No dia 21 de novembro celebramos a memória da Apresentação de Nossa Senhora no Templo de Jerusalém; em relação a essa memória a Tradição sempre pensou e percebeu a casa dos Santos Joaquim e Ana, pais de Nossa Senhora, em Jerusalém, como próxima do Templo e, portanto, que a Virgem Santa Maria tenha sido instruída nas Sagradas Escrituras frequentando a oração reservada as mulheres, como dantes tinha aquela também reservada aos homens.
Sabemos que somente os evangelhos apócrifos imaginam e se alongam na descrição da Apresentação de Maria no Templo de Jerusalém. Junto daquele Templo, o Imperador Justiniano, então, decretou a construção de uma igreja mariana, dedicada no dia 21 de novembro de 543 (destruída uns setenta anos depois). Como celebração litúrgica a memória se instaura em Constantinópolis já no século VIII, mas no Ocidente a difusão foi lenta, antes de tudo em ambientes locais e somente em 1472 é que foi estendida à toda Igreja Ritual Latina.
Essa está entre aquelas memórias que "além do dado apócrifo, propõem conteúdos de um alto valor exemplar e continuam veneráveis tradições" (Marialis cultus, n. 8).
Nesse dia, por instituição do Beato João XXIII, há extamos cinquenta anos, portanto, em 1959, se faz a celebração da Jornada Mundial PRO ORANTIBUS ou o Dia de Oração e de Ofertas pelas Monjas, isto é, pelas mulheres consagradas a Deus na oração e no silêncio; afastadas do mundo mas que vivem do trabalho das próprias mãos e fazem intercessão junto a Deus por todas as necessidades da Igreja e do mundo.
Muitos Bispos, em todas as partes do mundo, solicitam a presença de um Mosteiro, mesmo que pequeno, para que possam ter na Diocese um farol, que intercede pelas necessidades espirituais e pela fecundidade da evangelização.
A nossa cultura, marcada, sobretudo pelo pragmatismo, portanto, por aquilo que vê e toca, esquece cada vez mais a força da oração e da dimensão espiritual da vida. A humanidade vive em seu transcurso por demais agitado e tem necessidade de quem pare e reze, recordando da outra dimensão da nossa existência.
É desejável e louvável que a nossa Conferência Episcopal, por intermédio da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, faça notar a existência deste dia, se não nesta data, mas ao menos em outra, como fazem tantas Conferências Episcopais, para que, mesmo vivendo in Deo abscondita a vida contemplativa tenha reconhecido o seu valor.
Você já se preocupou em saber se em sua cidade há um Mosteiro, já rezou por elas, já as ajudou? Procure e descobrirá!
Hoje, com o Senhor, podemos também agradecer a Deus pela vida de quem soube oferecer-se a Ele, como o seu Tudo, para fazer espaço no coração do mundo inteiro. Que a Virgem Santa Maria nos auxile nesse desejo de louvor!
D. Hugo Cavalcante, OSB