Dinamize sua paróquia com orientação
canônica e pastoral

POR D. HUGO DA SILVA CAVALCANTE, OSB

 

Sem dúvida não é fácil a tarefa de criar e de por para funcionar bem um CPP (Conselho Pastoral Paroquial), pois é necessário que os seus componentes tenham um projeto claro das funções a serem exercidas, não deixado
suscitar esperanças demasiadas que podem desiludir e dar origem a um organismo que já nasce morto. Para a sua criação e a obtenção de um funcionamento certo, é indispensável superar as seguintes dificuldades:
1. O autoritarismo ou a pseudo-autosuficiência clerical;
2. A incapacidade de se considerar uma comunidade;
3. A falta de atitudes e atividades evangelizadoras e a desconfiança, quando alguém se dá conta que ele pode ser um simples mecanismo vazio para servir a uma montagem burocrática.
E para superar esses problemas, é bom pensar e refletir sobre questões concretas, como:
1. Quais são os membros que formam o CPP?
Sendo presidido pelo pároco e formado, sobretudo, por fiéis leigos, é constituído por:
a) Todos os presbíteros que prestam seu serviço ministerial na paróquia;
b) Todos os diáconos permanentes que exercem suas funções no território da paróquia;
c) Pelos legítimos representantes dos Institutos de Vida Consagrada, religioso ou secular (de vida ativa) e das Sociedades de Vida Apostólica residentes na paróquia ou que exerçam um trabalho naquela área;
d) Pelos legítimos representantes dos grupos paroquiais, como os de ação sócio-caritativa, missões, vocações,
Conselho Paroquial de Assuntos Econômicos (CPAE), juventude, movimentos de casais, melhor idade, etc;
e) Pelos legítimos representantes de movimentos de apostolado leigos e comunidades eclesiais de base;
f) Por outros representantes de fiéis (não organizados), os representantes dos bairros, idades, set ores sociais, grupos de pessoas que participam periodicamente das celebrações na paróquia, etc.
2. Quais são as principais funções de um CPP?
1º. Analisar em todos os seus aspectos a realidade da comunidade paroquial e do povo que esta possui a missão de evangelizar, buscando as respostas pastorais mais adequadas;
2º. Promover a realização da ações que foram programadas e animar para que aconteça a colaboração do
maior número possível de fiéis cristãos, reunindo as suas iniciativas e discernindo sobre a conveniência ou não de as realizar;
3º. Elaborar anualmente, no princípio das atividades, com a ajuda de todos os grupos paroquiais, o plano pastoral geral da paróquia e organizar o calendário, assim como os meios e os métodos de realizá-lo;
4º. Coordenar o trabalho eclesial de todos os grupos paroquiais e animar a sua dimensão missionária = evangelizadora;
5º. Estabelecer contatos com outros Conselhos Pastorais e com outros movimentos apostólicos interparoquiais;
6º. Participar por meio d os representantes mais idôneos, na programação, condução e revisão do trabalho conjunto do setor, área ou região pastoral e também nos trabalhos do Conselho Diocesano de Pastoral = CDP.
7º. Revisar no final do ano pastoral as ações pastorais que foram realizadas e o cumprimento do plano pastoral geral da paróquia, levando em consideração os objetivos pastorais preferenciais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, da diocese e da programação do setor, área ou região pastoral, pois é a unidade básica da pastoral de conjunto. Pela sua própria natureza o CPP não tem competência naqueles assuntos supraparoquais dos quais as decisões são tomadas em outras instâncias.


Concluindo
Para o bom funcionamento desse organismo vivo a serviço de uma comunidade viva, é necessária para o seu crescimento e desenvolvimento, a composição dos Estatutos e do Regulamento Interno em cada diocese. Esses são normas concretas e flexíveis, onde se definam as competências e se dê lugar aos mecanismos de corresponsabilidade dos quais brotarão uma verdadeira assembleia de participação, de informação, de consulta, de deliberação e, com certeza, de decisões conjuntas, sinal concreto de que a pluralidade, como riqueza posta em comum, gera unidade: dinamiza.

D. Hugo da Silva Cavalcante, OSB é
Doutorando em Direito Canônico pela Lateranense em Roma,
Presidente da Sociedade Brasileira de Canonistas,
Sócio Correspondente da Associação Portuguesade Canonistas e
Consultor Canônico da Revista Paróquias & Casas Religiosas.
Site: www.infosbc.org.br
Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.