"Fiscal" da Santa Sé ilustra resposta aos casos de pederastia


Entrevista com mons. Charles J. Scicluna, da Congregação para a Doutrina da Fé
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 15 de março de 2010 (ZENIT.org).- Publicamos entrevista de monsenhor Charles J. Scicluna, promotor de justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, fiscal do Tribunal da Santa Sé, que tem por tarefa investigar os delitos que a Igreja considera mais graves (delicta graviora): contra a Eucaristia, contra a santidade do sacramento da penitência e o delito contra o sexto mandamento (Não cometerás atos impuros), por parte especialmente de um clérigo com um menor de 18 anos.
Delitos que com um motu proprio de 2001, Sacramentorum sanctitatis tutela, reservaram-se à competência da Congregação para a Doutrina da Fé. De fato, o "promotor de justiça" é o encarregado, entre outras coisas, da terrível questão dos sacerdotes acusados de pederastia, escândalos que saltam periodicamente às páginas dos meios de comunicação.A entrevista de mons. Scicluna, de origem maltesa, foi publicada nesse sábado pelo jornal Avvenire.
-O senhor tem fama de rigoroso, e no entanto se acusa sistematicamente a Igreja Católica de ser tolerante com os chamados "padres pederastas".-Mons. Scicluna: Pode ser que no passado, talvez por um mal-entendido sentido de defesa do bom nome da instituição, alguns bispos, na prática, tenham sido muito indulgentes com este triste fenômeno. Eu digo na prática porque, no âmbito dos princípios, a condenação por esta tipologia de delito sempre foi firme e inequívoca. Pelo que diz respeito apenas ao século passado, basta recordar a famosa instrução Crimen Sollecitationes, de 1922.
-Mas não era de 1962?-Mons. Scicluna: Não, a primeira edição remonta-se ao pontificado de Pio XI. Mais tarde, com o beato João XXIII, o Santo Ofício ocupou-se de uma nova edição para os padres conciliares, mas a tiragem foi só de duas mil cópias, que não bastaram para a distribuição, adiada sine die. De todas as formas, tratava-se de normas de procedimento nos casos de solicitudes durante a confissão e de outros delitos mais graves de tipo sexual, como o abuso sexual de menores.
-No entanto, eram normas em que se recomendava o segredo...-Mons. Scicluna: Uma má tradução ao inglês desse texto deu motivo a que se pensasse que a Santa Sé impunha o segredo para ocultar os atos. Mas não era assim. O segredo de instrução servia para proteger a boa fama de todas as pessoas envolvidas, em primeiro lugar as vítimas, e depois os clérigos acusados, que têm o direito - como qualquer outra pessoa - à inocência presumida até que se demonstre o contrário. A Igreja não gosta da postura de conceber a justiça como um espetáculo. A normativa sobre os abusos sexuais nunca foi interpretada como proibição de denúncia às autoridades civis.
-No entanto, esse documento é sempre citado para acusar o pontífice atual de ter sido - como prefeito do antigo Santo Ofício - o responsável objetivo de uma política de acobertamento dos fatos por parte da Santa Sé.-Mons. Scicluna: É uma acusação falsa e uma calúnia. A propósito, permito-me assinalar alguns dados. Entre 1975 e 1985, não aparece que se tenha submetido à atenção de nossa congregação algum aviso de casos de pederastia por parte de clérigos. De todas as formas, após a publicação do Código de Direito Canônico de 1983 houve um período de incerteza acerca do elenco de delicta graviora reservados à competência deste dicastério. Só com o motu proprio de 2001, o delito de pederastia voltou a ser de nossa exclusiva competência. Desde aquele momento, o cardeal Ratzinger demonstrou sabedoria e firmeza na hora de tratar esses casos. Mais ainda. Deu prova de grande valor, enfrentando alguns casos muito difíceis e espinhosos, sine acceptione personarum. Portanto, acusar o pontífice de ocultação é, repito, falso e calunioso.
-Que acontece se um sacerdote é acusado de um dos delitos mais graves (delictum gravius)?-Mons. Scicluna: Se a acusação é verossímil, o bispo tem a obrigação de investigar tanto a credibilidade da denúncia como o objeto da mesma. E se o resultado da investigação prévia é atendível, já não tem a faculdade de dispor em matéria e deve referir o caso a nossa congregação, onde será tratado pelo departamento disciplinar.
-Quem forma parte deste departamento?-Mons. Scicluna: Junto a mim, que por ser um dos superiores do dicastério devo me ocupar de outras questões, há também um chefe de departamento, o padre Pedro Miguel Funes Díaz, sete eclesiásticos e um penalista leigo que acompanham esses procedimentos. Outros oficiais da congregação dão sua valiosa contribuição segundo seus diversos idiomas e competências.
-Diz-se que esse departamento trabalha pouco e com lentidão...-Mons. Scicluna: É uma observação injusta. Em 2003 e 2004, uma avalanche de casos cobriu nossas mesas. Muitos procediam dos Estados Unidos e se referiam ao passado. Nos últimos anos, graças a Deus, o fenômeno tem-se reduzido muito. E, portanto, tentamos tratar os casos novos em tempo real.
-Quantos trataram até agora?-Mons. Scicluna: Nos últimos nove anos (2001-2010), analisamos as acusações relativas a cerca de 3.000 casos de sacerdotes diocesanos e religiosos concernentes a delitos cometidos nos últimos 50 anos.
-Quer dizer, três mil casos de sacerdotes pederastas?-Mons. Scicluna: Não é correto definir assim. Podemos dizer que em cerca de 60% desses casos, trata-se mais de atos de "efebofilia", ou seja, devidos à atração sexual por adolescentes do mesmo sexo. Outros cerca de 30% se tratam de relações sexuais. 10% são atos de pedofilia verdadeira e própria, isto é, determinados pela atração sexual por crianças impúberes. Os casos de sacerdotes acusados de pedofilia verdadeira e própria são, então, cerca de 300, em nove anos. São sempre muitos, é inquestionável, mas há de se reconhecer que o fenômeno não está tão difundido como se pretende.
-Dos três mil acusados, quanto foram processados e condenados?-Mons. Scicluna: Podemos dizer que em 20% dos casos houve processo penal ou administrativo, verdadeiro e próprio, que normalmente ocorreu nas dioceses de procedência - sempre sob nossa supervisão - e, só raramente, aqui em Roma. Fazendo assim se agiliza o procedimento. Em 60% dos casos, sobretudo devido à idade avançada dos acusados, não houve processo, mas se ditaram contra eles normas administrativas e disciplinares, como a obrigação de não celebrar missas com os fiéis, de não confessar, de levar uma vida retirada e de oração. Há que reafirmar que nestes casos, entre os quais houve alguns de grande impacto, dos que se ocuparam os meios de comunicação, não se trata de absolvições. Não houve uma condenação formal, mas se uma pessoa foi obrigada ao silêncio e à oração, será por algo.
-Resta analisar 20% dos casos...-Mons. Scicluna: Em 10% dos casos, particularmente graves e com provas, o Santo Padre assumiu a dolorosa responsabilidade de autorizar um decreto de demissão do estado clerical. Trata-se de um procedimento gravíssimo, empreendido administrativamente, mas inevitável. Nos restantes 10% dos casos, os próprios clérigos acusados pediram a dispensa das obrigações derivadas do sacerdócio, que foi aceita com prontidão. Os sacerdotes implicados nestes últimos casos tinham em seu poder material de pornografia pederasta e por isso foram condenados pelas autoridades civis.
-Qual é a procedência destes três mil casos?-Mons. Scicluna: Sobretudo dos Estados Unidos, que entre 2003-2004 representavam ao redor de 80% da totalidade dos casos. Até 2009, a porcentagem norte-americana diminuiu, passando a ser a fatia de 25% dos 223 novos casos assinalados em todo o mundo. Nos últimos anos (2007-2009), efetivamente, a média anual dos casos assinalados à Congregação em todo o mundo foi de 250 casos. Muitos países registram só um ou dois casos. Aumenta, portanto, a diversidade e o número dos países de procedência dos casos, mas o fenômeno é muito limitado. Há de se ter em conta que são 400.000 no total os sacerdotes diocesanos e religiosos no mundo. Essa estatística não corresponde com a percepção criada quando casos tão tristes ocupam as primeiras páginas dos jornais.
-Dizia há pouco que os processos, próprios e verdadeiros, englobam 20% dos três mil casos examinados nos últimos anos. Todos resultaram na condenação dos acusados?-Mons. Scicluna: Muitos processos já celebrados se resolveram com a condenação do acusado. Mas tampouco faltaram outros em que o sacerdote foi declarado inocente ou em que as acusações não foram consideradas ou suficientemente provadas. De qualquer modo, em todos os casos, analisam-se sempre não apenas a culpabilidade ou não culpabilidade do clérigo acusado, mas também o discernimento sobre sua idoneidade ao ministério público.
-Uma acusação recorrente às hierarquias eclesiásticas é que não denunciam também às autoridades civis os delitos de pedofilia.-Mons. Scicluna: Em alguns países de cultura jurídica anglosaxã, mas também na França, os bispos que sabem, fora do segredo sacramental da confissão, que seus sacerdotes cometeram delitos estão obrigados a denunciá-los às autoridades judiciais. Trata-se de um dever pesado, porque estes bispos estão obrigados a realizar um gesto como o de um pai que denuncia seu filho. Apesar de tudo, nossa indicação nestes casos é respeitar a lei.
-E nos casos em que os bispos não estão obrigados pela lei?-Mons. Scicluna: Neste casos, não impomos aos bispos que denunciem os próprios sacerdotes. Nós os alentamos a se dirigir às vítimas para convidá-las a elas mesmas denunciarem estes sacerdotes dos quais foram vítimas. Ademais, os convidamos a proporcionar toda a assistência espiritual, mas não só espiritual, a estas vítimas. Em um recente caso referente a um sacerdote condenado por um tribunal civil italiano, esta Congregação sugeriu precisamente aos denunciantes, que se tinham dirigido a nós para um processo canônico, que comunicassem também às autoridades civis, no interesse das vítimas e para evitar outros crimes.
-Está prevista a prescrição pelos delicta graviora?-Mons. Scicluna: Tocou num ponto crítico. No passado, quer dizer, antes de 1889, a prescrição da ação penal era uma norma alheia ao direito canônico. Para os delitos mais graves, só com o motu proprio de 2001 se introduziu uma prescrição de dez anos. Sobre a base destas normas, nos casos de abuso sexual, o decênio começa no dia em que o menor completa 18 anos.
-É suficiente?-Mons. Scicluna: A prática indica que a norma de dez anos não é adequada para estes tipos de caso e seria desejável voltar ao sistema precedente, em que os delicta graviora não prescreviam. A 7 de novembro de 2002, o venerável servo de Deus João Paulo II concedeu a este dicastério a faculdade de revogar a prescrição caso por caso, perante um pedido motivado por parte do bispo, e a revogação normalmente se concede.
(Por Gianni Cardinali. Tradução de Alexandre Ribeiro)


A "Paixão" de Bento XVI


entre conspirações, calúnias e "bolas de papel".
Traduzido e adaptado de Ginaluca Barile: www.papanews.it
O primado sobre a Igreja, conferido por Cristo a Pedro e a seus sucessores não é "simplesmente" a faculdade de guiar o povo terreno na caminhada rumo a Deus. É algo mais. É a entrega do martírio. O próprio Cristo revelou isso ao Apóstolo escolhido para apascentar o Seu rebanho: "Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te vestias sozinho e ias onde querias; mas, quando envelheceres, estenderás a tua mão e um outro te vestirá e te levarás onde não queres" (Jo 21,18).
A profecia de fato se cumpriu, em Roma, pelas mãos de Nerone, sobre a colina do Vaticano, onde Pedro foi crucificado, como o seu Mestre mas de cabeça para baixo, conforme seu pedido, porque se sentia indigno de morrer da mesma maneira que o Messias.
Nós, católicos, sabemos que Pedro, hoje, é Bento XVI. Não temos dúvida disso. Mas que, vestindo os paramentos de Nerone, assopra sobre o fogo do escândalo da pedofilia? Aqueles que desejam silenciar o Papa dos valores não negociáveis; o Pontífice que não se esquivou por medo diante dos lobos; o Chefe da Igreja, sem exitação ou compromissos na defesa da vida, na condenação do aborto e da eutanásia, na tutela do matrimônio natural.
Trata-se dos potentíssimos lobby econômicos, farmacêuticos, homossexuais, a quem seria certamente mais cômodo um Papa débil e silencioso ou, melhor ainda, mais "tolerante". Se trata de verdadeiras e próprias organizações criminais, cínicas e cruéis, que agem em uníssono com a maçonaria para fazer uma caricatura de Bento XVI como o "número 1" da mais ativa e ameaçadora Associação para delinqüir e violentar sexualmente crianças que já existiu em toda a história: a Igreja Católica.
Bem, eles não terão sucesso. Ou, melhor, para dizer tudo, já faliram. Primeiro porque as acusações são infundadas: ninguém como este Pontífice, desde quando era Cardeal Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, combateu com tantos resultados a pedofilia e os abusos sexuais praticados em geral pelo Clero; depois, porque nenhuma pessoa de bom senso poderia colocar em dúvida a estatura e honestidade intelectual de Joseph Ratzinger.
Depois da "lenda negra" de Pio XII sobre os judeus, há quem queira, hoje em dia, criar a "lenda negra" de Bento XVI, como aquele que passou a vida encobrindo casos de padres pedófilos.
Estamos ainda na Quaresma, mas a "paixão" do Santo Padre já começou dolorosamente.
Avante! Força! Coragem! Ajudemo-lo com a oração, confiando-o e confiando-nos a Maria Santíssima.
Façamo-nos "Cireneus". Tomemos um pouco da sua Cruz e acompanhemo-lo sem exitação.
Desde o atentado contra João Paulo II, não se via mais um ataque tão direto e cruel ao Sumo Pontífice.
Mas não podemos e não devemos nos render, até porque a promessa de Cristo a Pedro é irrevogável:
"As portas do inferno não prevalecerão..."




