O Papa Francisco inspirou-se na passagem do evangelho de São Mateus (Mt 14, 22-33) – que apresenta a experiência singular de Jesus e Pedro durante uma noite de tempestade no lago de Tiberíades-, em sua mensagem para o 57º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, celebrado no próximo dia 3 de maio. O Pontífice escolheu quatro palavras-chave – tribulação, gratidão, coragem e louvor – para agradecer aos sacerdotes pelo apoio ao seu ministério.
Assim, a primeira palavra da vocação, na mensagem, é gratidão. Francisco afirma que “toda a vocação nasce daquele olhar amoroso com que o Senhor veio ao nosso encontro, talvez mesmo quando o barco estava à mercê da tempestade. Mais do que uma escolha nossa, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor (Carta aos Presbíteros, 4/VIII/2019); por isso conseguiremos descobri-la e abraçá-la, quando o nosso coração se abrir à gratidão e souber reconhecer a passagem de Deus pela nossa vida”.
Sobre a coragem, Francisco salienta que o Senhor sabe que para qualquer opção fundamental de vida – como casar-se ou consagrar-se de forma especial ao seu serviço – exige coragem. “Ele conhece os interrogativos, as dúvidas e as dificuldades que agitam o barco do nosso coração e, por isso, nos tranquiliza: Não tenhas medo! Eu estou contigo. A fé na presença d’Ele que vem ao nosso encontro e nos acompanha mesmo quando o mar está revolto, liberta-nos daquela acédia que podemos definir uma «tristeza adocicada» (Carta aos Presbíteros, 4/VIII/2019), isto é, aquele desânimo interior que nos bloqueia impedindo-nos de saborear a beleza da vocação”, diz o Papa.
O Papa também fala da tribulação, que na mensagem especifica concretamente como fadiga. Ele diz que toda a vocação requer empenhamento. “Se nos deixarmos arrastar pelo pensamento das responsabilidades que nos esperam – na vida matrimonial ou no ministério sacerdotal – ou das adversidades que surgirão, bem depressa desviaremos o olhar de Jesus e, como Pedro, arriscamo-nos a afundar. Pelo contrário a fé permite-nos, apesar das nossas fragilidades e limitações, caminhar ao encontro do Senhor Ressuscitado e vencer as próprias tempestades. Pois Ele estende-nos a mão, quando, por cansaço ou medo, corremos o risco de afundar e dá-nos o ardor necessário para viver a nossa vocação com alegria e entusiasmo”, salienta.
E então, Francisco fala sobre o louvor. “Esta é a última palavra da vocação e pretende ser também o convite a cultivar a atitude interior de Maria Santíssima: agradecida pelo olhar que Deus pousou sobre Ela, superando na fé medos e perturbações, abraçando com coragem a vocação, Ela fez da sua vida um cântico eterno de louvor ao Senhor”, afirmou.
Por fim, Francisco deseja que especialmente neste Dia de Oração pelas Vocações, mas também na ação pastoral ordinária das comunidades, a Igreja percorra este caminho ao serviço das vocações, abrindo brechas no coração de todos os fiéis, para que cada um possa descobrir com gratidão a chamada que Deus lhe dirige, encontrar a coragem de dizer sim, vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de louvor, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro.
Para ler a mensagem do Papa, na íntegra, clique aqui.
Subsídio
No Brasil, o Setor Juventudes da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) elaborou um roteiro de Leitura Orante, a partir da mensagem do Papa para o 57º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Este momento orante pode ser feito na comunidade religiosa, paroquial, grupos, famílias, por quem deseja rezar pelas vocações.
A irmã Clotilde Prates de Azevedo, assessora do Setor Juventudes da CRB, explica que no roteiro existem algumas propostas de vídeos, com motivações e músicas vocacionais. “Continuemos a pedir ao Senhor da messe que continue enviando operários e operárias para sua messe”, exortou.