"E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Mc 16,15).

Com o objetivo de aprofundar a evangelização da dimensão da partilha (dízimos, ofertas e esmolas) e suas abrangências, vamos refletir e sugerir algumas diretrizes básicas, a importância e necessidades do dizimo, para o povo e a Igreja.

"Oferecer o dízimo segundo o costume", isto é: ajudar a igreja em suas necessidades: É o Quinto Mandamento da Igreja. O dízimo foi instituído nos primórdios da história sagrada. Está contido na Bíblia de Gênese a Apocalipse. Encontra-se na Lei de Deus acerca de 1300 antes de Cristo. O dízimo é um compromisso com Deus, a Igreja e os pobres. É a fé do cristão sacramentada como sinais de obediência, compromisso, gratidão e fidelidade ao Reino. O dízimo deve ser levado MENSALMENTE ao Templo ou nas celebrações do dízimo. Foi praticado pelos cristãos na Igreja primitiva e Jesus o recomenda como prática aceitável (Mt 23,23).

PONTOS ESSENCIAIS

A evangelização do dizimo é de todos e não apenas da pastoral do dizimo. A Igreja, o sacerdote, os fiéis, os cristãos, lideres dos setores (pequenas comunidades), pastorais, movimentos, grupos, etc; são responsáveis pela evangelização.

1. A IGREJA: Como missionária, deve anunciar, conscientizar e evangelizar os fiéis sobre a necessidade, importância e dimensões do dízimo e o que representa o dizimo nas obras do Reino de Deus.

2. O SACERDOTE: Ser o orientador espiritual e responsável por todo trabalho pastoral. Evangelizar e conscientizar os cristãos sobre a necessidade, importância e dimensões do dízimo. Para fortalecer e testemunhar a partilha e o trabalho, ser o dizimista número um da Paróquia. Receber os dízimos dos fiéis, para a Igreja (Heb 7,5).

3. OS DIZIMISTAS: Serem conscientizados do compromisso, necessidade, importância e dimensões do dízimo na Igreja. Colaborar na sua evangelização, pelas experiências e testemunhos. Fazer a experiência (Mal 3,10), buscando á fidelidade ao Senhor. Devolver o dízimo em atitude de fé, amor, gratidão, compromisso e obediência a Palavra de Deus. Jamais ofertar o dízimo pôr interesse "uso da Paróquia". Ex: batizar, casar, etc (1Tim 6,9).

4. RESPONSABILIDADES DO CONSELHO DE PASTORAL: Deve colaborar na conscientização dos cristãos, lideres dos setores (pequenas comunidades), pastorais, movimentos, grupos, etc; sobre a real dimensão do dízimo na Igreja. Zelar pelo andamento e transparência do dízimo paroquial. Zelar por sua evangelização.

5. RESPONSABILIDADES DO CONSELHO ECONÔMICO: Deve colaborar na conscientização dos cristãos, lideres dos setores (pequenas comunidades), pastorais, movimentos, grupos, etc; sobre a real dimensão do dízimo na Igreja. Zelar pelo andamento e transparência do dízimo paroquial. Efetuar balancetes e demonstrativos mensais do dizimo. Conhecer as dimensões do dízimo. O mesmo deve ser utilizado na manutenção da Paróquia/Comunidade (Ne 10,33-40); ajuda a outras comunidades, ao Bispado, ao Seminário, além do sustento do sacerdote (1Cor 9,13-14; Lc 10,7; 1Tim 5,7) e ajuda aos necessitados (Dt 14,29; Mt 25,31-46). Sua aplicação deve ser em torno disso!

6. DIMENSÕES DO DIZIMO: O dízimo deve ser visto na Igreja, não só como uma pastoral, movimento ou grupo, mas também como compromisso do cristão, com as obras do Reino de Deus. "É a Igreja em si". Tem a finalidade de atender ás dimensões Social, Missionária e Religiosa, para o qual foi instituído por Deus, gerando naturalmente o sinal da "PARTILHA". Fruto disso, brota a fé, o amor, justiça, caridade, fraternidade e solidariedade, entre os irmãos e na comunidade.

7. A DIMENSÃO DA PARTILHA NO TERCEIRO MILÊNIO: "Dízimos, Ofertas e Esmolas".

Além do Dízimo, (Ex 25,1-9; Lv 27,28-32; Nm 15,1-4; 1Sm 8,15-17), a dimensão da PARTILHA se constitui também das OFERTAS E ESMOLAS.

· Oferta: é um presente de forma espontânea que se dá a Deus (Lc 21,1-4). Deve vir do coração. As ofertas devem ser levadas à Igreja e ofertadas durante o ofertório das celebrações e missas. As ofertas especiais também devem ser levadas a Igreja

· Esmola: Quem der ao pobre não passará necessidade, mas quem fecha os olhos aos pobres, ficará cheio de maldições (Prov. 28,27). Encerra a esmola no coração do pobre, e ela rogará pôr ti a fim de te preservar de todo o mal (Eclo 29,15). Podemos imaginar que as "ditas" expressões "Deus lhe pague - Deus ti abençoe", são respostas de Deus quando ajudamos os irmãos necessitados.

Deus não precisa das nossas coisas e de dinheiro, mas nos educa ao exercício da fé, a prática do amor, fraternidade, justiça e partilha. Deus, não precisa do dízimo, mas os irmãos, a Igreja, a comunidade, sim: "Irmãos que se amam se ajudam - um por todos, todos por um".

O trabalho missionário do dizimo nos leva a vocação, um chamado para servir a Cristo e ao próximo. Um dom onde se exercita o anúncio da Palavra, a sabedoria de Deus, a fé, o amor, a oração, a partilha, o compromisso, a fidelidade, o companheirismo, a adoração, o testemunho, o reconhecimento e a obediência da criatura com o Criador.

Jesus disse: Ide por todo o mundo pregai o Evangelho a toda criatura (Mc 16,15). Que Ele nos ensine a anunciar, evangelizar o DÍZIMO e a dimensão da partilha, como sinais de fé, amor e fraternidade. E, que tudo isso seja para a honra e glória do Nosso Senhor Jesus Cristo, hoje e sempre. Amém!

Paz e Benção

Diácono Claudino Affonso - PASTORAL DO DÍZIMO