Fonte: Vatican.va
Traduçáo náo oficial
1. Amados Irmãos e Irmãs da Igreja na Irlanda, é com grande preocupação que vos escrevo como Pastor da Igreja universal. Como vós, fiquei profundamente perturbado com as notícias dadas sobre o abuso de crianças e jovens vulneráveis da parte de membros da Igreja na Irlanda, sobretudo de sacerdotes e religiosos. Não posso deixar de partilhar o pavor e a sensação de traição que muitos de vós experimentastes ao tomar conhecimento destes actos pecaminosos e criminais e do modo como as autoridades da Igreja na Irlanda os enfrentaram.
Como sabeis, convidei recentemente os bispos irlandeses para um encontro aqui em Roma a fim de referir sobre o modo como trataram estas questões no passado e indicar os passos que empreenderam para responder a esta grave situação. Juntamente com alguns altos Prelados da Cúria Romana ouvi quanto tinham para dizer, quer individualmente quer em grupo, enquanto propunham uma análise dos erros cometidos e das lições aprendidads, e uma descrição dos programas e dos protocolos hoje existente. As nossas reflexões foram francas e construtivas. Alimento a confiança de que, como resultado, os bispos se encontrem agora numa posição mais forte para levar por diante a tarefa de reparar as injustiças do passado e para enfrentar as temáticas mais amplas relacionadas com o abuso dos menores segundo modalidades conformes com as exigências da justiça e com os ensinamentos do Evangelho.
2. Por meu lado, considerando a gravidade destas culpas e a resposta muitas vezes inadequada que lhes foi reservada da parte das autoridades eclesiásticas no vosso país,, decidi escrever esta Carta Pastoral para vos expressar a minha proximidade, e para vos propor um caminho de cura, de renovação e de reparação.
Na realidade, como muitos no vosso país revelaram, o problema do abuso dos menores não é específico nem da Irlanda nem da Igreja. Contudo a tarefa que agora tendes à vossa frente é enfrentar o problema dos abusos que se verificaram no âmbito da comunidade católica irlandesa e de o fazer com coragem e determinação. Ninguém pense que esta dolorosa situação se resolverá em pouco tempo. Foram dados passos em frente positivos, mas ainda resta muito para fazer. É preciso perseverança e oração, com grande confiança na força restabelecedora da graça de Deus.
Ao mesmo tempo, devo expressar também a minha convicção de que, para se recuperar desta dolorosa ferida, a Igreja na Irlanda deve em primeiro lugar reconhecer diante do Senhor e diante dos outros, os graves pecados cometidos contra jovens indefesos. Esta consciência, acompanhada de sincera dor pelo dano causado às vítimas e às suas famílias, deve levar a um esforço concentrado para garantir a protecção dos jovens em relação a semelhantes crimes no futuro.
Enquanto enfretais os desafios deste momento, peço-vos que vos recordeis da «rocha de que fostes talhados» (Is 51, 1). Reflecti sobre as contribuições generosas, com frequência heróicas, oferecidas à Igreja e à humanidade como tal pelas passadas gerações de homens e mulheres irlandeses, e deixai que isto gere impulso para um honesto auto-exame e um convicto programa de renovação eclesial e individual. A minha oração é por que, assistida pela intercessão dos seus muitos santos e purificada pela penitência, a Igreja na Irlanda supere a presente crise e volte a ser uma testemunha convincente da verdade e da bondade de Deus omnipotente, manifestadas no seu Filho Jesus Cristo.
3. Historicamente os católicos da Irlanda demonstraram-se uma grande força de bem quer na pátria quer fora. Monges célticos, como São Colombano, difundiram o Evangelho na Europa Ocidental lançando as bases da cultura monástica medieval. Os ideais de santidade, de caridade e de sabedoria transcendente que derivam da fé cristã, encontraram expressão na construção de igrejas e mosteiros e na instituição de escolas, bibliotecas e hospitais que consolidaram a identidade espiritual da Europa. Aqueles missionários irlandeses tiraram a sua força e inspiração da fé sólida, da guia forte e dos comportamentos morais rectos da Igreja na sua terra natal.
A partir do século XVI, os católicos na Irlanda sofreram um longo período de perseguição, durante o qual lutaram para manter viva a chama da fé em circunstâncias perigosas e difíceis. Santo Oliver Plunkett, o Arcebispo mártir de Armagh, é o exemplo mais famoso de uma multidão de corajosos filhos e filhas da Irlanda dispostos a dar a própria vida pela fidelidade ao Evangelho. Depois da Emancipação Católica, a Igreja teve a liberdade de crescer de novo. Famílias e inúmeras pessoas que tinham preservado a fé durante os tempos das provações tornaram-se a centelha de um grande renascimento do catolicismo irlandês no século XIX. A Igreja forneceu escolarização, sobretudo aos pobres, e isto deu uma grande contribuição à sociedade irlandesa. Um dos frutos das novas escolas católicas foi um aumento de vocações: gerações de sacerdotes, irmãs e irmãos missionários deixaram a pátria para servir em todos os continentes, sobretudo no mundo de língua inglesa. Foram admiráveis não só pela vastidão do seu número, mas também pela robustez da fé e pela solidez do seu empenho pastoral. Muitas dioceses, sobretudo em África, América e Austrália, beneficiaram da presença de clero e religiosos irlandeses que anunciaram o Evangelho e fundaram paróquias, escolas e universidades, clínicas e hospitais, que serviram tanto os católicos, como a sociedade em geral, com atenção especial às necessidades dos pobres.
Em quase todas as famílias da Irlanda houve alguém - um filho ou uma filha, uma tia ou um tio - que deu a própria vida à Igreja. Justamente as famílias irlandesas têm em grande estima e afecto os seus queridos, que ofereceram a própria vida a Cristo, partilhando o dom da fé com outros e actualizando-a num serviço amoroso a Deus e ao próximo.
4. Contudo, nos últimos decénios a Igreja no vosso país teve que se confrontar com novos e graves desafios à fé que surgiram da rápida transformação e secularização da sociedade irlandesa. Verificou-se uma mudança social muito rápida, que muitas vezes atingiu com efeitos hostis a tradicional adesão do povo ao ensinamento e aos valores católicos. Com frequência as práticas sacramentais e devocionais que sustentam a fé e a tornam capaz de crescer, como por exemplo a confissão frequente, a oração quotidiana e os ritos anuais, não foram atendidas. Determinante foi também neste período a tendência, até da parte de sacerdotes e religiosos, para adoptar modos de pensamento e de juízo das realidades seculares sem referência suficiente ao Evangelho. O programa de renovação proposto pelo Concílio Vaticano II por vezes foi mal compreendido e na realidade, à luz das profundas mudanças sociais que se estavam a verificar, não era fácil avaliar o modo melhor de o realizar. Em particular, houve uma tendência, ditada por recta intenção mas errada, a evitar abordagens penais em relação a situações canónicas irregulares. É neste contexto geral que devemos procurar compreender o desconcertante problema do abuso sexual dos jovens, que contribuiu em grande medida para o enfraquecimento da fé e para a perda do respeito pela Igreja e pelos seus ensinamentos.
Só examinando com atenção os numerosos elementos que deram origem à crise actual é possível empreender uma diagnose clara das suas causas e encontrar remédios eficazes. Certamente, entre os factores que para ela contribuíram podemos enumerar: procedimentos inadequados para determinar a idoneidade dos candidatos ao sacerdócio e à vida religiosa; insuficiente formação humana, moral, intelectual e espiritual nos seminários e nos noviciados; uma tendência na sociedade a favorecer o clero e outras figuras com autoridade e uma preocupação inoportuna pelo bom nome da Igreja e para evitar os escândalos, que levaram como resultado à malograda aplicação das penas canónicas em vigor e à falta da tutela da dignidade de cada pessoa. É preciso agir com urgência para enfrentar estes factores, que tiveram consequências tão trágicas para as vidas das vítimas e das suas famílias e obscureceram a luz do Evangelho a tal ponto, ao qual nem sequer séculos de perseguição não tinham chegado.
5. Em diversas ocasiões desde a minha eleição para a Sé de Pedro, encontrei vítimas de abusos sexuais, assim como estou disponível a fazê-lo no futuro. Detive-me com elas, ouvi as suas vicissitudes, tomei nota do seu sofrimento, rezei com e por elas. Precedentemente no meu pontificado, na preocupação por enfrentar este tema, pedi aos Bispos da Irlanda, por ocasião da visita ad limina de 2006, que «estabelecessem a verdade de quanto aconteceu no passado, tomassem todas as medidas adequadas para evitar que se repita no futuro, garantissem que os princípios de justiça sejam plenamente respeitados e, sobretudo, curassem as vítimas e quantos são atingidos por estes crimes abnormes» (Discurso aos Bispos da Irlanda, 28 de Outubro de 2006).
Com esta Carta, pretendo exortar todos vós, como povo de Deus na Irlanda, a reflectir sobre as feridas infligidas ao corpo de Cristo, sobre os remédios, por vezes dolorosos, necessários para as atar e curar, e sobre a necessidade de unidade, de caridade e de ajuda recíproca no longo processo de restabelecimento e de renovação eclesial. Dirijo-me agora a vós com palavras que me vêm do coração, e desejo falar a cada um de vós individualmente e a todos como irmãos e irmãs no Senhor.
6. Às vítimas de abuso e às suas famílias
Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. Muitos de vós experimentastes que, quando éreis suficientemente corajosos para falar de quanto tinha acontecido, ninguém vos ouvia. Quantos de vós sofrestes abusos nos colégios deveis ter compreendido que não havia modo de evitar os vossos sofrimentos. É comprensível que vos seja difícil perdoar ou reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos sentimos. Ao mesmo tempo peço-vos que não percais a esperança. É na comunhão da Igreja que encontramos a pessoa de Jesus Cristo, ele mesmo vítima de injustiça e de pecado. Como vós, ele ainda tem as feridas do seu injusto padecer. Ele compreende a profundeza dos vossos padecimentos e o persistir do seu efeito nas vossas vidas e nos relacionamentos com os outros, incluídas as vossas relações com a Igreja. Sei que alguns de vós têm dificuldade até de entrar numa igreja depois do que aconteceu. Contudo, as mesmas feridas de Cristo, transformadas pelos seus sofrimentos redentores, são os instrumentos graças aos quais o poder do mal é infrangido e nós renascemos para a vida e para a esperança. Creio firmemente no poder restabelecedor do seu amor sacrifical - também nas situações mais obscuras e sem esperança - que traz a libertação e a promessa de um novo início.
Dirigindo-me a vós como pastor, preocupado pelo bem de todos os filhos de Deus, peço-vos com humildade que reflictais sobre quanto vos disse. Rezo a fim de que, aproximando-vos de Cristo e participando na vida da sua Igreja - uma Igreja purificada pela penitência e renovada na caridade pastoral - possais redescobrir o amor infinito de Cristo por todos vós. Tenho confiança em que deste modo sereis capazes de encontrar reconciliação, profunda cura interior e paz.
7. Aos sacerdotes e aos religiosos que abusaram dos jovens
Traístes a confiança que os jovens inocentes e os seus pais tinham em vós. Por isto deveis responder diante de Deus omnipotente, assim como diante de tribunais devidamente constituídos. Perdestes a estima do povo da Irlanda e lançastes vergonha e desonra sobre os vossos irmãos. Quantos de vós sois sacerdotes violastes a santidade do sacramento da Ordem Sagrada, no qual Cristo se torna presente em nós e nas nossas acções. Juntamente com o enorme dano causado às vítimas, foi perpetrado um grande dano à Igreja e à percepção pública do sacerdócio e da vida religiosa.
Exorto-vos a examinar a vossa consciência, a assumir a vossa responsabilidade dos pecados que cometestes e a expressar com humildade o vosso pesar. O arrependimento sincero abre a porta ao perdão de Deus e à graça do verdadeiro emendamento. Oferecendo orações e penitências por quantos ofendestes, deveis procurar reparar pessoalmente as vossas acções. O sacrifício redentor de Cristo tem o poder de perdoar até o pecado mais grave e de obter o bem até do mais terrível dos males. Ao mesmo tempo, a justiça de Deus exige que prestemos contas das nossas acções sem nada esconder. Reconhecei abertamente a vossa culpa, submetei-vos às exigências da justiça, mas não desespereis da misericórdia de Deus.
8. Aos pais
Ficastes profundamente transtornados ao tomar conhecimento das coisas terríveis que tiveram lugar naquele que deveria ter sido o ambiente mais seguro para todos. No mundo de hoje não é fácil construir um lar doméstico e educar os filhos. Eles merecem crescer num ambiente seguro, amados e queridos, com um forte sentido da sua identidade e do seu valor. Têm direito a ser educados nos valores morais autênticos, radicados na dignidade da pessoa humana, a serem inspirados pela verdade da nossa fé católica e a aprender modos de comportamento e de acção que os levem a uma sadia estima de si e à felicidade duradoura. Esta tarefa nobre e exigente está confiada em primeiro lugar a vós, seus pais. Exorto-vos a fazer a vossa parte para garantir a melhor cura possível dos jovens, quer em casa quer na sociedade em geral, enquanto que a Igreja, por seu lado, continua a pôr em prática as medidas adoptadas nos últimos anos para tutelar os jovens nos ambients paroquiais e educativos. Enquanto dais continuidade às vossas importantes responsabilidades, certifico-vos de que estou próximo de vós e que vos dou o apoio da minha oração.
9. Aos meninos e aos jovens da Irlanda
Desejo oferecer-vos uma particular palavra de encorajamento. A vossa experiência de Igreja é muito diversa da que fizeram os vossos pais e avós. O mundo mudou muito desde quando eles tinham a vossa idade. Não obstante, todos, em cada geração, estão chamados a percorrer o mesmo caminho da vida, sejam quais forem as circunstâncias. Todos estamos escandalizados com os pecados e as falências de alguns membros da Igreja, sobretudo de quantos foram escolhidos de modo especial para guiar e servir os jovens. Mas é na Igreja que encontrareis Jesus Cristo que é o mesmo ontem, hoje e sempre (cf. Hb 13, 8). Ele ama-vos e ofereceu-se a si próprio na Cruz por vós. Procurai uma relação pessoal com ele na comunhão da sua Igreja, porque ele nunca trairá a vossa confiança! Só ele pode satisfazer as vossas expectativas mais profundas e conferir às vossas vidas o seu significado mais pleno orientando-as para o serviço ao próximo. Mantende o olhar fixo em Jesus e na sua bondade e protegei no vosso coração a chama da fé. Juntamente com os vossos irmãos católicos na Irlanda olho para vós a fim de que sejais discípulos fiéis do nosso Deus e contribuais com o vosso entusiasmo e com o vosso idealismo tão necessários para a reconstrução e para o renovamento da nossa amada Igreja.
10. Aos sacerdotes e aos religiosos da Irlanda
Todos nós estamos a sofrer como consequência dos pecados dos nossos irmãos que traíram uma ordem sagrada ou não enfrentaram de modo justo e responsável as acusações de abuso. Perante o ultraje e a indignação que isto causou, não só entre os leigos mas também entre vós e as vossas comunidades religiosas, muitos de vós sentis-vos pessoalmente desanimados e também abandonados. Além disso, estou consciente de que aos olhos de alguns sois culpados por associação, e considerados como que de certo modo responsáveis pelos delitos de outros. Neste tempo de sofrimento, desejo reconhecer-vos a dedicação da vossa vida de sacerdotes e de religiosos e dos vossos apostolados, e convido-vos a reafirmar a vossa fé em Cristo, o vosso amor à sua Igreja e a vossa confiança na promessa de redenção, de perdão e de renovação interior do Evangelho. Deste modo, demonstrareis a todos que onde abunda o pecado, superabunda a graça (cf. Rm 5, 20).
Sei que muitos de vós estais desiludidos, transtornados e encolerizados pelo modo como estas questões foram tratadas por alguns dos vossos superiores. Não obstante, é essencial que colaboreis de perto com quantos têm a autoridade e que vos comprometais para fazer com que as medidas adoptadas para responder à crise sejam verdadeiramente evangélicas, justas e eficazes. Sobretudo, exorto-vos a tornar-vos cada vez mais claramente homens e mulheres de oração, seguindo com coragem o caminho da conversão, da purificação e da reconciliação. Deste modo, a Igreja na Irlanda haurirá nova vida e vitalidade do vosso testemunho ao poder redentor do Senhor tornado visível na vossa vida.
11. Aos meus irmãos bispos
Não se pode negar que alguns de vós e dos vossos predecessores falhastes, por vezes gravemente, na aplicação das normas do direito canónico codificado há muito tempo sobre os crimes de abusos de jovens. Foram cometidos sérios erros no tratamento das acusações. Compreendo como era difícil lançar mão da extensão e da complexidade do problema, obter informações fiáveis e tomar decisões justas à luz de conselhos divergentes de peritos. Contudo, deve-se admitir que foram cometidos graves erros de juízo e que se verificaram faltas de governo. Tudo isto minou seriamente a vossa credibilidade e eficiência. Aprecio os esforços que fizestes para remediar os erros do passado e para garantir que não se repitam. Além de pôr plenamente em prática as normas do direito canónico ao enfrentar os casos de abuso de jovens, continuai a cooperar com as autoridades civis no âmbito da sua competência. Claramente, os superiores religiosos devem fazer o mesmo. Também eles participaram em recentes encontros aqui em Roma destinados a estabelecer uma abordagem clara e coerente destas questões. É obrigatório que as normas da Igreja na Irlanda para a tutela dos jovens sejam constantemente revistas e actualizadas e que sejam aplicadas de modo total e imparcial em conformidade com o direito canónico.
Só uma acção decidida levada em frente com total honestidade e transparência poderá restabelecer o respeito e a benquerença dos Irlandeses em relação à Igreja à qual consagrámos a nossa vida. Isto deve brotar, antes de tudo, do exame de vós próprios, da purificação interior e da renovação espiritual. O povo da Irlanda espera justamente que sejais homens de Deus, que sejais santos, que vivais com simplicidade, que procureis todos os dias a conversão pessoal. Para ele, segundo a expressão de Santo Agostinho, sois bispos; contudo estais chamados a ser com eles seguidores de Cristo (cf. Discurso 340, 1). Exorto-vos portanto a renovar o vosso sentido de responsabilidade diante de Deus, a crescer em solidariedade com o vosso povo e a aprofundar a vossa solicitude pastoral por todos os membros da vossa grei. Em particular, sede sensíveis à vida espiritual e moral de cada um dos vossos sacerdotes. Sede um exemplo com as vossas próprias vidas, estai-lhes próximos, ouvi as suas preocupações, oferecei-lhes encorajamento neste tempo de dificuldades e alimentai a chama do seu amor a Cristo e o seu compromisso no serviço dos seus irmãos e irmãs.
Também os leigos devem ser encorajados a fazer a sua parte na vida da Igreja. Fazei com que sejam formados de modo que possam dizer a razão, de maneira articulada e convincente, do Evangelho na sociedade moderna (cf. 1 Pd 3, 15), e cooperem mais plenamente na vida e na missão da Igreja. Isto, por sua vez, ajudar-vos-á a ser de novo guias e testemunhas credíveis da verdade redentora de Cristo.
12. A todos os fiéis da Irlanda
A experiência que um jovem faz da Igreja deveria dar sempre fruto num encontro pessoal e vivificante com Jesus Cristo numa comunidade que ama e que oferece alimento. Neste ambiente, os jovens devem ser encorajados a crescer até à sua plena estatura humana e espiritual, a aspirar por ideais nobres de santidade, de caridade e de verdade e a inspirar-se nas riquezas de uma grande tradição religiosa e cultural. Na nossa sociedade cada vez mais secularizada, na qual também nós critãos muitas vezes temos dificuldade em falar da dimensão transcendente da nossa existência, precisamos de encontrar novos caminhos para transmitir aos jovens a beleza e a riqueza da amizade com Jesus Cristo na comunhão da sua Igreja. Ao enfrentar a presente crise, as medidas para se ocupar de modo justo de cada um dos crimes são essenciais, mas sozinhas não são suficientes: há necessidade de uma nova visão para inspirar a geração actual e as futuras a fazer tesouro do dom da nossa fé comum. Caminhando pela via indicada pelo Evangelho, observando os mandamentos e conformando a nossa vida de maneira cada vez mais próxima com a pessoa de Jesus Cristo, fareis a experiência da renovação profunda da qual hoje há uma urgente necessidade. Convido-vos a todos a perseverar neste caminho.
13. Amados irmãos e irmãs em Cristo, é com profunda preocupação por todos vós neste tempo de sofrimento, no qual a fragilidade da condição humana foi tão claramente revelada, que desejei oferecer-vos estas palavras de encorajamento e de apoio. Espero que as acolhais como um sinal da minha proximidade espiritual e da minha confiança na vossa capacidade de responder aos desafios do momento actual tirando renovada inspiração e força das nobres tradições da Irlanda de fidelidade ao Evangelho, de perseverança na fé e de firmeza na consecução da santidade. Juntamente com todos vós, rezo com insistência para que, com a graça de Deus, as feridas que atingiram muitas pessoas e famílias possam ser curadas e que a Igreja na Irlanda possa conhecer uma época de renascimento e de renovação espiritual.
14. Desejo propor-vos algumas iniciativas concretas para enfrentar a situação. No final do meu encontro com os Bispos da Irlanda, pedi que a Quaresma deste ano fosse considerada como tempo de oração para uma efusão da misericórdia de Deus e dos dons de santidade e de força do Espírito Santo sobre a Igreja no vosso país. Agora convido todos vós a dedicar as vossas penitências da sexta-feira, durante todo o ano, de agora até à Páscoa de 2011, por esta finalidade. Peço-vos que ofereçais o vosso jejum, a vossa oração, a vossa leitura da Sagrada Escritura e as vossas obras de misericórdia para obter a graça da cura e da renovação para a Igreja na Irlanda. Encorajo-vos a redescobrir o sacramento da Reconciliação e a valer-vos com mais frequência da força transformadora da sua graça.
Deve ser dedicada também particular atenção à adoração eucarística, e em cada diocese deverão haver igrejas ou capelas reservadas especificamente para esta finalidade. Peço que as paróquias, os seminários, as casas religiosas e os mosteiros organizem tempos para a adoração eucarística, de modo que todos tenham a possibilidade de participar deles. Com oração fervorosa diante da presença real do Senhor, podeis fazer a reparação pelos pecados de abuso que causaram tantos danos, e ao mesmo tempo implorar a graça de uma renovada força e de um sentido da missão mais profundo por parte de todos os bispos, sacerdotes, religiosos e fiéis.
Tenho esperança em que este programa levará a um renascimento da Igreja na Irlanda na plenitude da própria verdade de Deus, porque é a verdade que nos torna livres (cf. Jo 8, 32).
Além disso, depois de me ter consultado e rezado sobre a questão, tenciono anunciar uma Visita Apostólica a algumas dioceses da Irlanda, assim como a seminários e congregações religiosas. A Visita propõe-se ajudar a Igreja local no seu caminho de renovação e será estabelecida em cooperação com as repartições competentes da Cúria Romana e com a Conferência Episcopal Irlandesa. Os pormenores serão anunciados no devido momento.
Além disso proponho que se realize uma Missão a nível nacional para todos os bispos, sacerdotes e religiosos. Alimento a esperança de que, haurindo da competência de peritos pregadores e organizadores de retiros quer da Irlanda como de outras partes, e reexaminando os documentos conciliares, os ritos litúrgicos da ordenação e da profissão e os recentes ensinamentos pontifícios, alcanceis um apreço mais profundo das vossas respectivas vocações, de modo a redescobrir as raízes da vossa fé em Jesus Cristo e a beber abundantemente nas fontes da água viva que ele vos oferece através da sua Igreja.
Neste Ano dedicado aos Sacerdotes, recomendo-vos de modo muito particular a figura de São João Maria Vianney, que teve uma compreensão tão rica do mistério do sacerdócio. «O sacerdote, escreveu, possui a chave dos tesouros do céu: é ele quem abre a porta, é ele o dispensador do bom Deus, o administrador dos seus bens». O cura d'Ars compreendeu bem como é grandemente abençoada uma comunidade quando é servida por um sacerdote bom e santo. «Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o tesouro maior que o bom Deus pode dar a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina». Por intercessão de São João Maria Vianney possa o sacerdócio na Irlanda retomar vida e a inteira Igreja na Irlanda crescer na estima do grande dom do ministério sacerdotal.
Aproveito esta ocasião para agradecer desde já a quantos se comprometerem no empenho de organizar a Visita Apostólica e a Missão, assim como os tantos homens e mulheres que em toda a Irlanda já se comprometeram pela tutela dos jovens nos ambientes eclesiásticos. Desde quando a gravidade e a extensão do problema dos abusos sexuais dos jovens em instituições católicas começou a ser plenamente compreendido, a Igreja desempenhou uma grande quantidade de trabalho em muitas partes do mundo, a fim de o enfrentar e remediar. Enquanto não se deve poupar esforço algum para melhorar e actualizar procedimentos já existentes, encoraja-me o facto de que as práticas de tutela em vigor, adoptadas pelas Igrejas locais, são consideradas, nalgumas partes do mundo, um modelo que deve ser seguido por outras instituições.
Desejo concluir esta Carta com uma especial Oração pela Igreja na Irlanda, que vos envio com o cuidado que um pai tem pelos seus filhos e com o afecto de um cristão como vós, escandalizado e ferido por quanto aconteceu na nossa amada Igreja. Ao utilizardes esta oração nas vossas famílias, paróquias e comunidades, que a Bem-Aventurada Virgem Maria vos proteja e vos guie pelo caminho que conduz a uma união mais estreita com o seu Filho, crucificado e ressuscitado. Com grande afecto e firme confiança nas promessas de Deus, concedo de coração a todos vós a minha Bênção Apostólica em penhor de força e paz no Senhor.
Vaticano, 19 de Março de 2010, Solenidade de São José
Benedictus PP. XVI
ORAÇÃO PELA IGREJA NA IRLANDA
Deus dos nossos pais,
Renova-nos na fé que é para nós vida e salvação
na esperança que promete perdão e renovação interior,
na caridade que purifica e abre os nossos corações
para te amar, e em ti, amar todos os nossos irmãos e irmãs.
Senhor Jesus Cristo
possa a Igreja na Irlanda renovar o seu milenário compromisso
na formação dos nossos jovens no caminho da verdade,
da bondade, da santidade e do serviço generoso à sociedade.
Espírito Santo, consolador, advogado e guia,
inspira uma nova primavera de santidade e de zelo apostólico
para a Igreja na Irlanda.
Possa a nossa tristeza e as nossas lágrimas
o nosso esforço sincero por corrigir os erros do passado,
e o nosso firme propósito de correcção,
dar abundantes frutos de graça
para o aprofundamento da fé
nas nossas famílias, paróquias, escolas e associações,
e para o progresso espiritual da sociedade irlandesa,
e para o crescimento da caridade, da justiça, da alegria
e da paz, na inteira família humana.
A ti, Trindade,
com plena confiança na amorosa protecção de Maria,
Rainha da Irlanda, nossa Mãe,
e de São Patrício, de Santa Brígida e de todos os santos,
recomendamos a nós próprios, os nossos jovens,
e as necessidades da Igreja na Irlanda.
Amém.
Copyright 2010 - Libreria Editrice Vaticana


