A presidente Dilma Rousseff ao divulgar a decisão do governo de manter sigilo sobre os gastos com as obras da Copa de 2014, afirmou que a medida pretende evitar a roubalheira no dinheiro público. Ora, se o governo Lula, em que não havia sigilo, foi caracterizado pelos escândalos com dinheiro público, imagine agora com sigilo. Tome-se como exemplo o caso do ex-ministro Palocci, que enriqueceu no governo Lula. O mensalão do PT. O caso de Santo André. O caso de Brasília. O mensalão do DEM. O caso dos Correios. O caso de Daniel Dantas e outros, ligados a campanhas eleitorais e licitações públicas irregulares. Todos que nunca foram apurados como era de se esperar de um estado de direito como o nosso, pelos órgãos de controle, Tribunais de Contas e Ministério Público.

Agora, com o sigilo e a dispensa de licitações, a festa de São João será genuinamente brasileira. As obras da Copa vão sair mas muita gente vai enriquecer, como Palocci enriqueceu, pois não demonstrou para a sociedade como ganhou tanto dinheiro em tão pouco tempo. Se não demonstrou, presume-se que não ganhou trabalhando, como Bill Gates ou Warren Buffett, dos quais conhecemos a competência em transformar inteligência e disciplina em dinheiro. Entre nós, a maioria dos brasileiros ao final de quarenta anos de trabalho não consegue juntar em poupança quinhentos mil reais, quanto mais vinte milhões. A única explicação plausível, é que tal prodigalidade para ganhar dinheiro fácil só pode ser privilégio da inteligência petista.

É uma inteligência prática, que dispensa teorias econômicas. Thomas Robert Malthus e Adam Smith morreriam de inveja da sagacidade lulista. Para que reforma política ou tributária, que aniquilaria a corrupção política e sanearia as finanças públicas, quando basta aumentar impostos para comprar cestas básicas para os pobres? Pronto, está resolvido o problema da fome. Foi por isso que para resolver o problema do atraso das obras da Copa, Lula entrou em cena com a sua "praticidade". Aliás, quem disse que ele "desencarnou", como prometeu? Ele mora em São Paulo, mas o espírito dele continua no Planalto falando com a voz da Dilma. E, quando Dilma é lenta, ele manda, nomeia e demite por telefone ministros. Como no caso da ministra Izabella Teixeira que liberou rapidinho a obra de Belo Monte, depois que levou um pito do "todo-poderoso".

Se eu fosse grego, chamaria Lula, Palocci e Dirceu, para resolver os problemas econômicos de lá. Esses conhecem os segredos para se ganhar muito dinheiro em pouco tempo. Mas, como todos sabem, o governo grego gastou muito dinheiro desde os Jogos Olímpicos de Atenas e escondeu os gastos. Continuou gastando e escondendo, até que o país quebrou. Quando se gasta escondido, o dinheiro escorrega para contas particulares no exterior. Quando o gato (os órgãos de controle e sociedade) está ausente, os ratos fazem a festa. Nós conhecemos bem essa festa. Mas só vamos nos dar conta quando em vez de legalizar a maconha, o povo brasileiro fizer marcha "pelo nosso dinheiro", como os gregos.