o mais rapidamente possível, antes que o paradeiro da  vítima fosse descoberto, o que realmente veio a acontecer. A  clandestinidade com que foi feito este aborto mostra que os que o  realizaram sabiam que ele era ilegal. Ao contrário do que a imprensa  quer dar a entender para impedir que o público perceba o que de fato  ocorria, eles não temiam nem o arcebispo nem o assédio