 

Olavo de Carvalho
O Globo, 27 de abril de 2002
Na Grécia e no Império Romano, o uso de menores para a satisfação sexual de adultos foi um costume tolerado e até prezado. Na China, castrar meninos para vendê-los a ricos pederastas foi um comércio legítimo durante milênios. No mundo islâmico, a rígida moral que ordena as relações entre homens e mulheres foi não raro compensada pela tolerância para com a pedofilia homossexual. Em alguns países isso durou até pelo menos o começo do século XX, fazendo da Argélia, por exemplo, um jardim das delícias para os viajantes depravados (leiam as memórias de André Gide, "Si le grain ne meurt").
Por toda parte onde a prática da pedofilia recuou, foi a influência do cristianismo - e praticamente ela só - que libertou as crianças desse jugo temível.
Mas isso teve um preço. É como se uma corrente subterrânea de ódio e ressentimento atravessasse dois milênios de história, aguardando o momento da vingança. Esse momento chegou.
O movimento de indução à pedofilia começa quando Sigmund Freud cria uma versão caricaturalmente erotizada dos primeiros anos da vida humana, versão que com a maior facilidade é absorvida pela cultura do século. Desde então a vida familiar surge cada vez mais, no imaginário ocidental, como uma panela-de-pressão de desejos recalcados. No cinema e na literatura, as crianças parecem que nada mais têm a fazer do que espionar a vida sexual de seus pais pelo buraco da fechadura ou entregar-se elas próprias aos mais assombrosos jogos eróticos.
O potencial politicamente explosivo da idéia é logo aproveitado por Wilhelm Reich, psiquiatra comunista que organiza na Alemanha um movimento pela "libertação sexual da juventude", depois transferido para os EUA, onde virá a constituir talvez a principal idéia-força das rebeliões de estudantes na década de 60.
Enquanto isso, o Relatório Kinsey, que hoje sabemos ter sido uma fraude em toda a linha, demole a imagem de respeitabilidade dos pais, mostrando-os às novas gerações como hipócritas sexualmente doentes ou libertinos enrustidos.
O advento da pílula e da camisinha, que os governos passam a distribuir alegremente nas escolas, soa como o toque de liberação geral do erotismo infanto-juvenil. Desde então a erotização da infância e da adolescência se expande dos círculos acadêmicos e literários para a cultura das classes média e baixa, por meio de uma infinidade de filmes, programas de TV, "grupos de encontro", cursos de aconselhamento familiar, anúncios, o diabo. A educação sexual nas escolas torna-se uma indução direta de crianças e jovens à prática de tudo o que viram no cinema e na TV.
Mas até aí a legitimação da pedofilia aparece apenas insinuada, de contrabando no meio de reivindicações gerais que a envolvem como conseqüência implícita.
Em 1981, no entanto, a "Time" noticia que argumentos pró-pedofilia estão ganhando popularidade entre conselheiros sexuais. Larry Constantine, um terapeuta de família, proclama que as crianças "têm o direito de expressar-se sexualmente, o que significa que podem ter ou não ter contatos sexuais com pessoas mais velhas". Um dos autores do Relatório Kinsey, Wardell Pomeroy, pontifica que o incesto "pode às vezes ser benéfico".
A pretexto de combater a discriminação, representantes do movimento gay são autorizados a ensinar nas escolas infantis os benefícios da prática homossexual. Quem quer que se oponha a eles é estigmatizado, perseguido, demitido. Num livro elogiado por J. Elders, ex-ministro da Saúde dos EUA (surgeon general - aquele mesmo que faz advertências apocalípticas contra os cigarros), a jornalista Judith Levine afirma que os pedófilos são inofensivos e que a relação sexual de um menino com um sacerdote pode ser até uma coisa benéfica. Perigosos mesmo, diz Levine, são os pais, que projetam "seus medos e seu próprio desejo de carne infantil no mítico molestador de crianças".
Organizações feministas ajudam a desarmar as crianças contra os pedófilos e armá-las contra a família, divulgando a teoria monstruosa de um psiquiatra argentino segundo a qual pelo menos uma entre cada quatro meninas é estuprada pelo próprio pai.
A consagração mais alta da pedofilia vem num número de 1998 do "Psychological Bulletin", órgão da American Psychological Association. A revista afirma que abusos sexuais na infância "não causam dano intenso de maneira pervasiva", e ainda recomenda que o termo pedofilia, "carregado de conotações negativas", seja trocado para "intimidade intergeracional".
Seria impensável que tão vasta revolução mental, alastrando-se por toda a sociedade, poupasse miraculosamente uma parte especial do público: os padres e seminaristas. No caso destes somou-se à pressão de fora um estímulo especial, bem calculado para agir desde dentro. Num livro recente, "Goodbye, good men", o repórter americano Michael S. Rose mostra que há três décadas organizações gays dos EUA vêm colocando gente sua nos departamentos de psicologia dos seminários para dificultar a entrada de postulantes vocacionalmente dotados e forçar o ingresso maciço de homossexuais no clero. Nos principais seminários a propaganda do homossexualismo tornou-se ostensiva e estudantes heterossexuais foram forçados por seus superiores a submeter-se a condutas homossexuais.
Acuados e sabotados, confundidos e induzidos, é fatal mais dia menos dia muitos padres e seminaristas acabem cedendo à geral gandaia infanto-juvenil. E, quando isso acontece, todos os porta-vozes da moderna cultura "liberada", todo o establishment "progressista", toda a mídia "avançada", todas as forças, enfim, que ao longo de cem anos foram despojando as crianças da aura protetora do cristianismo para entregá-las à cobiça de adultos perversos, repentinamente se rejubilam, porque encontraram um inocente sobre o qual lançar suas culpas. Cem anos de cultura pedófila, de repente, estão absolvidos, limpos, resgatados ante o Altíssimo: o único culpado de tudo é... o celibato clerical! A cristandade vai agora pagar por todo o mal que ela os impediu de fazer.
Não tenham dúvida: a Igreja é acusada e humilhada porque está inocente. Seus detratores a acusam porque são eles próprios os culpados. Nunca a teoria de René Girard, da perseguição ao bode expiatório como expediente para a restauração da unidade ilusória de uma coletividade em crise, encontrou confirmação tão patente, tão óbvia, tão universal e simultânea.
Quem quer que não perceba isso, neste momento, está divorciado da sua própria consciência. Tem olhos mas não vê, tem ouvidos mas não ouve.
Mas a própria Igreja, se em vez de denunciar seus atacantes preferir curvar-se ante eles num grotesco ato de contrição, sacrificando pro forma uns quantos padres pedófilos para não ter de enfrentar as forças que os injetaram nela como um vírus, terá feito sua escolha mais desastrosa dos últimos dois milênios.





