Francisco iniciou seu discurso recordando as origens dos jesuítas segundo a Fórmula do Instituto de 1550, segundo a qual “os jesuítas se dedicariam à defesa e à propagação da fé e à salvação das almas na vida e doutrina cristã”, assim como “encontrar os desventurados, socorrer misericordiosamente e ajudar os que estão nos cárceres e nos hospitais, e praticar todas as obras de caridade”. “Estas palavras não eram uma declaração de intenções, mas um modo de vida que já tinham provado, que lhes dava consolo por se sentiam enviados pelo Senhor”.

 

“O Padre Arrupe sempre acreditou que o serviço à fé e à promoção da justiça não poderiam separar-se, porque estão radicalmente unidos. E o que até então tinha sido uma virtude de alguns jesuítas, deveria converter-se numa preocupação de todos ”

 

– Nos pobres, o encontro com Cristo.

 

O Papa recordou aos presentes que “nos pobres, encontrais um lugar privilegiado de encontro com Cristo. E isso é uma precioso presente na vida dos seguidores de Jesus: receber o dom de se encontrar com Ele entre as vítimas e os miseráveis” e que o encontro com Cristo entre os seus favoritos fortalece a nossa fé”.

 

Em seguida o Pontífice falou sobre a situação no mundo de hoje com as injustiças e dores dos homens, recordando que “subsiste o tráfico de pessoas, aumentam episódios de xenofobia e a busca egoísta do interesse nacional, a desigualdade entre os países e também dentro dos mesmos aumentam sem que se encontrem soluções”. Também recordou que

 

“ Nunca maltratamos e ferimos a nossa casa comum como nos últimos dois séculos, e não surpreende que os efeitos mais graves de todas as agressões ambientais recaem sobre as pessoas mais pobres ”

 

Portanto para se seguir Jesus implica uma série de tarefas: “Começa pelo acompanhamento dos pobres, contemplar neles o rosto de Nosso Senhor crucificado. Continua com a atenção às necessidades humanas que surgem, muitas vezes inumeráveis, inabordáveis na sua totalidade”, devemos descobrir as melhores respostas que possam gerar a criatividade apostólica e os objetivos que o padre Arrupe tanto desejava.

 

Para estar ao lado dos últimos, das vítimas do descarte, devemos dar atenção às suas necessidades, que algumas vezes são inúmeras. 

 

“ Precisamos de uma verdadeira ‘revolução cultural’ uma transformação da nossa visão coletiva, das nossas atitudes, do nosso modo de nos percebermos a nós mesmos e de nos situarmos no mundo ”

 

O Papa incentiva os presentes: “Continuai com este empenho criativo, necessitado sempre de revolução numa sociedade com mudanças tão aceleradas. Ajudai a Igreja no discernimento que hoje também temos que fazer sobre os nossos apostolados. Não deixeis de colaborar entre vós e com outras organizações eclesiais e civis para sempre terdes uma palavra de defesa pelos mais desfavorecidos neste mundo cada vez mais globalizado. Globalizado de modo incorreto, diz o Papa, onde se perde a identidade própria de cada um. Onde todos são iguais”.

 

– Abrir caminhos à esperança.

 

Ao recordar a necessidade de defender os mais fracos o Papa adverte: “Nas fronteiras da exclusão corremos o risco de desesperar, se contarmos unicamente com a lógica humana. Muitas vezes as vítimas deste mundo não se deixam levar pela tentação de desistir, porque ainda confiam e mantêm a esperança”.

 

“Todos somos testemunhas de que os mais humildes, os explorados, os pobres e excluídos podem fazer muito… Quando os pobres se organizam, convertem-se em autênticos ‘poetas sociais’: criadores de trabalho, construtores de casas, produtores de alimentos, sobretudo para os descartados pelo mercado global”.

 
 
 
 
ResponderEncaminhar