Dentre as grandes decisões da vida humana, uma é o casamento e, por certo, um dos passos mais importantes da existência. Deus, na sua infinita sabedoria, no início da criação, instituiu o casamento, tornando-o uma instituição permanente e indestrutível. A vida humana se constitui em um dom e, ao mesmo tempo, em um mistério. Dom porque, incontestavelmente, é presente de Deus Criador e Soberano de toda a criação; mistério porque cientificamente ainda inexplicável quanto à origem, embora pela fé, sabe-se que a vida tem origem na determinação de Deus que a criou. Deus dotou a natureza de leis próprias e para o ser humano também inscreveu leis que regulam a existência e a vida. Instituiu o casamento perpétuo e exclusivo, ou seja, tornou-o uma instituição cuja existência se submete à exigência de permanência e, portanto, indissolúvel por direito natural. 

Não se pode falar, então, em casamento por experiência ou como uma aventura, porquanto, ele existe para o inestimável dom da vida, vida bem dos cônjuges, vida para as futuras gerações, vida para a humanidade. O tema casamento sempre trouxe fascínio, porque dele vem a inspiração, por certo rica e plena de conteúdo, sobretudo em matéria de relacionamento humano, aquela inter-relação e interação do ser humano com seu semelhante, ou com sua alma gêmea. Desde a origem da criação, o casamento encontra-se no plano salvífico de Deus. A criação do ser humano foi coroamento da obra da criação. 

Vontade de Deus sobre o casamento, obviamente, será o que vem descrito nas primeiras páginas da Sagrada Escritura, isto é: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine... e sobre toda a terra”. Deus criou o homem à sua imagem; ele o criou à imagem de Deus, e os criou homem e mulher. Deus os abençoou: ‘Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra...’... e viu que tudo era muito bom”. Deus instituiu na criação o casamento uno, monogâmico e indissolúvel. União fundamentada no amor mútuo dos que procuram a própria realização no casamento ou no sacramento do matrimônio.

“A vocação universal à santidade é dirigida também aos cônjuges e aos pais cristãos: é especificada para eles pela celebração do sacramento e traduzida concretamente nas realidades próprias da existência de uma autêntica e profunda espiritualidade conjugal e familiar (...)”