ATIVISTAS HOMOSSEXUAIS TRABALHAM PARA NORMALIZAR O SEXO COM GAROTOS

Por Frank V. York e Robert H. Knight
INTRODUÇÃO
Embora a maioria dos ativistas homossexuais neguem publicamente que eles queiram ter acesso aos garotos, muitos grupos homossexuais em torno do mundo estão trabalhando agressivamente para reduzir a idade de consenso sexual. Sua causa está sendo ajudada pelas associações psiquiátricas profissionais e psicológicas, que se mobilizaram nos recentes anos rumo à normalização da pedofilia, tanto quanto eles fizeram com a homossexualidade no começo dos anos 70.
Kevin Bishop, um pederasta admitido (pedófilo), está promovendo o trabalho da Associação Norte Americana Amor Homem-Menino (NAMBLA) na África do Sul. Bishop, que foi molestado na idade dos seis, é também um homossexual admitido que está insensível com relação ao relacionamento entre homossexualidade e pedofilia. "Vasculhe a estimativa dos homossexuais e você encontrará um pedófilo," disse Bishop em uma entretivsta com o Eletronic Mail & Guardian (30 de Junho de 1997).1
Esse ativista pedófilo e homossexual começou a estudar a pedofilia enquanto estudante na Universidade de Rhodes. Ele também descobriu Karl Marx ali, assim como outra literatura que ajudou a formar sua visão de mundo. Suas visões estão sendo ecoadas em torno do mundo por ativistas homossexuais que estão procurando o que eles chamam de "liberdade sexual" para as crianças.
Bishop está em uma cruzada na África do Sul para ter a "idade de leis de consenso sexual" abolidas, e ele está procurando pela ajuda do NAMBLA para efetuar esse objetivo. Ele diz que as crianças devem ser fortalecidas "ensinando-as sobre viver relacionamentos em uma idade mais precoce, e dando-lhes a oportunidade de tomar uma decisão informada a respeito de ter sexo." Ele também aprova o incesto, registrando que "duas mulheres psicólogas na América contam que a mais saudável introdução ao sexo para uma criança deveria ser através de seus [sic] pais, porque é menos ameaçador e intimidade emocional mais confortável."2
Bishop concorda com o NAMBLA que o próximo movimento social na política Ocidental será um ataque à "idade sexual", que proíbe o contato sexual baseado em diferenças de idade. O movimento já está bem encaminhado na Europa e no Canadá.
‘LIBERAÇÃO' SEXUAL
Grupos ativistas homossexuais por todo o mundo estão trabalhando para reduzir ou abolir a idade de leis de consenso etário com vistas a "liberar" as crianças dos constrangimentos de uma sociedade patriarcal.
Kate Millettt, uma feminista radical e teórica marxista, descreveu sua filosofia em uma entrevista primeiro publicada em "Garotos que se amam" em 1980. Posteriormente, foi reimpressa em The Age Taboo, publicado pela Alyson Publishers, uma casa de publicação em Boston. Millet declara, "Um dos direitos essenciais das crianças é expressar-se sexualmente, provavelmente primordialmente com cada um, mas com adultos também. Então a liberdade sexual das crianças é uma parte importante de uma revolução sexual." Millet declara que a revolução sexual começa com a emancipação das mulheres e também inclui findar a opressão homossexual.
Ela vê o tabu do incesto como um instrumento de opressão. "O tabu do incesto sempre foi uma das pedras angulares da mentalidade patriarcal," declara Millet. "Nós temos que ter uma proclamação de emancipação para as crianças. O que está realmente em discussão são os direitos das crianças ou não, como foi formulado até hoje, simplesmente o direito de acesso sexual às crianças". Millet crê que o acesso sexual às crianças é apenas uma parte de um objetivo maior de liberação das crianças de todas as formas de opressão parental.
Esse tema de liberação sexual apareceu recentemente em uma Conferência de População das Nações Unidas de 1999, na Holanda, onde delegados adolescentes intercederam pelo direito dos adolescentes e crianças tão jovens quanto 10 anos para ter prazer sexual e liberdade sexual. Aproximadamente 130 jovens de 111 países assinaram o documento dos direitos sexuais. Eles também pediram o direito ao aborto no pedido sem consenso ou conhecimento parental.4
Jim Hanes, diretor administrativo dos Americanos pela Verdade a respeito da Homossexualidade, visitou Amsterdam na Holanda em Novembro de 1998. Depois de contactar várias livrarias homossexuais e o departamento de estudos homossexuais da Universidade de Amsterdam, a respeito de material pedófilo, este foi entregue à Livraria Intermale, que retratou uma ampla seleção de pedofilia em uma seção chamada "Padeo". O administrador da livraria dirigiu-o às publicações anteriores de Paidika, o jornal de pedofilia, em adição à Anatomy of a Media Attack (publicado pelo NAMBLA), Varieties of Man/Boy Love de Wallace Hamilton Press, Crime Without Victims por Preben Hertoft, The Sexual Life of Children by Floyd M Martinson e muitos livros de ficção a respeito de abuso sexual infantil com adultos. O material foi principalmente revelado e pode ser ordenado pelo website http://www.intermale.nl, na Livraria Intermale, que apresenta uma seção chamada "Garotos e Adolescentes".
INDO ALÉM DAS CRIANÇAS
Pat Califia é uma defensora americana da "liberdade" sexual total. Ela é uma auto-proclamada radical lésbica que esreveu extensivamente sobre a importância da "liberação" das crianças de opressão sexual. Seu livro, Public Sex, contém dois ensaios sobre a idade de leis de consenso. "The Age of Consent: The Great Kiddy-Porn Panic of '77." e "The Atfermath of the Great Kiddy-Porn Panic of 77." Califia argumenta que todas as leis de consenso deveriam ser abolidas e apóia os esforços do NAMBLA para legalizar o sexo entre adultos e crianças. Califia é um colunista do The Advocate, uma revista da cúpula homossexual.
Ganhar acesso às crianças foi um objetivo de longo prazo do movimento homossexual. Em 1972, a Coalizão Nacional das Organizações Gays adotou uma "Plataforma dos Direitos dos Gays" que inclui o seguinte pedido: "Repelir todas as leis que governam a idade de consenso sexual." David Thorstad, um porta-voz pelo movimento dos direitos dos homossexuais e NAMBLA, declara claramente os objetivos: "O objetivo final do movimento de liberação gay é a realização de liberdade sexual para todos - não apenas direitos iguais para "lésbicas e gays', mas também liberdade de expressão sexual para jovens e crianças". Esse objetivo não mudou desde que foi articulado em 1972."6
Em 1982, o Instituto Internacional dos Homofílicos, uma organização homossexual produzindo biografias homossexuais e materiais históricos homossexuais, votou por apoiar uma mundialmente idade de consenso para atos sexuais, primeiro para menstruação para meninas e primeira ejaculação para machos. De acordo com Gary A. McIntyre, um membro do IHI's "comitê de ética", a organização manteve sua posição em 1997".7
Em 1985, o Segundo Congresso Juvenil da Internacional Gay se encontrou em Dublin e publicou uma declaração que expressou em parte que: "Como pessoas jovens, nós devemos estar livres para escolher nossas próprias identidades e estilos de vida. Nós nos opomos às leis de idades de consenso e todas as demais que restringem atividade sexual porque, como gente jovem, elas limitam nossa liberdade sexual e nos negam o direito de escolher quem nós nos relacionamos sexualmente.
Como parte do esforço para normalizar o sexo com crianças, alguns ativistas homossexuais estão promovendo a idéia que sustar as crianças da atividade sexual é realmente uma forma de abuso sexual. Com efeito, uma revista homossexual saudou pedófilos como profetas da liberdade sexual. Um editorial da publicação de Julho de 1995 da revista Guide declarou que:
Às crianças ainda estão sendo ensinadas mentiras destrutivas a respeito de sexo. A elas são contadas que até elas estarem com 16 (ou 14 ou alguma outra idade arbitrária que varia de estado para estado) ... qualquer expressão sexual em sua parte significa um crime que está sendo cometido. Nós podemos nos orgulhar que o movimento gay sente-se à vontade para as poucas vozes que tem tido coragem de dizer sonoramente que as crianças são naturalmente sexuais, que elas merecem o direito de expressão sexual com quem quer que desejam. ... Nós não podemos, porém, sempre nos orgulharmos do caminho como nós enquanto uma comunidade temos tratado nossos profetas. .... Nós devemos escutar nossos profetas. ... Ao invés de temer sermos rotulados de pedófilos, nós devemos ficar orgulhosos de proclamarmos que o sexo é bom, incluindo sexualidade das crianças. ... Cercado de moralistas com regras anti-sexuais enfraquecidas, nós devemos ficar sem vergonha de sermos quebradores de regras, demonstrando nossa lealdade a um mais alto conceito de amor. Nós devemos fazer isso pela causa das crianças."9
O último Jim Kepner, fundador da International Gay and Lesbian Archives em Los Angeles, expressou uma vez sua íntima afinidade com os pedófilos. Suas visões foram postadas em um website homossexual. Kepner escreveu:
Muitos dos homens que me escolheram tão vagarosamente seriam hoje estigmatizados como pedófilos. Eles eram todos bons e respeitáveis e eram muito importantes para mim. ... Eu não sou um pedófilo, mas eu sinto que eles são freqüentemente mais vítimas de prejuízo do que os perpetradores disso. ... Tantos em nosso movimento, vítimas mesmas de preconceito e discriminação, deixaram aqueles ódios e medos de drag queens, pedófilos, bissexuais, homossexuais homens e mulheres que se vestem de couro, transsexuais e muitas outras minorias em nossa comunidade.10
ETARISMO SEXUAL E LEIS DE "IDADE DE CONSENSO"
Organizações homossexuais por todo o mundo têm embarcado em uma vigorosa campanha para reduzir a idade sexual de leis de consenso reclamando que as atuais leis são discriminatórias contra os homossexuais.
Na Inglaterra, por exemplo, um maior propulsão está rumando à redução da idade de consenso sexual para homossexuais até 14 anos. OutRage!, uma organização homossexual que opera de modo bastante parecido com a ACT UP nos Estados Unidos, tem liderado a empreitada. Em um enunciado publicado no Queer Intelligence Service Website, OutRage! declara que "os homossexuais também têm direitos. Eles são alguns dos membros mais vulneráveis de nossa comunidade. Nós temos uma especial responsabilidade para proteger interesses e bem-estar".11
O objetivo de reduzir a idade de consenso sexual é formular em termos de direitos humanos mascarados com uma preocupação por membros "vulneráveis" da comunidade homossexual. O OutRage! está propondo que o sexo entre homossexuais fosse permitido entre crianças de 14 anos e mais velhas, desde que não haja uma diferença de idade de mais de três anos.O grupo internacional britânico homossexual Stonewall lançou sua campanha para reduzir a idade de consenso sexual em 1992. Veio um caso antes da Corte Européia de Direitos Humanos, argumentando que as diferenças nas leis de consenso etário entre heterossexuais e homossexuais fossem uma infração fundamental nos direitos do povo homossexual.
Em Julho de 1998, membros do parlamento britânico se engajaram em um debate esquentado a respeito da redução da idade de consenso para homossexuais de 18 à 16. O esforço foi desmoronado na Casa dos Lordes, mas a Casa dos Comuns em novembro de 1998 novamente aprovou uma cartilha que reduz a idade para 16. Como uma tentativa de apaziguar críticas, a cartilha também fornece linhas de direção para proteger os adolescentes que estão nas escolas de base ou nas forças armadas. Através do emprego de políticas de mudanças graduais, ativistas homossexuais continuarão a rumar à abolição de todas as leis governando o consenso sexual.
Um artigo no British Daily Mail de Outubro de 1998 indicou que o governo estava considerando reduzir a idade de consenso para 1 4 e não tem planos para fazer isso no futuro." Foi Straw quem introduziu a medida destinada a reduzir a idade homossexual de consenso para 16. A idade de consenso para homossexuais foi reduzida de 21 para 18 mais ou menos quatro anos atrás.
Até o venerável The Times de London publicou uma coluna simpática à agenda pedófila. Em 30 de março de 1999, um artigo pelo Dr. Gary Slapper da Open University atacou um projeto de lei para criminalizar estupro estatuído envolvendo "pessoas que abusam de posições de confiança", tais como professores. Slapper, que chamou a proposta de "bastante dacroniana", escreveu que:
No passado tal lei tem adotado uma atitude de visão limitada, sem complacência às relações sexuais, até o ponto que nós estamos agora em processo de liberalização de muitas leis, não tornando-as mais intolerantes ... A supressão da imoralidade não é assunto da lei criminal.13
Homossexuais holandeses alcançaram extraordinário sucesso normalizando o comportamento homossexual. Eles também têm sido bem sucedidos em lutar "por leis de consenso etário". Na Holanda, a idade de consenso sexual é hoje de 12, a menos que os pré-adolescentes se queixem às autoridades a respeito de encontro sexual."
A Associação Holandesa para a Integração da Homossexualidade (DAIH) toma confiança para ajudar a mudar as leis na Holanda. Ela intercedeu bem sucessivamente para lutar pelas "leis de consenso etário". Na Holanda, a idade de consenso sexual é hoje 12 a menos que os pré-adolescentes queixem-se às autoridades a respeito de encontro sexual.
A Associação Holandesa para a Integração da Homossexualidade (DAIH) toma o crédito para ajudar a mudar as leis na Holanda. Ele se articula bem sucedidamente para a abolição de uma lei de 1971 proibindo contato sexual entre aqueles mais velhos que 21 e aqueles mais jovens que 21. As leis foram emendadas em 1987 e novamente em 1991. A lei atual permite sexo entre uma criança e adulto se os pais da criança aprovam. De acordo com o DAIH, a nova idade de leis de consenso", a nova idade de leis de consenso "permite maior espaço às pessoas jovens, os pais e os amigos adultos virem a um satisfatório arranjo de um contato sexual. A ninguém é permitido interferir enquanto a situação está mutualmente agradável. ..."14
Ativistas homossexuais na Holanda conseguiram uma outra vitória em meados de novembro de 1998, quando o gabinete holandês aprovou um plano para permitir que homossexuais adotassem crianças, se os homossexuais tivessem vivido juntos por três anos e tivessem cuidado das crianças por pelo menos um ano.15
Vários websites homossexuais e pedófilos mantêm extensivas listas de leis de "idade de consenso" com vistas a manter suas manter seus clientes atualizadas em mudanças de leis".16
ESFORÇOS HOMOSSEXUAIS E PEDÓFILOS NO CANADÁ,
Ontário, no Canadá, já reduziu a idade de consenso tanto para heterossexuais e aqueles identificando-se como homossexuais. Em maio de 1995, Rosalie Abella da Corte de Ontário de Recursos rebaixou a idade de consenso para sexo anal a 14 porque ela concluiu que a lei de sodomia de Ontário negava aos homens abaixo de 18 uma "forma básica de expressão sexual".17
Naquele mesmo ano, a Suprema Corte do Canadá afirmou que uma orientação sexual qualificou-o ou qualificou-a para proteção especial sob a Parte 15 da Carta de Direitos e Liberdades, como "análogos" à raça, ao sexo, nacional ou de origem étnica. Assim, a homossexualidade no Canadá, atingiu status de minoria especial. Em acréscimo, em Maio de 1999, a Suprema Corte abateu o Ato da Lei Familiar de Ontário e ordenou o governo provincial a redefinir o termo esposa para incluir parceiros do mesmo sexo. O governo era amplamente visto como um maior degrau rumo a união do mesmo sexo.
Em 1995, o Albert Report/Western Report, uma revista conservadora canadense, reportou que o Globe and Mail, jornal nacional canadense, aparentemente tinha levantado a causa da pedofilia. Em março de 1995, o Globe tinha publicado uma matéria favorável para reduzir a idade de consenso estário, escrita por Gerald Hannon, um professor de jornalismo na Unisversidade Politécnica Ryerson em Toronto. 18
Em Novembro de 1994, o Globe and Mail também publicou uma simpática seção sobre um pedófilo aprisionado que foi considerado um dos molestadores de crianças mais infames na história do Canadá. E em março de 1995, o jornal publicou uma estória negativa por Hannon a respeito do chefe de polícia em Londres, Ontário, que foi perseguido uma rede de confessos pedófilos.19
O nome de Hannon é significante porque ele é um homossexual admitido, assim como um defesor do NAMBLA e o que ele chama de "sexo entre gerações". Em 1977, Hannon escreveu um artigo entitulado, "Homens que amam Garotos que amam Homens", para a Body Politic, uma revista homossexual. Em janeiro de 1994, Hannon escreveu um artigo para Xitra, uma publicação homossexual quinzenal, comparando círculos sexuais de crianças aos times de hockey infantis", escreveu Hannon. "Tanto crianças e adultos envolvidos ... Ambos envolvem prazer. Nós já aprovamos companhia para as crianças, mas deploramos sexo na companhia de crianças "20
Em 1996, o contrato de Hannon em Ryerson não foi renovado depois que ele admitiu que ele também havia trabalhado parte do tempo por oito anos como um prostituto homosexual. O website Canadian Lesbian and Gay Archives tem uma cronologia detalhada da carreira de Hannon e uma controvérsia como um porta-voz homossexual da pederastia (abuso infantil homossexual masculino).21 Em acréscimo, o site fornece ao leitor uma história dos esforços dos ativistas homossexuais canadenses para mudar o código criminal (relacionando a sodomia e a idade de consenso) de 1971 até a presente data. Em março de 1995, os juízes decidiram que a lei do sexo anal era inconstitucional porque ela é admitidamente homossexual, bem como uma defensora do NAMBLA e o que ela chama de "sexo entre gerações". Em 1977, Hannon escreveu um artigo entitulado, "Homens que amam garotos", para Body Politic, uma revista homossexual. Em Setembro de 1995, a corte fulminou todas as idades diferenciais para atos sexuais em Ontário, tornando 14 a idade de consenso para todos atos sexuais.
Arnold Beichman, um sócio da Hoover Institution Research, descreveu o caso de Hannon e a campanha para normalizar a pedofilia em uma coluna no Washington Times. Beichman registrou que as "Mudanças na moralidade não ocorrem durante a noite. Elas penetram no interior da sociedade, freqüentemente silenciosamente, como águas alagadas em um porão. Logo que abominado o comportamento pessoal, de alguma forma sobre tempos que venham a se tornar aceitáveis, toleráveis e mesmo dignos de honra. ... Eu estou pensando a respeito da campanha tranqüila para tornar a pedofilia aceitável se não respeitável".22
Judy Anderson, ex-presidente do grupo pró-família Real Women Canadá, escreveu uma prolongada contradição ao ataque de Hannon ao chefe da polícia de Londres e submeteu isso ao Globe and Mail para publicação. O artigo foi rejeitado,23 mas a essência dele foi imprimida em 15 de Maio de 1995, lançamento da Alberta Report/Western Report. Nisso, ela notou que desde que o governo do Canadá esteve próximo a acrescentar a "orientação sexual" em seus códigos de direitos humanos, era provavelmente porque a pedofilia seria também realmente considerada uma "orientação sexual" e protegida pelo código. Ela observou que seria fácil para as tribunais canadenses fulminar quaisquer leis que banissem sexo com crianças."24
Anderson também apontou que há uma campanha em curso no Canadá para a conquistar a aceitação sexual entre adulto e criança. Por exemplo, um panfleto de educação sexual sendo distribuído nas escolas de Toronto mostrou um garoto tendo sexo com um homem. O título abaixo da figura diz. "Manter relações sexuais com homens pode ser tão assustador quanto desaparecer". Mas exatamente por serem gays, manter relações sexuais com homens é natural."
ESFORÇOS PARA NORMALIZAR A PEDOFILIA NOS ESTADOS UNIDOS
Nos Estados Unidos, ativistas homossexuais são mais prudentes a respeito de seus esforços para ganhar acesso às crianças do que no Canadá ou Europa. Enquanto NAMBLA tem regularmente marchado em paradas de orgulho homossexual em Nova Iorque, San Francisco e outras maiores cidades, atividades publicamente homossexuais disassociaram-se de pedófilos, como parte de uma estratégia de relações públicas.
Já grupos homossexuais estão alcançando ativamente a "juventude gay" através de tais grupos como a Sexual Minority Youth Assistance League, o Hettrick-Martin Institute, provedores de serviços de AIDS e várias agências que assistem desertores. Um esforço acertado para mudar a idade de leis de consenso ainda não emergiu, mas alguns sinistros sinais anunciando um esforço eventual. Quando Ruth Bader Ginsburg era uma advogada da Suprema Corte de Justiça dos EEUU, ela co-autorizou um relato recomendando que a idade de consenso para atos sexuais fossem reduzidos para 12 anos de idade.25
O público ainda nutre revolta contra abuso sexual infantil. Com efeito, não importa que haja uma tentativa de mostrar uma conexão entre pedófilas e homossexualidade, a resposta padrão dos ativistas é que tanto quanto 97 por cento de todos os pedófilos são heterossexuais e/ou homens casados. Assim, eles desviam atenção de suas próprias tendências para manter sexo com crianças.
Há alguma verdade para o clamor que muitos pedófilos sejam homens heterossexualmente orientados. Para ser exato, pedofilia é o crime de molestar sexualmente uma criança do sexo oposto. Pederastia, por outro lado, é o crime de molestar uma criança do mesmo sexo. O termo pedófilo é tipicamente usado como um termo geral para descrever uma pessoa que molesta qualquer criança, e o termo pedofilia, porém, é comumente usado para se referir a abuso sexual infantil em geral. O homossexual que molesta uma criança do mesmo sexo é, portanto, tecnicamente culpado de pederastia, particularmente a pedofilia - ainda que ambos sejam abusos sexuais infantis.
Homossexuais negam que haja uma alta incidência de abuso infantil entre os mesmos, mas as estatísticas contam uma outra história.
Primeiro, nós necessitamos olhar para as estatísticas sobre abuso sexual infantil em geral. O Comitê Nacional para Prevenir Abuso Infantil (NCPCA) publicou as seguintes informações:
1. Relatos de abuso sexual estão em alta em nossa nação.
2. Entre 80 e 95 por cento de todos os abusos sexuais são cometidos por homens. O NCPCA registra, porém, haver um dramático aumento no número de adolescentes criminosos que cometeram atos sexualmente agressivos contra outras crianças."
3. Garotas são mais parecidas passíveis de ser vítimas de abusos do que garotos. Machos contabilizam de 25 a 35 por cento de abuso sexual de vítimas infantis. [Nota do Tradutor: Esta informação deve ser interpretada com a devida cautela.]
Quão prevalecente é o abuso infantil entre homossexuais?
O Gay Report, publicado pelos pesquisadores homossexuais Jay e Young em 1979, revelou que 73 por cento dos homossexuais sobreviventes tinham há algum tempo mantido relações sexuais com garotos de 16 a 19 anos de idade ou mais jovens.27
• Embora os homossexuais contabilizem pelo menos dois por cento da população, eles constituem cerca de um terço de abuso infantil.28. Mais adiante, conforme notado por Encino e Calif, com base na National Association for Research and Therapy of Homossexuality (NARTH) "visto que os pedófilos homossexuais vitimizam bem mais crianças do que os pedófilos heterossexuais, é estimado que aproximadamente 80 por cento das vítimas pedófilas sejam garotos molestados por machos adultos"29
• Uma investigação por toda nação de abuso infantil nos Escoteiros de 1971 a 1991 revelou que mais de 2000 garotos relataram abusos por líderes Escoteiros adultos. (Note: Os Escoteiros, que têm 150.000 mestres e assistentes de mestres, baniram centenas de homens a cada ano do escotismo sem a preocupação que eles viessem a abusar de meninos".)30
• Um estudo de pedófilos canadenses mostrou que 30 por cento daqueles que estudavam admitiram ter se engajado em atos homossexuais com adultos, e 91 por cento dos molestadores de garotos que não pertenciam a determinada família não admitiram qualquer contato familiar sequer com homossexuais.31
• Judith A. Reisman, Ph.D., e Charles B. Johnson, Ph.D. conduziram um estudo dos anúncios na Revista Advocate, o "a revista de notícias nacional para gays e lésbicas," e descobriram que "galinhas", um termo comum para garotos menores de idade procuravam por sexo, eram amplamente solicitados. Muitos dos anúncios na revista solicitavam garotos e adolescentes na parte interior de um enorme pool de anúncios de prostituição, que constituíam 63 por cento de todos os anúncios pessoais. 32 Os autores também notaram um enunciado de uma livro crítico por ativistas homossexuais Larry Kramer cujo o trabalho, "como muitos canonizados homossexuais de literatura masculina envolvem homens brancos sexualmente predatórios à procura de garotos de pele escura para gratificá-los"33
Em um estudo de 1985 a respeito das taxas de abuso entre homossexuais pederastas comparados aos pedófilos, Dr. Paul Cameron encontrou o seguinte:
• 153 pederastas molestaram 22.981 garotos em um período estimado de 22 anos.
• 224 pedófilos molestaram 4.435 garotos em um período estimado de 18 anos.
• A estimativa de pederastas que molestaram uma média de 150 garotos, e cada pedófilo heterossexual molestou uma média de 20 garotas, uma relação de 7,5 para cada um."34
DAVID THORSTAD VINCULA PEDOFILIA AOS "DIREITOS DOS GAYS"
O líder do NAMBLA David Thorstad concedeu um discurso a respeito da história da pedofilia e o movimento dos direitos dos homossexuais a um grupo lésbico/homossexual mexicano, Semana Cultural Lésbica, na Cidade do México, em 26 de Julho de 1998.
Thorstad detalhou há muito tempo a história da pederastia entre mulheres e o movimento dos direitos homossexuais. Ele notou que a pederastia era uma parte integral do novo movimento homossexual que emergiu na Alemanha durante o último século XIX. O primeiro jornal homossexual no mundo, de acordo com Thorstad, foi Der Eigene, publicado em 1896 por Magnus Hirschfeld, um pederasta que mais tarde fundou o Comitê Científico Humanitário, o primeiro grupo de direitos homossexuais.
Como Thortad traçou, o que ele via como uma importante ligação entre pederastia e direitos dos homossexuais, ele também lamentava o fato que o moderno movimento homossexual nos Estados Unidos tentou distanciar-se do NAMBLA e o amor entre meninos em geral. Apesar dessa distância, porém, Thorstad disse que:
A pederastia é a principal forma de homossexualidade adquirida por toda civilização Ocidental. ... A pederastia é inseparável dos altos pontos da cultura Ocidental - Grécia Antiga e Renascença. A pederastia, como a homossexualidade, existiu e existe, em todas as sociedades que sempre foram estudadas. O Homoerotismo é uma característica que se encontra em todos os lugares. [Nota: O homicídio existe desde Caim. (cf.Gn 4, 8)]
USANDO PSIQUIATRIA/PSICOLOGIA
Ativistas homossexuais são brandos na opinião pública nas publicações de assuntos de sexo entre crianças e adultos usando uma variedade de instituições: a mídia, o sistema educacional e particularmente os estabelecimentos psiquiátricos e psicológicos.
Em 1994, a Associação Norte-Americana de Psiquiatria (APA) revisou calmamente seu IV Manual Diagnóstico e Estatístico (DSM-IV) redefinindo definições de longa proteção dos quais constituem "parafilias" ou perversões sexuais - incluindo a pedofilia.36 A APA acrescentou um novo requisito para alguém ser diagnosticado como tendo uma parafilia: O comportamento da pessoa deve agora "causar clinicamente significantes perigos ou defeitos de social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento".37 A mudança é significante, declara Dr. Jeffrey Satinover, autor de Homosexuality and the Politics of Truth:
Em outras palavras, um homem que rotineiramente e compulsivamente faz sexo com crianças, e faz isso sem sofrimento na consciência e sem prejudicar a consciência e sem danificar seu funcionamento de qualquer forma não é necessariamente um pedófilo e com necessidade de tratamento. Somente o homem que sofre por causa de seus impulsos é um pedófilo que requer tratamento.38
A decisão de 1994 foi um significante atalho para pedófilos, e ajuda a fornecer-lhes uma cobertura de normalidade.
Em 1998, um estudo publicado pela Associação Americana de Psicologia (APA) reivindicou que sexo entre adultos e crianças não é somente menos prejudicial do que se acreditava, mas deveria mesmo ser positivo pelo "desejar" crianças. Chamando o estudo de "lixo de ciência", Dra. Laura Schlessinger tem um pano de fundo em psicologia médica, comparada à ação da APA à decisão de 1973 da Associação Psiquiatria Norte-Americana para remover a homossexualidade da lista de desordens mentais.
O artigo da APA se propõe a cessar de usar termos tais como abuso infantil, molestar e vitimar, em vez de posicionar termos não críticos tais como sexo entre adulto e criança. "Um Exame Auto-Analítico de Propriedades Assumidas de Abuso Sexual Infantil usando exemplos superiores" foi escrito pelo professor de psicologia Bruce Rind da Temple University, professor Philip Tromovitch da Universidade de Pennsylvania e Robert Bauserman da Universidade de Michigan. Bauserman também escreveu um artigo para o Journal of Homosexuality in 1990, "Male Generational Intimacy", sobre questões de "tabu" contra o sexo entre homem e garoto.
O mais novo estudo, publicado em Julho de 1998 no bimestral Psychological Bulletin, foi severamente criticado em um jornal, "O Problema da Pedofilia", publicado pela National Association for the Research and Therapy of Homosexuality. Em 27 de maio de 1999, o Dr. Steven M. Mirin, diretor médico da Associação Americana de Psiquiatria, escreveu uma carta ao Conselho de Pesquisas Familiares, criticando severamente o artigo de Bauserman, expressando a "posição fortemente sustentada pela Associação de que sexo entre adultos e crianças nunca pode ser condenado ou considerado um comportamento ‘normal'... A pontualidade acadêmica sobre se deveria ser considerado ato sexual entre adulto e criança ou abuso sexual infantil, depende das gratificações às crianças abusadas ou sofre trauma subseqüente, não está no interesse público e obscurece a publicação moral envolvida."39

