Um levantamento, realizado pela Associação de Lojistas em shopping centers do Estado do Rio de Janeiro (Aloserj) revelou queda de 116,2% nas vendas em outubro em relação ao mesmo período do ano passado. Para o natal, entretanto, a expectativa é de aquecimento nas vendas, principalmente a partir da segunda quinzena de dezembro.

Para o consultor econômico da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Alberto Furuguem, a expectativa é bem melhor do que se imaginava e o natal deste ano pode comparar ao do ano passado. De acordo com o gerente de marketing da Nova América Outlet Shopping, Filipe Gurjão, este vai ser um Natal bem gordo para os shoppings centers.

"Os lojistas estão bastante otimistas em relação às vendas neste Natal. As lojas estão super bem preparadas com os estoques em cima. Estamos apostando bastante neste Natal e vamos comprar mais mercadorias no mês que vem", completa o gerente de marketing.

Apesar do otimismo em relação ao Natal, o período que antecede ás festas ainda preocupa. "No momento, ocorre que com a taxa de desemprego alta e os juros lá em cima o poder aquisitivo das pessoas cai bastante e leva junto o potencial de consumo, explica ainda o senhor Filipe Gurjão. Pergunta-se: o verdadeiro sentido do Natal está na expectativa de aquecimento nas vendas? Certamente que não!

O VERDADEIRO NATAL

O verdadeiro Natal, autêntico, histórico, revelador dos projetos de Deus Criador, portador de Boas Notícias, nos leva a Belém e nos faz contemplar a simplicidade do presépio: Um menino, lindo, envolvido com faixas, reclinado numa manjedoura. O anjo do Senhor, anunciando a grande alegria, para todo o povo, isto é, o nascimento do Salvador, o Cristo Senhor. Uma multidão de Anjos Jubilosos, louvando e cantando Glória a Deus, e desejando a paz na terra a todos, homens e mulheres, muito amados. Os pastores, indo apressados a Belém, encontraram Maria, José e o recém-nascido, deitado na manjedoura, glorificaram e louvaram fervorosamente a Deus (Lc 2,6-20). Sim, meus amigos leitores, o verdadeiro Natal é o Nascimento da Vida; é a festa que nos enche de alegria. Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. Pois, Deus Pai, na imensa misericórdia com que nos amou, compadeceu-se de nós e deu-nos a vida em Cristo (Ef 2,5) para que fôssemos N´Ele uma nova criação, na obra de suas mãos.

O Natal nos faz tomar consciência de nossa dignidade de cristãos, de membros de Cristo, feitos para a fraternidade, a paz e o amor, e não par o egoísmo, a avareza, a concentração de rendas, que geram a fome, a miséria, que impelem para a guerra, o ódio e a vingança.

O Ano Santo 2000, o Jubileu de Reconciliação, fez-nos sentir que se passaram dois mil anos de história sem se atenuar a pujança daquele Anúncio feito pelos anjos, quando comunicaram aos pastores o acontecimento maravilhoso do Nascimento de Jesus em Belém: "Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador , que é o Messias, Senhor" (Lc 2,11). Passaram-se dois mil anos, mas permanece viva como nunca a proclamação, que Jesus fez de sua missão, a seus conterrâneos na sinagoga de Nazaré. Passaram-se dois mil anos, mas volta sempre, cheio de consolação para os pecadores necessitados de misericórdia..." (João Paulo II - Novo Millennio Ineunte - No início do Novo Milênio, nº 4).

TESTEMUNHO DA PAZ

Irmãos e irmãs das Comunidades Eclesiais de toda a diocese o Tempo do Advento, que é o período propício e oportuno para a preparação á vinda do Senhor, na carne, feito homem, está se aproximando: preparemo-nos de todo o coração para celebrarmos o verdadeiro Natal, festa da vida e da Salvação. Participamos, com entusiasmo e alegria, da Novena em Família, nos grupos de base, de oração e reflexão. Evitemos dar tanta importância e destaque ao fantástico Papai Noel, que induz ao consumismo. Não façamos grandes e inúteis gastos em presentes, em roupas de luxo, mas pensemos, com toda consciência cristã e seriedade eclesial em particular algo concreto com os pobres, sem-teto, sem roupa, excluídos, esquecidos pela sociedade e sempre mais famintos. Despojemo-nos, portanto, do velho homem, isto é de atos mesquinhos: de orgulho, presunção, vaidade, imaturidade e infantilidade. Vivamos, ao contrário, a Vida Nova, em Cristo, caminhando para a luz e o Reino de Deus, como fermento transformador no meio em que vivemos, lembrando-nos das palavras proféticas do divino Mestre: "Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e vieste ver-me" (Mt 5,9 - 25-36).

Dom João Maria Messi - OSM