Cuido se faça urgente a alternância em cargos eclesiásticos. Medida bastante salutar! Ninguém é dono de nada! Os institutos existentes nas dioceses pertencem à Igreja e, em última análise, ao povo de Deus. Compreendendo a situação neste prisma, vê-se com bons olhos, por exemplo, a nomeação do reitor do Santuário Nacional de Aparecida pelo lapso de dois anos. A cada biênio, um novo reitor. Excelente!  

            Se um clérigo ou um leigo se agarra indelevelmente a determinada função, há o risco iminente de apoderamento e abuso. Além disso, em certas circunstâncias, se alguém vira estrela, fatalmente obnubilará nosso Senhor. Ora, a única estrela é Jesus Cristo! O ministro, principalmente o presbítero, tem de diminuir (por isso, veste  paramentos), a fim de que Jesus cresça (cf. Jo 3, 30), e não o contrário!

            É importante que os superiores, nas congregações e nas Igrejas particulares, se esforcem por acompanhar os líderes e adotem a regra salutar da alternância no poder. Nenhuma pessoa deve permanecer longo tempo em cargo nenhum! Observe-se que até mesmo os párocos costumam ter mandatos temporários, se houver justa causa (cf. cânon 522 e legislação complementar da CNBB), isto sem falar nos próprios sucessores dos apóstolos que, desde o Concílio Vaticano II, são exortados a apresentar renúncia quando completam setenta e cinco anos de idade. (cf. cânon 401, §1.&or dm;). &n bsp; 

Edson Luiz Sampel
Professor da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo (da Arquidiocese de São Paulo).