Em 09 de Junho, sobre pressão intensa, a Associação Americana de Psicologia mudou sua posição, admitindo erro na publicação do artigo. Em uma carta ao Major Whip Tom De Lay (R-Texas), o Oficial Executivo-Chefe da APA Raymond D. Fowler prometeu uma crítica "sem precedentes" e "independente" do artigo e declarou: "Nós não apoiamos a ‘normalização' ou ‘descriminalização' de qualquer forma de relações sexuais entre adultos e crianças.40
DeLay, junto com Reps Matt Salmon (R-Ariz.) e Dave Weldon (R-Fla.), denunciou o artigo em uma conferência de imprensa do Conselho de Pesquisa Familiar do dia 12 de maio. Em sua carta, Dr. Fowler, que anteriormente defendia o artigo como "um bom estudo" sobre a televisão nacional,41 reconheceu que o artigo era "inflamatório" e incluía opiniões "inconsistentes" sobre a política da APA com publicações de proteção às crianças. Ele admitiu que a APA "falhou" em "avaliar o artigo baseado em seu potencial de desinformar o processo de política pública".42 Ele comprometeu-se que a APA criaria ordens legais para atacar o abuso do artigo nos tribunais, e incluiu uma resolução amplamente aprovada na qual a APA "repudia e se desassocia de qualquer organização ou publicação que defende interação sexual entre crianças e adultos."
Por outro lado, a North American Man Boy Love Association (NAMBLA), que defende o sexo entre homens e garotos, saúdam o estudo nesse website em "As Boas Notícias a Respeito da Relação Homem/Menino". O "NAMBLA declara que o "Sexo não põe em perigo menores reclamados pela polícia, perseguidores e hipócritas partindo para ofensiva contra a relação entre homem e menino".43
"Nosso movimento hoje enfatiza que a liberação e a autorização de gente jovem. Em vez de pedagogia, democracia", exigiu David Thorstad, em um discurso de Junho de 1998:
Em preferência ao relacionamento mentor sodomita, o companheirismo de indivíduos independentes e autônomos. Em lugar da supremacia masculina, uma visão de liberação sexual, econômica e política para todos. Liberdade é indivisível. A liberação das crianças, mulheres, amantes de garotos e homossexuais em geral pode ocorrer somente como facetas complementares do mesmo sonho"44
Essa visão se espelha na de Alfred C. Kinsey, cujo Sexual Behavior in the Human Male (1948) incluía dados de abuso de 317 garotos, alguns tão jovens quanto de dois meses de idade. Kinsey concluiu que as crianças eram sexualmente viáveis desde o nascimento e que o abuso era inocente a menos que os pais exibissem "histeria" com relação aos incidentes. A visão de Kinsey de sexualidade das crianças influenciou três gerações de sexólogos e educadores.
Bauserman e seus colegas sumarizam,
Uma possível aproximação a uma decisão científica ... é ao foco na percepção pessoal de seu ou sua concordância para participar e de suas reações à experiência. Um desejoso encontro com reações positivas seria rotulado simplesmente por sexo entre adultos e crianças, um termo de valor neutro.45
O documento do NARTH descreveu essa conclusão como se segue: "Quando o contato sexual não é coagido, especialmente quando é experimentado por um garoto e é curtido, pode não ser prejudicial a todos".46 No mesmo documento, o psicólogo holandês Gerard van den Aardewg aponta que:
"o sexo ‘não-coagido' [entre adultos e crianças] é um nome impróprio porque há sempre um elemento de coerção - envolvendo um uso impróprio das necessidades da criança para afeição. Se um pesquisador não vê prejuízo, "pode ser porque ele está usando os óculos errados ... não porque não há nada a ver." Até o sexo entre adultos e crianças que é mutualmente apreciado ... é sempre uma injustiça intrínseca à integridade da pessoa"47.
Dra. Laura Schlessinger, cujo programa diário tem uma audiência estimada de 18 milhões, disse que ela discutiu o caso finalmente com Dr. Van den Aardweg, que explicou como o movimento pró-pedófilo cresceu com a APA.
De acordo com o Washignton Times, a porta-voz da APA Rhea Farberman reconheceu que Dr. Schlessinger teve "algumas críticas válidas", mas foi rápido em acrescentar que, "A ponte [Dr. Schlessinger] construída entre esse estudo e a assim-chamada tentativa de normalizar a pedofilia é ridícula. ... É claro para nós que o abuso sexual infantil é prejudicial."
Satinover observa, "Parece absurdo pensar que o tabu contra a pedofilia ... logo se sucederá sob amplo ataque social? Está apenas no começo." Ele cita a publicação de maio de 1995 da New Republic, onde as críticas de Hanna Rosin sobre o filme Chickenhawk (atacam grosseiramente um pedófilo que caça crianças na rua). Rosin questiona se há algo errado com consenso mútuo entre garotos e homens e diz que a perspectiva pedófila sobre a idade das leis de consenso deveria ser considerada à luz de uma autonomia de direitos da criança. Ela escreve, "Há alguma valentia nos membros do NAMBLA em manter todas suas atividades honestas. ... Depois de tudo, ainda é incorreção considerar a possibilidade da legitimidade de seus sentimentos."48 (Rosin é atualmente editor de religião do Washington Post.).
Em um relato especial dos reclames psicológicos nos casos de custódias infantis, a revista Insight citou Richard A. Gardner, um professor clínico de psicologia infantil. Gardner, um professor clínico de psicologia infantil. Gardner, que é freqüentemente citado em casos em que pais acusados de abusos procuram a custódia, escreveu que "encontros sexuais entre um adulto e uma criança não são considerados atos universalmente repreensíveis. A criança deveria ser contada a respeito de outras sociedades em que tal comportamento era e é considerado normal. ..." Quanto a abusar do pai, ele "tem que ser ajudado a apreciar que a [pedofilia], mesmo hoje, é uma prática alastrada e aceita entre literalmente bilhões de pessoas" e que "ele [o pai] tem uma certa parcela de má sorte com respeito ao lugar e tempo que ele nasceu com respeito às atitudes sociais voltadas à pedofilia".49
A crescente ambivalência acadêmica e profissional rumo ao sexo entre adulto e criança está envolvida em um enunciado do livro Moral Panic: Changing Concepts of the Child Molester in Modern América (1998) por Philip Jenkins, que se apossou do título de ilustre professor de estudos históricos e religiosos em Penn State. Jenkins "argumenta que todos os conceitos de abusos sexuais e ofensas estão sujeitas às influências ideológicas e que nenhuma visão particular de molestadores representa alguma coisa sem mudança."50 Em outras palavras, não há conceitos obrigatórios de certo e errado com relação a abuso infantil. Embora Jenkins também registra que ele "não esteja minimizando o abuso sexual de crianças." Ele claramente toma um ponto de vista relativista, escrevendo, "Não é auto-evidente que um ato sexual entre indivíduos de idades distantes constitua um comportamento imoral ou criminal, que causa sério dano a um ou a outro participante, ou que envolve uma impositiva condição psicológica."
A tendência rumo à normalização da pedofilia no interior do campo da psicologia é evidente em uma entrevista com Dr. Michael Werthmeier, conduzida pelo Dr. Joseph Nicolosi, diretor executivo do National Association for Research and Therapy of Homosexuality (NARTH). Werthmeier é um membro de longo tempo da Associação Psicológica Americana, que serviu como presidente de quatro divisões da APA e foi o autor e editor de mais de 40 livros de psicologia.
Wertheimer acredita que o comportamento "normal" é definido não pela visão que se imagine objetiva, mas pela cultura em qualquer tempo particular na história. Em outras palavras, conceitos de normalidade seriam socialmente construídos. Quando perguntados por Nicolosi, "Poderia um relacionamento pedófilo em algum tempo ter sido ‘bom'? Wertheimer responde, "Eu não sei de qualquer evidência convincente que a pedofilia seja mesmo prejudicial ao garoto". Na Grécia Antiga, por exemplo, um relacionamento de pedofilia com um garotinho era visto como o tipo ideal de relacionamento para um homem mais velho. Qual é a real evidência - não apenas pré-julgamento com princípios morais - que um tal relacionamento está prejudicando o garoto?"
Dr. Nicolosi escreve, "Eu sempre disse que as contenções contra a pedofilia seriam a próxima degradação no interior da Associação Americana de Psicologia, e eu penso que o construcionismo social vê deixar a porta aberta para a aceitação de uma cadeia de comportamentos que cinqüenta anos atrás simplesmente teriam sido inimagináveis."52
"EXPERTS" EM ABUSO INFANTIL FORNECEM COBERTURA PARA OS PEDÓFILOS
Não apenas a Associação Americana de Psiquiatria e a Associação Americana de Psicologia enfraqueceram sua preocupação com a pedofilia, mas outros no interior da comunidade psicológica também parecem estar fornecendo uma cobertura protetora para pedófilos que são capturados molestando crianças.
O Dr. Ralph Underwager e sua esposa, Hollida Wakefield, manifestram uma influência significativa no campo do abuso infantil pelas últimas duas décadas. Underwager é um pastor luterano e fundador do Instituto de Terapias Psicológicas em Northfield, em Minnesota. Ele e sua esposa escreveram um número de livros sobre abuso infantil e técnicas investigativas usadas em casos de abuso infantil. Eles também editaram um jornal trimestral, Edições sobre Acusações de Abuso Infantil.
Underwager é um dos fundadores da Fundação Síndrome da Falsa Memória e é um membro do Conselho Nacional pelos Direitos das Crianças. Underwager e Wakefield serviram como testemunhas experts molestadoras de crianças acusadas de abuso em dezenas de casos nos Estados Unidos e por todo o mundo.
A publicação de Janeiro e Fevereiro de 1997 de Tratando o Abuso Hoje retratou com bastante profundidade as teorias de Underwager e Wakefield. A autora, Stephanie J. Dallam registra que ambas:
Sustentam que a maioria das doenças mentais e profissionais sensatos que interpelam o emprego de técnicas impróprias nas crianças que freqüentemente conduzem levam a falsas alegações de abuso infantil. Eles também reclamam que os serviços de proteção às crianças estão seriamente falhos e que uma considerável proporção de profissionais trabalhando no campo do abuso infantil é induzida ou corrupta.53
Underwager e Wakefield têm uma visão preocupante a respeito de relacionamentos sexuais entre adultos e crianças. Em um documento de 1993, "Anti-sexualidade e Abuso Sexual Infantil", eles escrevem a respeito de sexo entre adultos e crianças:
Mesmo que o comportamento seja doméstico, demonstra afeto por uma pessoa mais velha e maior no interior do contexto de um cuidado e amor recíproco e é experimentado por uma pessoa mais jovem e menor como um recompensador e agradável estímulo genital, e é definido como abusivo, traumático, e uma experiência que exerce pressão como um recompensador e agradável estímulo genital, é definido como abusivo, traumático e uma experiência constrangedora que poderia conduzir à separação, adormecimento, desespero, e todos os possíveis efeitos negativos de abuso sexual.
Os autores postulam que o sistema corrente determinado a proteger crianças de abuso sexual "promove uma visão anti-sexual da sexualidade humana" que está pronto a "definir uma interação sexual ou amorosa como abusiva". Eles acreditam que essa visão "anti-sexual" tenha conseqüências negativas às crianças, aos adultos e à sociedade.Em 1993, Paidika, um jornal de "estudiosos" holandeses publicou uma entrevista de Perguntas e Respostas com Underwager e Wakefield. Aqui está uma amostra do que eles tinham a dizer:
PAIDIKA: Para você, escolher a pedofilia é uma escolha individual responsável?
UNDERWAGER: Certamente, é responsável. ... Pedófilos podem ousadamente e corajosamente afirmar o que eles escolhem. Eles podem dizer o que eles querem encontrar. Eles podem dizer que o que eles querem é encontrar o melhor caminho do amor. Eu também sou teólogo e como um teólogo, eu acredito que é desejo de Deus, que haja proximidade e intimidade, unidade da carne entre as pessoas. Um pedófilo pode dizer, "Essa proximidade é possível para mim à cerca das escolhas que eu tenho feito." [Nota: Eis o que diz a palavra de Deus desmentindo esse facínora: "Sabemos que a Lei é boa, contanto que dela se faça uso legítimo, e se tenha em conta que a Lei não se destina para os justos, mas para os ímpios, os rebeldes, para os iníquos e pecadores, para os sacrílegos e os profanadores, para os parricidas e matricidas, os assassinos, os devassos e pederastas, traficantes de homens, mentirosos, perjuros e para tudo que se opõe à sã doutrina e ao Evangelho da glória de Deus bendito, que me foi confiado." (I Tim 1, 8-11)]
PAIDIKA: Não é um desejo razoável aos pedófilos querer ver a pedofilia ser descriminalizada? Não poderia ser realista neste momento nos EUA, mas irá torná-la um objetivo menos legítimo?
UNDERWAGER: Ah sim, certo, certo. Eu penso no que Jesus disse: "Eu realmente não quero fazer isso. Eu não quero subir até o Calvário." Mas quando desceu até ele, disse, "Bem, está bem, Eu estou indo caminhar pelos degraus." Quanto a descriminalização, a questão é realmente se você não está ali, de que modo está agindo para chegar até lá. [Nota: Meu Mestre, do qual não sou digno nem de pronunciar seu nome, jamais disse isso. Ao contrário do que disse esse pastor infeliz, Ele "tomou à parte os Doze e disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte." (Mt 20, 17-18). Trata-se de um mentiroso"].
PAIDIKA: Algum conselho?
UNDERWAGER: Arrisque-se, as conseqüências do risco, e fazer a reivindicação: Isso é algo bom. Pedófilos precisam se tornar mais positivos e fazer a reivindicação que é uma expressão aceitável da vontade de Deus por amor e unidade entre seres humanos. [Nota: Eis a Palavra do Mestre: "Fora os cães, os envenenadores, os impudicos, os homicidas, os idólatras e todos aqueles que amam e praticam a mentira!" (Ap 22, 15)] Essa é a única estrada que está sendo questionada, se é possível ou não. Isso acontece? Pode ser bom? Isso é o que nós não podemos entender ainda, os caminhos através dos quais os pedófilos podem se conduzir em caminhos do amor. [Nota: De acordo com o CIC, 2357: "A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que "os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados". São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados (Catecismo da Igreja Católica)" Isso é o que você precisa para conversar. Você precisa estar envolvido no discurso e para fazer isso enquanto atua.54
No final de 1993, depois da entrevista de Underwager e de Wakefield ter sido publicada, o primeiro foi questionado como um membro do quadro da Fundação da Síndrome da Falsa Memória, exceto sua esposa que se manteve no quadro. Underwager e Wakefield estabeleceram um trabalho íntimo de relacionamento com o VOCAL (Victory Over Child Abuse Laws - Vitória Sobre as Leis de Abuso Infantil), e em Junho de 1998, Underwager escreveu uma "Oração aos Pais", publicada pela Coalizão Norte-Americana para Pais e Filhos (ACFC). [Nota: "Eis como deveis rezar: PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará." (Mt 6, 9-15)]
O Dr. Richard A. Gardner é um outro psiquiatra que tem uma visão perturbadora de abuso infantil e da sexualidade na infância. Ele é um psiquiatra infantil praticante e é professor clínico de psiquiatria infantil na Universidade de Columbia de Médicos e Cirurgiões. Gardner é considerado um expert em debates e tem uma carreira extensiva em juízos e para avaliar alegado abuso infantil durante os procedimentos de divórcio.
Stephanie J. Dallam, escrevendo sobre Tratar Abuso Hoje (Jan./Fev. 1998), desenha o perfil das visões de Gardner sobre pedofilia e abuso sexual como se segue:
Gardner propõe que muitos tipos diferentes de comportamento sexual humano, incluindo pedofilia, sadismo sexual, necrofilia (sexo com corpos), zoofilia (sexo com animais), coprofilia (sexo envolvendo defecação) ... podem ser vistos como tendo espécies de valor de sobrevivência e desta forma não garantir estar excluídos da lista das "assim-chamadas formas naturais de comportamento humano sexual." Gardner acredita que todas essas formas de comportamento sexual criam excitação sexual em machos e fêmeas e assim ajuda a perpetuar a raça humana.
Gardner acredita que atitudes ocidentais voltadas a pedofilia são culturalmente determinadas. Embora ele diga que o sexo entre uma criança e um adulto seja "repreensível", ele não acredita que seja "intrinsicamente censurável; em outras sociedades e outras épocas pode não ser prejudicial."
Gardner escreveu um artigo sobre pedofilia e comportamento sexual para Publicações sobre Acusações de Abuso Sexual com Crianças de Ralph Underwager, em que ele registra que:
Muitas sociedades ... foram injustificavelmente punidas por aqueles que exibem ... variações parafílicas e não têm dado respeito próprio aos fatores genéticos ... que poderiam muito bem ser importantes. Tais considerações deveriam resultar em maior tolerância àqueles que exibem essas atividades. Meu desejo é que essa teoria desempenhará um papel (admitidamente pequeno) em produzir maior simpatia e respeito pelos indivíduos que exibem essas variações em comportamento sexual".55
Como Underwager, Gardner está também intimamente associado com a Coalizão Norte-Americana para Pais e Filhos. Ele foi um dos autores de seu manual de sociedade de grupo da ACFC.
A AGENDA PEDÓFILA DE KINSEY
Enquanto os doutores Underwager e Gardner estão, porém, inconscientemente, ajudando a proteger molestadores de crianças de perseguição, há uma outra força social em trabalho no interior das indústrias psiquiátricas e de sexo que têm um enorme impacto sobre atitudes culturais a respeito de sexo e crianças como seres humanos. O Instituto Kinsey situado em Indiana tem promovido por longo tempo a idéia que as crianças são sexuais desde a infância. Uma análise do trabalho de Alfred Kinsey revela que sua pesquisa foi designada a normalizar o comportamento homossexual assim como fornecer justificativa para todas as formas de contato sexual, incluindo sexo com crianças.
Alfred Kinsey é o autor de dois livros sobre comportamento sexual humano que tem tido um impacto maior sobre nossa cultura durante os últimos 50 anos. Os dois volumes, Comportamento Sexual do Homem (1948) e Comportamento Sexual da Mulher (1953), propositado em apresentar evidência científica demonstrando que os americanos eram muito mais sexualmente ativos do que nós havíamos pensado anteriormente.
Em Comportamento Sexual do Homem, Kinsey atingiu a conclusão que 95 por cento dos homens norte-americanos se engajaram em alguma forma de crime sexual e que a maioria dos machos se engajam em sexo antes do casamento. De fato, ele concluiu que quase 17 por cento dos machos norte-americanos estavam engajados em alguma forma de atividade sexual com animais! Ele também reclamou que seus achados provaram que as crianças eram seres sexuais desde a infância - e que eles podiam curtir orgasmos mesmo enquanto crianças.56 [Nota: Em seu trabalho, Kinsey contava com uma equipe de "pesquisadores qualificados". Wardell Pomeroy, um dos sócios de Kinsey, descreve um desses "pesquisadores": "Esse homem teve relações homossexuais com 600 meninos, relações heterossexuais com 200 meninas e relações sexuais com adultos de ambos os sexos, com animais de muitas espécies e tinha além disso criado elaboradas técnicas de masturbação. Dos trinta e três membros de sua família, ele teve contato sexual com dezessete. Sua avó o introduziu à relação sexual, e sua primeira experiência sexual foi com seu pai.]
Seus estudos legitimaram a idéia que as crianças deveriam ser ensinadas a respeito do sexo na idade mais precoce, dando último acabamento às teorias freudianas a respeito do período latente na infância quando as crianças não mostram qualquer interesse por sexo. Isso justificou o crescimento de uma indústria do sexo. Isso tem justificado o crescimento de uma indústria da educação sexual que hoje promove o ensinamento do "sexo seguro" e a homossexualidade à educação infantil mais elementar.
Kinsey sustentou que 10 por cento da população norte-americana era homossexual e que a orientação sexual está em continuação com a bissexualidade sendo a base intermediária entre o comportamento homossexual e heterossexual. Incrivelmente, ele concluiu que somente 4 por cento da população era estritamente heterossexual, com uns outros 4 por cento sendo exclusivamente homossexual. O restante, ele disse, era bissexual. [Nota: Para se ter uma idéia das conclusões fraudulentas de tal pesquisa, através de informação do Estado de São Paulo de 16-04-1993, os Homossexuais são 1,1% nos EUA."]
Os dois volumes de Kinsey revolucionaram como nós encaramos o sexo em nossa sociedade. Sua pesquisa foi usada para mudar as leis criminais sexuais nos EUA. Em 1955, o American Law Institute, um braço do American Bar Institute, estabeleceu o Código Penal que foi apresentado às assembléias legislativas dos estados à parte. O MPC utilizou a pesquisa de Kinsey para argumentar pela eliminação de muitos crimes sexuais e reduções em sentenças para muitas outras.
Os colegas de Kinsey ajudaram a estabelecer organizações tais como a Conselho de Educação e Informação Sexual dos Estados Unidos - Sex Information and Education Council of the United States (SIECUS) para promover educação sexual nas escolas públicas. Em abril de 1999, o SIECUS - agora Conselho de Informação e Educação dos Estados Unidos sobre Sexualidade - publicou uma reportagem atacando a educação da abstinência e recomendou que tais programas sejam defendidos.
Em acréscimo, os créditos de Hugh Hefner aos relatos de Kinsey inspirando-o a iniciar a revista Playboy, estão abrindo assim à América a aceitação gradual da pornografia.
Agora, mais de 50 anos depois da publicação desses livros, o trabalho de Kinsey está sendo exposto como uma das maiores fraudes científicas do século.
A PESQUISA DE JUDITH REISMAN
