A fidelidade deve ser um ideal e uma realidade na vida dos que se casam. E ass idéias governam o mundo. Cada um vai agir de acordo com a idéia ou ideal que tem em si. Por isso, a pedagogia de Jesus se nos apresenta profundamente inteligente e sábia. Pela Palavra preparou os seus discípulos dando-lhes a idéia e depois cobrou deles atitude e não sentimento, porque este já tinham adquirido pela escuta da viva Palavra DELE.

            Há ainda que acrescentar dois elementos importantes. Um, o da vontade ou boa vontade. Necessário se faz imprimir em si vontade ou boa vontade para agir. E se ainda não existe um ideal porque a idéia ou nova mentalidade ainda não existe em si, busca-la, imprimindo força de vontade. Há muitas coisas que custam sacrifícios e assim se faz. Por que não imprimir vontade naquilo que se afigura importante e essencial para a ação e atitudes que mostram e convencem?

            O outro, o do esforço. A natureza humana deve colaborar com o esforço pessoal para que se tenha idéia de acordo com a Palavra de Deus, até procurando onde se possa obter.

            Conta na vida matrimonial as ações e as atitudes correspondentes e conseqüentes da idéia ou mentalidade que se tem. E para os fiéis cristãos, o que conta? A idéia ou mentalidade fundada na Palavra divina e que a Igreja prega e ensina constantemente: "O que Deus uniu o homem não separe".

            A falta do ideal ou mentalidade contribui para que a escuridão esteja sempre presente na vida e no ser das pessoas. O ideal se afigura como luz que expulsa a escuridão da vida e da existência. Luz e escuridão se correlacionam. Não há luz sem escuridão. Ela precisa penetrar na escuridão e iluminar todos os abismos escuros do ser interior, da própria alma. Se assim acontecer, tudo em si será luz.

            Estamos para celebrar o Natal de Jesus. E a solenidade do nascimento do Menino Deus se apresenta como solenidade da luz. Uma luz que brilhou nas trevas da humanidade, espantando toda escuridão. Luz que veio para transformar o mundo da obscuridade em claridade infinita.

            Deus se faz pequeno no meio da humanidade, se faz humano como todos e qualquer um, menos na escuridão, ou seja, sem pecado, nascido de uma mulher, Maria, tendo com pai adotivo José. Nasce numa família de esposos amáveis e cheios de ideal. O ideal de fazer a vontade divina, porque inspirados pela própria Palavra divina. Maria e José abriram-se para a luz e para eles não teve lugar a escuridão, a obscuridade. Estavam como que inebriados pelo ideal, ao atentarem pela vontade divina, logo sentiram a luz, luz que se fez carne, pessoa também com um nobre ideal: fazer a vontade divina.

            Por certo que, não terá sido fácil sentir e se por a disposição da vontade divina com atitude, com ações em favor dela. Mas o fizeram. Maria e José outorgaram à humanidade o maior prêmio já conhecido: o Deus Salvador, porque tinham um ideal divino, sem amarras, nem egoísmo.

            O casamento, também, requer a inexistência de amarras ou egoísmos. Necessita de um ideal aberto ao outro. Tanto é verdade que os filhos podem ser luz para os cônjuges e, de fato, o são. Gerar e pôr no mundo filhos fruto de um ideal de amor que vinculou homem e mulher numa comunhão de vida íntima, o matrimônio, soa como luz. Expressa-se popularmente e com razão quando um filho nasce, que sua mãe lhe deu a luz. E por que não dizer? Um filho é expressão de luz, tamanha luz, alegre luz, júbilo para todos.

            Celebrar o Natal de Jesus pode e deve ser para os cônjuges oportunidade para redescobrir ou reavivar o ideal, na fidelidade, daquela construção de uma comunidade de vida e amor, essencial ao casamento. Eis, pois!