A Páscoa é decerto a festa central da nossa religião. Pelo menos teologicamente, porque, na prática, o Natal supera a Páscoa em muito, no que tange ao interesse das pessoas. O Natal é, infelizmente, sinônimo de consumismo.E a Páscoa igualmente.  De qualquer modo, Deus se encarnou (fez-se humano) no Natal e ressuscitou (venceu a morte) na Páscoa. Sem o evento Páscoa, que quer dizer passagem (da morte à vida), Jesus não seria Deus e nós, as pessoas humanas, ainda estaríamos no pecado e na perdição.

A mensagem da Páscoa, à luz da teologia da libertação, é a ruptura (passagem) de uma vida anti-humana para um modo de viver plenamente humano, em que exista dignidade para todos. Assim, o cristão consciente celebra a Páscoa, promovendo ações que visem à transformação da sociedade, à edificação de um mundo com justiça social.

Nesta Páscoa, pratique um gesto de caridade. Quem sabe um dinheirinho a uma criança no farol, a visita a um enfermo ou a um amigo que faz tempo não vemos. Pode-se tentar, também, a incoação de uma amizade com um sofredor de rua, uma visita à favela. Pelo menos reze por estas pessoas, que são os preferidos de Cristo. Aliás, é impossível ser cristão, sob a ótica de qualquer enfoque teológico, se não se vai ao encontro do pobre; o pobre é a mediação entre Deus e nós outros. Como diz o evangelista: se tu não amas a teu irmão a quem tu vês, como podes amar a Deus, a quem tu não vês?


Feliz e santa Páscoa!

2003

Edson Luiz Sampel