O maior crédito para essa exposição de Kinsey é devida a Dra. Judith A. Reisman, Sexo e Fraude: A Doutrinação de um Povo (1990) e escreveu Kinsey: Crimes e Conseqüências (1998). Dois poderosos videos também foram baseados em seus estudos. As Crianças da Tabela 34, produzido pelo Conselho de Pesquisa Familiar, e Pedófilos de Kinsey, produzido pelo produtor de cinema independente britânico Tim Tate. Seu longa-metragem foi ao ar novamente no Canal 4 de Yorkshire, uma TV britânica privativamente controlada pelo serviço de TV britânico em Agosto de 1998. Tate está negociando com a PBS para colocar no ar o programa nos Estados Unidos.
Reisman descobriu os estudos de Kinsey enquanto conduzia uma pesquisa sobre o impacto da pornografia em machos e fêmeas. Ela tinha feito uma análise do conteúdo da Penthouse e descoberto preocupantes temas de assédio infantil. Ela apresentou suas descobertas em 1977, em uma conferência sobre mulheres e pornografia no Reino Unido. Durante essa conferência, ela confrontou-se com um diretor editorial de Penthouse, que argumentou pela pornografia infantil e os direitos "sexuais" das crianças. Outros expressaram apoio similar para pedofilia. Na mesma conferência, ela encontrou um psicólogo canadense que encorajou-a a ler Os Pesquisadores do Sexo por Edward Brecher se ela verdadeiramente precisava entender o porquê de tantos membros da conferência pareciam favorecer a pornografia infantil. O canadense contou a ela que ela tinha trabalhado com Alfred Kinsey e Wardell Pomeroy. Aquele (Kinsey) disse que era um homossexual; o outro (Pomeroy) era um pedófilo.
Reisman lê Os Pesquisadores do Sexo e então começou a pesquisar os materiais de Kinsey para ver por quê tantos psicólogos e sexologistas defendiam a pedofilia. Em 1981, enquanto caminhando através de Comportamento Sexual no Homem, ela estava estudando a Tabela 34, que listou estatísticas sobre as taxas de orgasmos de bebês e crianças. Isso resplandeceu em sua mente quando ela estava observando em uma tabela descrevendo em detalhe seus abusos sexuais de crianças.
O último livro de Reisman, Kinsey: Crimes e Conseqüências (Arlington, Va: The Institute for Media Education, 1998) viaja ao interior do grande detalhe a respeito dos esforços de Kinsey para utilizar seu trabalho para normalizar a homossexualidade, pornografia, bestialidade, pedofilia e mais. Uma de suas mais chocantes descobertas é que Kinsey rotineiramente correspondeu com um pedófilo nazista que enviou a Kinsey seus diários descrevendo em detalhes seus abusos infantis. Em acréscimo, Kinsey usou o diário de pedófilo Americano Rex King, um homem que, de acordo com o documentário Kinsey's Paedophiles, molestou mais de 800 crianças.
As teorias sexuais de Kinsey foram passadas ao longo junto com muitos da comunidade acadêmica que estão tentando destigmatizar o sexo com crianças.
ACADÊMICOS TRABALHAM PARA NORMALIZAR A PEDOFILIA
James Kincaid, um professor inglês do quadro permanente da Universidade do Sul da Califórnia (USC), Los Angeles, é um acadêmico que está tentando fornecer justificação intelectual para sexo entre adultos e crianças. Kincaid é autor de Amor a Crianças: A Criança Erótica e a Cultura Vitoriana (1992) e a Inocência Erótica: A Cultura do Assédio Infantil (1998).
Kincaid foi um orador na USC "Semana de Gênero e Sexualidade" ano passado, que incluiu Annie Sprinkle, uma ex-prostituta e atriz pornô que se descreve como uma "prostituta multimídia".57 A conferência foi patrocinada pela Campanha de Direitos Humanos, o maior grupo ativista homossexual da América.
As visões de James Kincaid sobre pedofilia mereceram-lhe um lugar no website do NAMBLA, onde ele é citado dizendo, "É possível que a posição marginal dos pedófilos lhe alerte não somente o interesse próprio mas as dores sofridas por todos os excluídos. Isso não é uma conseqüência necessária do [amor entre garotos], obviamente, mais do que a virtude é de pobreza. Ainda, a paixão pela ajuda à criança é tão forte em relações [entre homens e garotos] que até a polícia reconhece isso.
Os escritos de Kincaid estão começando a aparecer em vários programas de estudo sobre gênero e homossexuais. A Universidade Cornell, por exemplo, está usando seus materiais, assim como aqueles de Daniele Price, um professor inglês no Conselho da Cruz Sagrada. O preço é ensinar o feminismo e estudos sobre sexualidade e crianças na Inglaterra Vitoriana.
A Universidade de Cornell está oferecendo um curso chamado "A Criança Sexual", ensinado pelo professor de inglês Ellis Hanson. O conteúdo de seu curso foi retratado com precisão em exatidão no Relatório do Campus da Academia. O syllabus para "A Criança Sexual" aprende com o "Quem é Quem" dos "estudiosos" pedófilos. Isso inclui os escritos de Theo Sandfort, um ex-membro da comissão do Paidika; Daniel Tsang, editor do A Idade do Tabu, publicado pelo homossexual baseado em Boston, Alyson Publishers; e Pat Califia, o "fora da lei sexual" bem como um livro de foto de crianças nuas.
Uma das leituras no curso de Hanson é da autora feminista autora Gayle Rubin. Em seu ensaio "Pensando em Sexo", ela observa "como comunistas e homossexuais nos anos 50, amantes de garotos estão tão estigmatizados, que é difícil encontrar defensores para suas liberdades civis. ... Em vinte anos mais ou menos, quando alguma fumaça se clarear, será muito mais fácil mostrar que esses homens foram supostas vítimas de uma selvagem e injusta caça às bruxas."59
Hanson contou a Michael Capel do Campus Report que esse curso foi designado a "minar noções preconcebidas a respeito do que uma criança seja, o que a sexualidade é, e o que representa para o amor ou desejo de uma criança"60 Embora Hanson nega que sua posição seja pró-pedofilia, desafia a crença que sexo entre adultos e crianças seja mal.
No mesmo artigo da Campus Report, Capel registra que a Imprensa da Universidade de Nova Iorque publicou Out of the Closets por Carl Wittman, um livro amplamente utilizado em estudos de programas homossexuais. De acordo com Wittman, "Encare belos corpos e corpos jovens. São atributos. Eles são excelentes. ... [C]rianças podem tomar cuidado de si mesmas e são seres sexuais em caminho mais precoce do que nós gostaríamos de admitir. Aqueles de nós que começaram a cruzar a mais breve adolescência sabem disso, e nós estávamos fazendo cruzeiro, não sendo corrompido por homens velhos mais sujos"61. A Imprensa da Universidade de Nova Iorque também publicou Lavender Culture pelo homosexual/pedófilo canadense Geral Hannon, que escreve a respeito da importância de lutar pelas leis de idade de consenso.
ESCOLAS PÚBLICAS ESTÃO RECRUTANDO BASES
O movimento dos direitos dos homossexuais tem mirado adolescentes por anos, mas só recentemente tem havido um esforço mais acertado para mirar as escolas infantis mais elementares. O objetivo declarado dos ativistas homossexuais é proteger suas "crianças" de uma sociedade homofóbica, mas eles estão realmente usando as escolas públicas para introduzir nas crianças a idéia de que a orientação sexual é uma característica inata não diferente das de vertentes de direita ou esquerda. A mensagem é que a heterossexualidade, a bissexualidade, a homossexualidade, e mesmo reunindo características do sexo oposto (uma mistura de macho e fêmea) são igualmente escolhas válidas.
Em 1997, duas ativistas lésbicas produziram um vídeo de 78 minutos, É Elementar, que usa metragem real de cinco escolas para mostrar aos professores como introduzir o tópico da homossexualidade às crianças. O filme foi severamente criticado por ventilar na afiliada de São Francisco PBS e foi oferecido às estações por toda nação. Também foi endossado pela Associação Nacional de Educação e a Associação de Conselho Escolar Norte-Americana. Uma edição de 37 minutos está sendo distribuída pela Gay, Lesbian and Straight Education Network (GLSEN) - Rede de Educação para Gays, Lésbicas e Corretos. Esse vídeo é designado a ensinar às crianças que ser "gay é OK" e obter a simpatia das crianças retratando as críticas da homossexualidade como "fundamentalistas anti-gay".
Um dos mais notórios programas de recrutamento é o Projeto 10, fundado por Virginia Uribe, uma professora lésbica de uma escola secundária de Los Angeles. Foi duplicado nas escolas secundárias por toda a nação. Adolescentes que acreditam que sejam homossexuais são encorajadas a embarcar a se aconselhar, assim como se associar com os homossexuais mais velhos que servirão como mentores para eles. O website Project 10 fornece aos adolescentes vínculos a vários grupos de "apoio" a fim de ajudá-los a "revelar-se" aos seus parentes e amigos.
O Project 10 promoveu a aquisição de livros pró-homossexualidade para bibliotecas secundárias. Uma de suas principais seleções foi Uma Adolescente Em Dez: O Testemunho da Juventude Gay e Lésbica, um livro que ensina aos adolescentes escolheram qual seja a tendência sexual a ser escolhida se eles desejarem e regressarem e em seguida uma continuação de comportamentos sexuais. Esse livro contém um ensaio descrevendo a sedução de uma adolescente por sua professora lésbica do ensino secundário. Uma Adolescente Em Dez foi recentemente removido de várias escolas secundárias pra crítica depois de um pai queixar-se a respeito disso.
Ajudando a promover a normalização da homossexualidade entre adolescentes na Rede de Educação Gay, Lésbica e Correta. Esse grupo conduz uma campanha de "Retorno à Escola", que avalia e classifica as escolas como poços de água quente que estão cuidando de criar um "seguro e afirmativo aprendizado ambiental" para estudantes homossexuais, professores e grupos de trabalho.
GLSEN presidiu que uma Conferência Educacional "Gay" em Oakland, na Califórnia, em outubro passado de 1998. Os líderes da conferência recolheram-se para ensinar que "quanto mais jovem você se inicia, melhor", e encorajaram os homossexuais a começarem a ensinar lições de "afirmações gay" aos estudantes do jardim de infância. Jaki Williams, um ativista da GLSEN na Packer Collegiate School de Nova Iorque, disse que os jardins de infância estão "desenvolvendo seu superego" e "que é quando o processo de saturação necessita começar".62 [Nota: Em notícia veiculada no Site Terra, a sexualização precoce já está em pauta no Brasil. Segundo informação de 21 de maio de 2003, "Aulas de prevenção à aids e doenças sexualmente transmissíveis (DST) para crianças de 4 a 6 anos, na pré-escola, é a base de uma proposta que está sendo discutida pelos Ministérios da Saúde e da Educação".]
Um seminário intitulada "Castro Clones: Lésbicas Legítimas, Bissexuais de Boa Fé, Verdadeiros Transgêneros: Ser um Autêntico Homossexual?" O apresentador contou a seus espectadores em uma audiência que a identidade sexual é como uma peça de roupa: Quando não fortalece, você põe uma outra no lugar.
Durante a conferência, uma professora homossexual sugeriu acusar os pais de negligência educacional, caso questionassem tirarem suas crianças de classes de afirmação homossexual. Como uma professora registrou, "Nós estamos no ramo não para educar somente as crianças, mas para também educar a comunidade".63
INDÚSTRIA DO ENTRETENIMENTO POPULARIZA SEXO ENTRE ADULTO E CRIANÇA
Em 1998, a indústria dos filmes introduziu pelo menos três filmes relacionando sexo entre adultos e crianças. The House of Yes, produzido pela Miramax, uma subsidiária da Disney, era uma comédia a respeito de incesto. Lolita, estrelando Jeremy Irons, foi rejeitada por todos os maiores estúdios de Hollywood, mas foi adquirida pelo canal Showtime e o Samuel Goldwyn Films. Não fez bem em teatros, mas foi exibida na TV a cabo e está disponível em alguns depósitos de vídeo da Blockbuster.
O último sacrifício sobre pedofilia é Happiness, que venceu o Prêmio do Festival de Cannes. A subsidiária da Universal Pictures, October Films, estava originalmente procurando distribuir o filme, mas finalmente ergueu-se através de uma companhia de distribuição menor e representada em mais de 15 cidades. O principal caráter em Happiness é um pedófilo homossexual que vitimiza os filhos machos de 11 anos de seus amigos. Ele é apresentado como um normal, membro forte de sua comunidade.
Enquanto nenhum desses filmes tem produzido boas bilheterias, sua influência cultural sobreviverá nas vídeo-locadoras. Cada um contribui em seu próprio caminho para a normalização do sexo entre adulto e criança. Em acréscimo, a televisão tem ocupado a cena da pedofilia diretamente às adolescentes, com o WB's "Dawson's Creek" retratando um relacionamento sexual entre um garoto de 15 anos de idade e seu professor da escola secundária. O programa era mais condenável por adultos que objetavam a pedofilia do que ela mesma representava em sua essência.
O Professor de filosofia Richard D. Mohr da Universidade de Illinois escreveu sobre a crescente influência pedófila no interior da mídia em seu ensaio "A Pedofilia da Vida Diária", publicado na edição de Guide, em Setembro de 1996, uma publicação homossexual disponível na Internet. Mohr registra que os anúncios de Tommy Hilfiger revelaram jovens garotos em poses sexualmente provocativas e que os anúncios da Havana Joe Boots mostram um garoto nu agachado, vestindo apenas um par de botas.
Mohr comenta a respeito do filme Kids da Miramax de Larry Clark um exemplo de imagens pedófilas destruídas como objetivo final. Os trabalhos fotográficos anteriores de Clark incluía Teenage Lust, que inclui uma foto de um garoto nu com uma ereção apontando uma arma à imagem da figura de uma garota nua e amarrada,64 e Die Perfect Kindheit (1993), que inclui fotos do próprio Clark nu dando cambalhotas com garotos nus em uma fonte. Kids termina com uma orgia de sexo e drogas de adolescentes. "Com Clark", diz Mohr, "a multidão de carne masculina adotada e acariciada pela câmera remota é carne de criança, toda desenvolvida para uma boa causa".65
CONCLUSÃO
O movimento dos direitos dos homossexuais tentou distanciar-se da pedofilia, mas apenas para propósitos de relações públicas. Com efeito, ativistas homossexuais por todo o mundo estão trabalhando agressivamente para reduzir a idade de consenso sexual para crianças e normalizar o sexo com crianças. Eles estão efetuando seus objetivos através da legislação, psiquiatria, nos tribunais, academia e a indústria do entretenimento.
O que o futuro trará? Uma coisa é certa: as maiores instituições culturais em nossa sociedade estão comprometidas em normalizar a homossexualidade, e algumas delas estão também se comprometendo em normalizar o sexo "consensual" com crianças e adolescentes. O objetivo final é a total liberação sexual de quaisquer restrições morais.
A Planned Parenthood, por exemplo, lançou uma revista na Web para adolescentes em fevereiro de 1999. A publicação de 1º de março continha um número de adolescentes infectados com HIV. Quanto mais está atraído ao interior do estilo de vida homossexual, nós veremos também mais adolescentes morrerem dolorosamente e com mortes desnecessárias. O San Francisco Chronicle relatou em 29 de Janeiro de 1999, a respeito de uma tendência emergente entre os homossexuais mais jovens: "Roleta Russa" ou festas "de sexo anal". Grupos de jovens homossexuais estão se encontrando para orgias de sexo que tem três regras: Nada de roupa, nada de camisinha e nenhuma conversa a respeito de infecção por HIV. Em acréscimo, pelo menos alguns homens devem estar infectados pelo HIV. Deram feições românticas à AIDS a ponto desses jovens estarem desejando se arriscar até a morte para um encontro sexual".
Esse é o futuro que nós encaramos, a menos que haja oposição ao movimento homossexual e pedófilo. Um ativista homossexual, escrevendo sobre o nome de Michael Swift, cercado de bebês, enxergou o dia quando homossexuais controlariam nossa cultura. Ele desafiou a sociedade heterossexual com essas palavras:
Nós sodomizaremos seus filhos, emblemas de sua masculinidade débil, de seus sonhos superficiais e mentiras vulgares. ... Seus filhos se tornarão nossos prediletos para realizar nossas ordens. Eles serão reformados a nossa imagem. Eles virão nos desejar e nos adorar.
Todas as igrejas que nos condenam serão fechadas. Nossos deuses sagrados são formosos adolescentes. Nós aderimos a um culto de beleza, moral e estética. Todo aquele que é feio e vulgar e banal será aniquilado. Posto que nós estamos alienados das convenções da classe média heterossexual, nós estamos livres para viver nossas vidas de acordo com os ditados da pura imaginação. Para nós, muito não é suficiente.68
Muito não é suficiente. Essas palavras deveriam nos lembrar que um dos objetivos primários dos movimentos de direitos dos homossexuais é abolir todas as leis de idade de consenso etário e realmente reconhecer que os pedófilos como os "profetas" de uma nova ordem sexual.
Frank V. York, um ex-editor em Focus on Family, é um escritor freelance vivendo no Sul da Califórnia. Ele é o autor de nove livros, incluindo When the Wicked Seize uma Cidade e Enviou uma mensagem a Mickey, um livro a respeito do boicote da Convenção Batista do Sul da Disney Corporation. Robert H. Knight, diretor dos estudos culturais para o Familiy Research Council e um ex-editor de notícias e escritor, escreveu e dirigiu os vídeos Hope and Healing: Histórias de Superação da Homossexualidade, e as Crianças da Tabela 34, a respeito da pesquisa sexual infantil de Alfred Kinsey. Ele é o autor de The Age of Consent: The Rise of Relativism and the Corruption of Popular Culture (Dallas: Spence Publishing, 1998).
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Frank V. York, um ex-editor em Focus na Família é um escritor freelance vivendo no Sul da Califórnia. Robert H. Knight é diretor de estudos culturais para o Family Research Council e um ex-editor de notícias do Los AngelesTimes. Ele é autor da Idade do Consenso: A Ascensão do Relativismo e a Corrupção da Cultura Popular ( D a l l a s : S p e n c e Publishing, 1998).
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Pe. Aldo Trento
No Jornal italiano Il Foglio
O Pe. Aldo Trento é um sacerdote missionário italiano que serve no Paraguai há vários anos. De passagem por seu país natal escreveu uma carta ao jornal liberal Il Foglio, dirigido pelo agnóstico Giuliano Ferrra, no qual rechaça a campanha da mídia daqueles que "cospem" no Papa Bento XVI e nos sacerdotes "usando a diabólica arma da pedofilia".
O missionário comenta que "este argumento parece interessar mais a alguns jornalistas e às suas fantasias e alucinações que ao público: porque encontrei a milhares de pessoas, sobre tudo jovens, e nenhum deles me fez uma pergunta sobre este assunto. O que significa que embora exista este flagelo no mundo e afetou também a Igreja recebendo a dura, clara e forte condenação do Santo Padre, ainda estamos longe daquele fenômeno de massa, como se todos os sacerdotes fossem pedófilos, como querem fazer que acreditemos".
"São 40 anos desde que sou sacerdote, estive em diversas partes do mundo, vivi em orfanatos, escolas, internados para Crianças e nunca vi a um colega culpado deste delito. Não só isso, senão que vivi com sacerdotes e religiosos que deram a vida para que estes pequenos também a tenham".
Depois de relatar algo de sua intensa vida de serviço em meio de "prostitutas, homossexuais, travestis, doentes de Aids, recolhidos nas ruas, na imundície", o sacerdote critica duramente a quem "cospe" contra a Igreja.
"Faz-me sofrer este cuspir no prato em que, se Deus quiser, inclusive alguns morbosos jornalistas, se encontrarão amanhã comendo, porque se alguém se equivoca não quer dizer que a Igreja seja assim. Esta Igreja é o alento do mundo", assinala.
Seguidamente questiona os jornalistas que atacam os sacerdotes e o Papa: "Não se perguntam que coisa seria deste mundo sem este porto de esperança segura para todo homem, incluídos vocês que nestes dias como corvos ferozes se divertem sadicamente cuspindo sobre seu Castro Rosto? Venham ao terceiro mundo para entender que coisa quer dizer que milhares de sacerdotes e irmãs morrem dando sua vida pelas Crianças".
Seguidamente lhes recorda que na hora de sua morte, "esta Igreja, esta mãe sobre a qual aprenderam a cuspir,os acolhê-los-á, os abraçará, os perdoará. Esta mãe, que há 2000 anos é cuspida, ofendida e acusada, há 2000 anos diz a todos os que o pedem: `eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo'".
"Não percamos o tempo ante os delírios de alguns jornalistas que usam certos execráveis casos de pedofilia para atacar o Acontecimento cristão, para pôr em discussão a pérola do celibato, e olhemos para as milhares de pessoas, jovens em particular, que procuram, acreditam e perguntam à Igreja o por quê, o sentido último da vida e que vêem nela a única resposta".
O Pe. Trento expressa logo sua preocupação pela "ausência de santidade em nós sacerdotes que outras coisas por graves e dolorosas que sejam. Preocupa-me mais uma Igreja que se envergonha de Cristo, em vez de pregá-lo desde os tetos. Preocupa-me não encontrar sacerdotes nos confessionários pelo qual o pecador que vive na tortura de seu pecado não encontra um confessor que o absolva".
"Às acusações infames destes últimos dias -continua o sacerdote- urge responder com a santidade de nossa vida e com uma ordem total a Cristo e aos homens necessitados, como nunca, de certeza e esperança".
A pedofilia, prossegue "deve-se responder como o Papa nos ensina. Mas só anunciando a Cristo se sai deste horrível cenário porque só Cristo salva totalmente o homem. Mas se Cristo já não é mais o coração da vida, então qualquer perversão é possível. A única defesa que temos são nossos olhos apaixonados por Cristo".
Finalmente o Pe. Trento reconhece que "a dor é maior, mas a segurança granítica: o `Eu venci ao mundo' (de Cristo) é imensamente superior".
Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/8921-energica-resposta-a-campanha-da-midia-que-cospe-no-papa-e-nos-sacerdotes


 

Cynara Menezes
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=9&i=6330
Biógrafo dos papas João Paulo I, Pio XII e do próprio Bento XVI, o vaticanista Andrea Tornielli considera que o celibato imposto aos sacerdotes católicos não tem "nenhuma relação" com a pedofilia dentro da Igreja. Colaborador do diário italiano Il Giornale, Tornielli sustenta que, embora não pareça, internamente o Vaticano vem combatendo a pedofilia há pelo menos dez anos.
CartaCapital: A igreja finalmente começou a reagir contra a pedofilia?
Andrea Tornielli: Publicamente, sim. O papa vai divulgar uma carta aos fiéis da Irlanda nos próximos dias, está reagindo, assim como as conferências episcopais da Alemanha e Irlanda. Os bispos e a Cúria Romana estão se interrogando: por que tudo isso aconteceu? Por que não interviemos de maneira mais forte, para que os padres culpados desses atos terríveis não fossem impedidos de cometê-los outra vez?
CC: Não demorou muito essa reação?
AT: Não acho. É preciso distinguir a reação na imprensa, pública, provocada pelo escândalo, da reação de governo. Há dez anos a Igreja começou a reagir, com Joseph Ratzinger ainda como cardeal e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, logo depois dos escândalos nos Estados Unidos. A decisão tomada pelo papa João Paulo II e pelo próprio cardeal Ratzinger foi de que todos os casos que viessem à tona fossem investigados pela Congregação para a Doutrina da Fé, onde trabalha uma equipe de oito pessoas presidida pelo monsenhor Charles Scicluna. O monsenhor Scicluna foi orientado a averiguar esses casos e proceder de uma maneira muito forte, dura e precisa. Então, a reação começou há pelo menos dez anos. Agora falamos de uma reação pública, com palavras.
CC: A impressão que dá às pessoas é que durante todo esse tempo a Igreja pecou por omissão, porque em muitos casos os padres foram apenas transferidos de paróquia.
AT: Claro que sim, mas é preciso considerar que a maioria dos escândalos pertence aos anos 60, 70, 80 e 90. Não são casos dos últimos dez anos. Ou seja, antes os escândalos não eram averiguados, não se avaliou sua gravidade. Pode-se falar de um pecado de omissão, de subestimação do tema, a sensação das pessoas pode ser essa, mas agora não é assim. E não é desde ontem, há dez anos existe uma reação muito clara e precisa.
CC: Outro aspecto discutível foi que o Vaticano sempre tentou dar um caráter local às denúncias, como se não fosse um problema da Igreja como um todo. Os irlandeses reclamaram que o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, tenha definido o problema de lá como "localizado".
AT: É normal que se tratem desses temas sob um ponto de vista local, embora eu creia que não seja um problema local. O que o padre Lombardi quis dizer é que o caso da Irlanda é endêmico, mais profundo do que em outros lugares, como a Alemanha. Aqui é local.
CC: Que papel tem o celibato na ocorrência de pedofilia na Igreja?
AT: Nenhum. Sou casado, tenho três filhos e você sabe que a maioria desses atos de abuso contra menores acontece dentro das famílias. Assim como isso não é uma razão para abolir o matrimônio tampouco é para discutir o fim do celibato.
CC: A pessoa não se sentiria reprimida em seus desejos e acabaria deixando aflorar um lado perverso?
AT: Estamos falando de casos em que há um exercício da sexualidade humana que não é normal. Não creio que a solução para isso seja o fim do celibato. Não sou padre, sou laico, então é um problema que não me pertence, é um problema da Igreja. O que necessito como católico é ter padres que possam celebrar os Sacramentos para mim. Se são casados ou não, não importa.
CC: Começaram a surgir denúncias de pedofilia na Igreja no Brasil, a maior nação católica do mundo. Acha que pode ser o começo de uma onda?
AT: Pode acontecer, mas não estou informado sobre a situação do País para opinar.
CC: Quanto ao ensino em colégios confessionais, é possível que várias gerações possam ter sido vítimas de abuso, como aconteceu na Irlanda?
AT: Por favor... Não acredito que se possa falar em gerações inteiras vítimas de abuso. Há gerações
de jovens e crianças que também podem ter sido vítimas de abusos em suas famílias, nas escolas laicas, quando vão ao médico, ao pediatra, ou praticar esporte...Vejo isso como uma generalização que não é correta. Na Irlanda aconteceu, mas não se pode generalizar.

 


Por: Máximo Introvigne,
Diretor do The Center for Studies on New Religions (CESNUR), que reúne um grupo de estudiosos de grandes universidades da Europa e das Américas. O artigo foi publicado no jornal dos bispos italianos Avvenire, 18-03-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Volta-se a falar de padres pedófilos, com vozes e acusações que se referem insistentemente à Alemanha e a tentativas de envolvimento de pessoas próximas ao Papa, e acredito que a sociologia também tem muito a dizer e não deve calar pelo medo de descontentar alguém. A discussão atual sobre os padres pedófilos - considerada do ponto de vista do sociólogo - representa um exemplo típico de "pânico moral". O conceito nasceu nos anos 70 para explicar como alguns problemas são objeto de uma "hiperconstrução social".
Mais precisamente, os "pânicos morais" foram definidos como problemas socialmente construídos e caracterizados por uma amplificação sistemática dos dados reais, tanto na representação midiática quanto na discussão política. Outras duas características foram citadas como típicas dos "pânicos morais". Em primeiro lugar, problemas sociais que existem há décadas são reconstruídos nas narrativas midiáticas e políticas como "novos", ou como objeto de um suposto e dramático crescimento recente. Em segundo lugar, a sua incidência é exagerada por estatísticas folclóricas que, mesmo que não confirmadas por estudos acadêmicos, são repetidas por um meio de comunicação ao outro e podem inspirar campanhas midiáticas persistentes.
Philip Jenkins destacou o papel de "empresários morais", cujas agendas nem sempre são declaradas, na criação e gestão dos pânicos. Os "pânicos morais" não fazem bem a ninguém. Distorcem a percepção dos problemas e comprometem a eficácia das medidas que deveriam resolvê-los. A uma má análise só pode seguir uma má intervenção. Entendamo-nos: os "pânicos morais" têm, na sua origem, condições objetivas e perigos reais. Não inventam a existência de um problema, mas exageram suas dimensões estatísticas. Em uma série de valiosos estudos, o próprio Jenkins mostrou como a questão dos padres pedófilos é talvez o exemplo mais típico de um "pânico moral". Estão presentes, de fato, os dois elementos característicos: um dado real de partida e um exagero desse dado por obra de ambíguos "empresários morais".
Acima de tudo, o dado real de partida. Existem padres pedófilos. Alguns casos são ao mesmo tempo chocantes e repugnantes, levaram a condenações definitivas e os próprios acusados nunca se proclamaram inocentes. Esses casos - nos EUA, na Irlanda, na Austrália - explicam as severas palavras do Papa e o seu pedido de perdão às vítimas. Mesmo se os casos fossem só dois - e infelizmente são mais - seriam sempre dois casos relevantes. Porém, a partir do momento em que pedir perdão - mesmo que seja nobre e oportuno - não basta, mas é preciso evitar que os casos se repitam, não é indiferente saber se os casos são dois, 200 ou 20 mil. E não é nem um pouco irrelevante saber se o número de casos é mais ou menos numeroso entre os sacerdotes e os religiosos católicos do que em outras categorias de pessoas. Os sociólogos muitas vezes são acusados de trabalhar sobre números frios, esquecendo-se que, por trás de cada número, há um caso humano.
Mas os números, embora não sejam suficientes, são necessários. São o pressuposto de toda análise adequada. Para entender como de um dado tragicamente real se passou a um "pânico moral" é então necessário se perguntar quantos são os padres pedófilos. Os dados mais completos foram recolhidos nos EUA, onde, em 2004, a Conferência Episcopal solicitou um estudo independente ao John Jay College of Criminal Justice da City University of New York, que não é uma universidade católica e é unanimemente reconhecida como a mais notável instituição acadêmica dos EUA em matéria de criminologia.
Esse estudo nos diz que, de 1950 a 2002, 4.392 sacerdotes norte-americanos (de mais de 109.000) foram acusados de terem tido relações sexuais com menores de idade. Desses, pouco mais de uma centena foram condenados por tribunais civis. O baixo número de condenações por parte do Estado deriva de diversos fatores. Em alguns casos, as vítimas verdadeiras ou supostas denunciaram sacerdotes já falecidos, ou havia sido atingido o término da prescrição. Em outros, a acusação e também a condenção canônica não corresponde à violação de alguma lei civil: é o caso, por exemplo, de diversos Estados norte-americanos, em que o sacerdote teve uma relação com uma - ou também um - menor de idade maior de 16 anos e consciente.
Mas houve também muitos casos chocantes de sacerdotes inocentes acusados. Esses casos se multiplicaram nos anos 90, quando alguns estudos legais entenderam que poderiam arrancar transações milionárias até com base em simples suspeitos. Os apelos à "tolerância zero" são justificados, mas também não deveria haver nenhuma tolerância nem para quem calunia sacerdotes inocentes. Acrescento que, para os EUA, os números não mudariam de modo significativo se se somasse o período 2002-2010, porque o estudo do John Jay College já notava o "declínio notabilíssimo" dos casos nos anos 2000.
As novas investigações foram poucas, e as condenações, pouquíssimas, por causa de medidas rigorosas introduzidas tanto pelos bispos norte-americanos quanto pela Santa Sé. O estudo do John Jay College diz, talvez, como se lê muitas vezes, que 4% dos sacerdotes norte-americanos são "pedófilos"? Absolutamente não. Segundo essa pesquisa, 78,2% das acusações se refere a menores de idade que ultrapassaram a puberdade. Ter relações sexuais com uma jovem de 17 anos certamente não é algo correto, muito menos para um padre: mas não se trata de pedofilia. Portanto, os sacerdotes acusados de pedofilia efetiva nos EUA são 958 em 42 anos, 18 por ano.
As condenações foram 54, pouco mais de uma por ano. O número de condenações penais de sacerdotes e religiosos em outros países é semelhante ao dos EUA, embora não se disponha de um estudo completo como o do John Jay College para nenhum outro país. Cita-se frequentemente uma série de relatórios de governo na Irlanda que definem como "endêmica" a presença de abusos nos colégios e nos orfanatos (masculinos) administrados por algumas dioceses e ordens religiosas, e não há dúvida de que casos de abusos sexuais de menores até muito graves ocorreram nesse país. A apuração sistemática desses relatórios mostra, além disso, como muitas acusações se referem ao uso de meios de correção excessivos ou violentos. O chamado Relatório Ryan de 2009 - que usa uma linguagem muito dura com relação à Igreja Católica -, de 25.000 alunos de colégios, reformatórios e orfanatos no período que examina, reporta 253 acusações de abusos sexuais de meninos e 128 de meninas, nem todas atribuídas a sacerdotes, religiosos ou religiosas, de natureza e gravidade diversas, que raramente fazem referência a crianças pré-púberes e que ainda mais raramente levaram a condenações.
As polêmicas destas últimas semanas com relação a situações semelhantes na Alemanha e na Áustria mostram uma característica típica dos "pânicos morais": apresentam-se como "novos" os fatos que remontam a muitos anos ou, em alguns casos a até 30 anos, e em parte já conhecidos. O fato de acontecimentos dos anos 80 terem sido apresentados - com uma particular insistência no que se refere à área geográfica bávara, da qual o Papa provém - nas primeiras páginas dos jornais como se tivessem ocorrido ontem, e daí nasçam capciosas polêmicas, na forma de um ataque concêntrico que a cada dia anuncia em estilo gritante novas "descobertas", mostra bem como o "pânico moral" é promovido por "empresários morais" de modo organizado e sistemático.
O caso que - como alguns jornais intitularam - "envolve o Papa" é, a seu modo, de manual. Refere-se a um episódio em que um sacerdote de Essen, já culpado de abusos, foi acolhido na arquidiocese de Munique e Freising, da qual o atual Pontífice era arcebispo e que remonta de fato a 1980. O caso surgiu em 1985 e foi julgado por um tribunal alemão em 1986, que reconheceu, dentre outras coisas, que a decisão de acolher o sacerdote em questão na arquidiocese não havia sido tomada pelo cardeal Ratzinger e nem lhe era conhecida, o que não é estranho em uma grande diocese com uma complexa burocracia.
O porquê de um jornal alemão ter decidido desencavar o caso e o ter jogado na primeira página 24 anos depois da sentença deveria ser colocado em questão. Uma pergunta desagradável - porque o simples fato de pô-la parece defensivo e não consola as vítimas - mas importante é se ser um padre católico é uma condição que comporta um risco de se tornar pedófilo ou de abusar sexualmente de menores - as duas coisas, como se viu, não coincidem, porque quem abusa de uma jovem de 16 anos não é pedófilo - mais elevado do que no resto da população.
Responder a essa pergunta é fundamental para descobrir as causas do fenômeno e, portanto, para preveni-lo. Segundo os estudos de Jenkins, se compararmos a Igreja Católica dos EUA às principais denominações protestantes, descobre-se que a presença de pedófilos é - de acordo com as denominações - de duas a dez vezes mais alta entre os pastores protestantes do que entre os padres católicos. A questão é relevante, porque mostra que o problema não é o celibato: a maior parte dos pastores protestantes é casada. No mesmo período em que uma centena de sacerdotes norte-americanos havia sido condenada por abusos sexuais de menores, o número de professores de ginástica e treinadores de equipes esportivas juvenis - também estes em grande maioria casados - julgado culpados do mesmo crime pelos tribunais norte-americanos chegava aos seis mil.
Os exemplos poderiam continuar, e não só nos EUA. Principalmente, permanecendo nos relatórios periódicos do governo norte-americano, cerca de dois terços dos abusos sexuais de menores não veem de estranhos ou de educadores - incluindo padres e pastores protestantes - mas de familiares: padrinhos, tios, primos, irmãos e infelizmente até pais. Dados semelhantes existem em numerosos outros países. Mesmo que seja pouco politicamente correto dizer, há um dado que é muito mais significativo: em mais de 80%, os pedófilos são homossexuais, homens que abusam de outros homens. E - para citar Jenkins mais uma vez - mais de 90% dos sacerdotes católicos condenados por abusos sexuais de menores e pedofilia é homossexual. Se efetivamente há um problema na Igreja Católica, ele não se refere ao celibato, mas sim a uma certa tolerância da homossexualidade, particularmente nos seminários dos ano 70, quando a grande maioria dos sacerdotes que depois foram condenados por abusos foi ordenada. É um problema que Bento XVI está corrigindo vigorosamente.
Em geral, o retorno à moral, à disciplina asceta, à meditação sobre a verdadeira e grande natureza do sacerdócio são o antídoto último para as verdadeiras tragédias da pedofilia. O Ano Sacerdotal também deve servir para isso. Com relação a 2006 - quando a BBC exibiu o documentário-lixo sobre o parlamentar irlandês e ativista homossexual Colm O'Gorman [vítima de abuso sexual na Irlanda] - e a 2007 - quando Santoro apresentou a sua versão italiana no canal Annozero - não há, na realidade, muito de novo, com exceção da crescente severidade e vigilância da Igreja.
Os casos dolorosos dos quais se fala nestas semanas não foram sempre inventados, mas remontam justamente a 20 ou até a 30 anos atrás. Ou, talvez, haja alguma coisa de novo. Por que desencavar em 2010 casos velhos ou muitas vezes já conhecidos, no ritmo de um por dia, atacando sempre mais diretamente o Papa - um ataque, além disso, paradoxal se considerarmos a grandíssima severidade do cardeal Ratzinger antes e de Bento XVI depois com relação esse tema? Os "empresários morais" que organizam o pânico têm uma agenda que surge sempre mais claramente e que verdadeiramente não tem a proteção das crianças no seu centro. A leitura de certos artigos nos mostra como lobbies muito poderosos buscam desqualificar preventivamente a voz da Igreja com a acusação mais infamante e hoje infelizmente também mais fácil, que é a de favorecer ou tolerar a pedofilia*.

 


Por JOÃO PEREIRA COUTINHO

O jornalismo preguiçoso deveria separar a histeria anticatólica da verdade criminal
ESTAMOS SEMPRE a aprender: vocês sabem como se diz "bastardo" em língua germânica? "Pfaffenkind." Ou, em tradução literal, "o filho do padre". As curiosidades não acabam aqui: ainda na Alemanha protestante, a expressão coloquial para designar a frequência de bordéis era "agir como um bispo".
É claro que não precisamos viajar até a Alemanha para encontrar esse glorioso imaginário em que membros do clero (católico) se entregam à lascívia. De Chaucer a Boccaccio, passando pelos textos centrais do Iluminismo continental (a "Religiosa", de Diderot; o "Émile", de Rousseau; as múltiplas mediocridades de Sade), o padre não é simplesmente o pastor espiritual em missão evangélica.
O padre é o "fornicador" incansável, sempre disposto a atacar donzelas virgens ou mulheres casadas. Sem falar do resto: o lesbianismo das freiras, a sodomia entre monges e a tortura física por que passa o seminarista casto, que se fustiga com prazer masoquista pa ra compensar uma dolorosa ausência de fêmea (ou de macho).
Sejam sinceros: quando existem escândalos sexuais na Igreja Católica, eles não são apenas escândalos sexuais pontuais e localizados. Esses escândalos, que existem em todo o lado (e em todas as denominações religiosas), bebem diretamente no patrimônio literário e anticatólico do Ocidente.
O caso é agravado pela arcana questão do celibato. No mundo moderno e hipersexualizado em que vivemos, o celibato não é visto como uma opção pessoal (e espiritual) legítima e respeitável. O celibato só pode ser tara; só pode ser um convite ao desvio; só pode ser pedofilia. Esses saltos lógicos são tão comuns que já nem horrorizam ninguém.
Ou horrorizam? Philip Jenkins é uma exceção e o seu "Pedophiles and Priests: Anatomy of a Contemporary Crisis" (Oxford, 214 págs.) é o mais exaustivo estudo sobre os escândalos sexuais que sacudiram a Igreja Católica nos Estados Unidos durante a dé cada de 1990.
Jenkins não nega o óbvio: que existiram vários abusos; e, mais, que as autoridades eclesiásticas falharam na detecção ou denúncia dos mesmos.
Porém, Jenkins é rigoroso ao mostrar como os crimes foram amplificados de forma desproporcionada com o objetivo de cobrir toda a instituição com cores da infâmia.
Padres católicos cometem crimes sexuais? Fato. Mas esses crimes, explica Jenkins, existem em proporção idêntica nas outras denominações religiosas (e não celibatárias). A única diferença é que, sendo o número de padres católicos incomparavelmente superior ao número de pastores de outras igrejas; e estando os crimes de pedofilia disseminados pela população adulta, será inevitável que exista um maior número de casos entre o clérigo católico.
Como explicar, então, que as atenções mediáticas sejam constantemente voltadas para os suspeitos do costume?
Jenkins não é alheio à dimensão "literária" do ant icatolicismo ocidental; muito menos à hipersexualização moderna, que vê na doutrina sexual da igreja um anacronismo e, em certos casos, uma ameaça.
Mas o autor vai mais longe e revela como a amplificação dos crimes é, muitas vezes, promovida por facções dissidentes dentro da própria Igreja Católica que esperam assim conseguir certas vitórias "culturais" (o fim do celibato, a ordenação de mulheres para o sacerdócio etc.) pela disseminação de uma imagem de corrupção endêmica. "A maior ameaça à sobrevivência da igreja desde a Reforma", escreve Jenkins, citando as incontáveis reportagens que repetiam essa bovinidade.
Isso significa que os crimes das últimas semanas na Europa podem ser desculpados ou justificados? Pelo contrário: esses crimes não têm desculpa nem justificação. E é de saudar que o papa Bento 16, em atitude inédita, tenha escrito uma carta plena de coragem e dignidade ao clérigo irlandês, condenando os abusadores, pedind o perdão às vítimas e esperando que a justiça faça o seu caminho.
Mas não é apenas a justiça que tem de fazer o seu caminho. O jornalismo preguiçoso também deveria trilhar o seu, separando a histeria anticatólica da verdade criminal.
Um contributo: para ficarmos no país de Ratzinger, existiram na Alemanha, desde 1995, 210 mil denúncias de abusos a menores. Dessas 210 mil, 300 lidaram com padres católicos. Ou seja, menos de 0,2%. Será isso a maior ameaça à sobrevivência da igreja desde a Reforma?
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Resposta ao caso do sacerdote que abusou de crianças com deficiência auditiva
Por Jesús Colina
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 25 de março de 2010 (ZENIT.org).- "Não houve encobrimento algum", garante o jornal vaticano em sua resposta a um artigo do New York Times, que tenta envolver a Congregação para a Doutrina da Fé, quando tinha como prefeito o então cardeal Joseph Ratzinger, no gravíssimo caso de um sacerdote americano acusado de abusar sexualmente de crianças com deficiência auditiva.
Trata-se do Pe. Lawrence C. Murphy, responsável por abusos cometidos contra menores de idade em um centro católico especializado, onde ele trabalhou de 1950 a 1974. Este caso, como explica o próprio jornal nova-iorquino, foi apresentado muito depois, em 1996, pela arquidiocese de Milwaukee, à Congregação para a Doutrina da Fé, cujo prefeito era o cardeal Ratzinger e seu secretário era o então arcebispo Tarcisio Bertone, hoje cardeal secretário de Estado.
Como explicou um comunicado do Pe. Federico Lombardi, SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, a arquidiocese americana não apresentou o caso por denúncias de abusos sexuais do sacerdote - uma questão que, para a justiça americana, havia sido arquivada anos atrás -, e sim pela violação do sacramento da penitência, perpetrada através de solicitações sexuais no confessionário, delito castigado pelo cânon 1387 do Código de Direito Canônico.
"Como se pode deduzir facilmente lendo a reconstrução realizada pelo New York Times sobre o caso do Pe. Murphy, não houve encobrimento algum", assegura o L'Osservatore Romano na edição de 26 de março.
"Isso se confirma na própria documentação que complementa o artigo do jornal americano - acrescenta o L'Osservatore Romano -, na qual aparece a carta que o Pe. Murphy escreveu em 1998 ao então cardeal Ratzinger, pedindo que a investigação canônica fosse interrompida devido ao seu grave estado de saúde". De fato, ele faleceu poucos meses depois, em estado de isolamento.
"Também neste caso, a Congregação respondeu, através do arcebispo Bertone, convidando o arcebispo de Milwaukee a aplicar todas as medidas pastorais previstas pelo cânon 1341 do Código, para reparar o escândalo e restabelecer a justiça", garante o jornal vaticano.
"É importante observar, como declarou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, que a questão canônica apresentada à Congregação não estava relacionada de forma alguma com um possível procedimento civil ou pena contra o Pe. Murphy, contra quem a arquidiocese já havia empreendido um procedimento canônico, como evidencia a abundante documentação publicada na internet pelo jornal de Nova York", acrescenta o artigo.
"A pedido do arcebispo, a Congregação respondeu com uma carta assinada pelo então arcebispo Bertone, em 24 de março de 1997, indicando que se procedesse segundo estabelece a Crimen sollicitationis", carta da Congregação para a Doutrina da Fé sobre os delitos mais graves, revela o jornal da Santa Sé.
L'Osservatore Romano explica quais são os critérios indicados à Igreja pelo cardeal Ratzinger e por Bento XVI para esclarecer os diferentes casos de abusos sexuais cometidos por sacerdotes ou religiosos: "transparência, firmeza e severidade".
"Uma forma de agir coerente com sua história pessoal e com mais de 20 anos de atividade como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que evidentemente é temida por quem não quer que se afirme a verdade e que preferiria poder manipular, sem nenhum fundamento, episódios horríveis e casos dolorosos que se remontam a décadas", afirma o jornal vaticano.
O professor Massimo Introvigne, sociólogo e diretor do Centro de Estudos europeu sobre as Novas Religiões, em uma análise compartilhada com a Zenit, constata que os fatos narrados pelo New York Times não são precisos em alguns trechos e inclusive, segundo ele, foram manipulados.
"Para desonrar a pessoa do Santo Padre, agita-se um episódio ocorrido há 35 anos, já conhecido e discutido pela imprensa local na década de 70, cuja gestão - enquanto era da sua competência e 25 anos depois dos fatos - por parte da Congregação para a Doutrina da Fé foi canônica e moralmente impecável, e muito mais severa que a das autoridades estatais americanas."
"De quantas destas ‘descobertas' ainda temos necessidade para perceber que o ataque contra o Papa não tem nada a ver com a defesa das vítimas dos casos de pedofilia - certamente graves, inaceitáveis e criminais, como Bento XVI recordou com tanta severidade -, mas que tenta desacreditar um pontífice e uma Igreja que incomodam os lobbies pela sua eficaz ação de defesa da vida e da família?", pergunta-se o sociólogo.


 

Lendo seu artigo sobre a pedofilia nas fileiras da Igreja Católica me perguntei o porque de um judeu, que se assume como anticlerical, que adota a matriz do pensamento maçônico como instrumento de análise da realidade e que reconhece publicamente que a Igreja classifica como pecado grave a pedofilia, se mostrou tão crítico ao analisar o problema quando esse se dá na Igreja Católica e tão indulgente quando ele ocorre entre os membros da sinagoga?
E para se sustentar pretensiosamente em "fatos" e eximir os que estão mais próximos de responsabilidades em casos similares, afirmou sem base que:
"A forma de organização da Igreja Católica, entretanto, parece favorecer a ocorrência dos abusos que, ao menos aparentemente, não acontecem na mesma escala em colégios e seminários protestantes, islâmicos ou judeus".
De onde lhe veio a idéia de que os abusos não ocorrem "aparentemente na mesma escala" em instituições similares inclusive nas judaicas? A ocorrência da pedofilia entre os membros da sinagoga, consegue ser ainda mais "escabrosa" do que quando acontece na Igreja Católica. Será?
É o que conseguiu constatar o "The New York Times" numa reportagem esclarecedora e que nos dá uma amostra da dimensão do problema entre os judeus e a praxe das autoridades religiosas judaicas no tratamento da questão e que afirma, entre outras coisas: "Já não é mais tabu processar criminalmente por pedofilia, em Nova York, judeus ultra ortodoxos" segundo o artigo assinado por Paul Vitello.
Eles não sofriam processos por pedofilia, mas isso mudou com o Promotor-Geral Charles J. Hynes. Oito pessoas já estão presas e 18 esperam julgamento.
Havia proibição religiosa de acusação fora do grupo, inclusive sob ameaça de morte. Como era necessária a aprovação do rabino, mas este nunca dava a permissão, e nos tribunais religiosos (a sinagoga) os acusados eram sempre absolvidos, as famílias decidiram recorrer à justiça comum.
Quarenta menores concordaram em testemunhar no tribunal. Alguns blogs, como FailedMessiah e The Unortodox Jew, têm encorajado as vítimas.
Os líderes religiosos estão começando a aceitar a situação, e Hynes tem feito reuniões com grupos ultraconservadores para encorajar as vítimas a se manifestarem. Há 180 mil judeus ultraconservadores em Nova York.
Para David Zwiebel, da Agudath Israel of America: "Há consenso nos últimos anos que muitos desses casos não podem ser decididos dentro da comunidade". Mas ele acha que devem ser encontradas alternativas para prisão, de forma a não tirar de uma família o que lhe provê o pão, e para encontrar famílias boas que fiquem com as crianças retiradas de suas famílias.
Em 2000, o rabino Baruch Lanner, principal líder carismático da juventude yeshiva e que por mais de 20 anos foi acusado de abusos, foi objeto de uma reportagem reveladora na The Jewish Week que resultou numa pena de sete anos de prisão.
Há programas de rádio que incentivam as vítimas a fazerem acusações, como o de Dov Hikind, da rádio WMCA. Centenas de jovens fizeram acusações.
O pai de um menino de 6 anos que havia sido abusado pelo rabino Kolko foi a Jerusalém pedir permissão a um rabino de alto prestígio para ir à polícia.
A resposta foi: "Vá, porque você não estará cometendo nenhum pecado."
O artigo completo pode ser encontrado no link abaixo: http://www.nytimes.com/2009/10/14/nyregion/14abuse.html?pagewanted=1&em
Pergunto eu: deveria se creditar os casos de pedofilia entre rabinos à forma de organização da sinagoga? Como avaliar racionalmente um problema crescente entre as autoridades religiosas judaicas se estas não são celibatárias e, ao contrário, obrigadas ao casamento e à procriação diferentemente dos membros do clero católico?
Seria criminoso também o acobertamento dos casos entre judeus e rabinos por parte da sinagoga ou deveria se respeitar uma suposta "autonomia" do judaísmo, não obrigando a denuncia às autoridades civis e ainda considerar legítimo o uso de ameaça de morte para evitar escândalos como o praticado pelas autoridades religiosas dos Hasidin em New York?
O problema é de todos e em alguns casos, como demonstrado pelo artigo do "New York Times", mais grave ainda do que quando ocorre nos meios católicos, com direito à acobertamento e ameaças, entretanto, dedos acusadores como o seu, só apontam para a Igreja Católica.
Como se pode constatar, sua análise da questão é simplista e tendenciosa e, na verdade, o seu artigo não tem outra intenção a não ser fazer prevalecer sua opinião, diga-se de passagem, bem anticlerical dos fatos, sobre os fatos propriamente ditos.
Fica desqualificado seu artigo como avaliação referencial do problema da pedofilia que, como você mesmo reconheceu, é na verdade o problema das relações homossexuais com menores e no caso do judaísmo, não parece ser menor, ao contrário é tão grande ou maior, proporcionalmente falando quanto ao que ocorre na Igreja Católica envolvendo também centenas de jovens.
Não se pode concluir outra coisa, a partir da análise dos fatos, a não ser a existência oportunista de uma campanha difamatória contra a Igreja Católica que tem nos profissionais de mídia, com baixo teor de honestidade intelectual, como é o seu caso, seus instrumentos mais eficazes.
Padre Renato Leite, São Paulo
Fonte: Fratres in Unum.com


Cardeal Camillo Ruini
ROMA, 26 Mar. 10 / 03:34 am (ACI).- O Vigário Emérito do Papa para a Diocese de Roma e Ex-presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Camillo Ruini, explicou em uma recente entrevista que os graves casos de abusos sexuais cometidos por alguns membros do clero têm sua gênese na chamada "revolução sexual" dos anos 60 que fez que a sociedade estivesse "invadida pela exaltação da sexualidade".
Em uma entrevista concedida ao jornal liberal Il Foglio, dirigido pelo agnóstico Giuliano Ferrara, o Cardeal assinalou que "em minha opinião a campanha difamatória contra a Igreja católica e o Papa executada pelos meios de comunicação é parte da estratégia que está sendo executada há séculos e que Friedrich Nietzsche já teorizava com o gosto dos detalhes".
O Cardeal indica na entrevista comentada pelo vaticanista Sandro Magister que para "Nietzsche o ataque decisivo ao cristianismo não pode ser realizado no plano da verdade mas no da ética cristã, que seria inimizade da alegria de viver".
Então, prossegue, "queria perguntar a quem lança os escândalos de pedofilia principalmente contra a Igreja Católica, possivelmente mencionando o celibato dos sacerdotes: não seria possivelmente mais honesto e realista reconhecer que certamente estas e outras separações ligadas à sensualidade acompanham toda a história do gênero humano, mas também que em nosso tempo estas separações são ulteriormente estimuladas pela tão aclamada ‘liberação sexual'?"
O Cardeal Ruini indica logo que "quando a exaltação da sexualidade invade todo espaço da vida e quando se reivindica a autonomia do instinto sexual de todo tipo de critério moral, torna-se difícil explicar que determinados abusos são absolutamente condenáveis".
Em realidade, precisa, "a sexualidade humana desde seu início não é simplesmente instintiva, não é idêntica à dos animais. É, como todo o homem, uma sexualidade 'impregnada' com a razão e com a moral, que pode ser vivida humanamente, e fazer verdadeiramente feliz, somente se é vivida deste modo".
Este extrato da entrevista é citado por Sandro Magister em seu comentário "Gênese de um delito. A revolução dos anos Sessenta", sobre a carta pastoral do Papa Bento XVI aos católicos da Irlanda.
Nele, Magister assinala que "o escândalo da pedofilia existiu sempre, mas o giro cultural de meio século atrás o fez aumentar. Isso escreve Bento XVI em sua carta aos católicos da Irlanda".
O vaticanista italiano explica a seriedade e rigorosidade com a que o Santo Padre tratou este tema: estabelecendo um ano completo de penitencia para a Igreja na Irlanda, adoração constante ao Santíssimo, visitas apostólicas a diversas dioceses e congregações, assim como um ano de missão para todos os sacerdotes e religiosos.
"Quanto aos acusadores de primeira fila, os mais armados de pedras contra a Igreja, nenhum deles está sem pecado. Para quem exalta a sensualidade como instinto puro, livre de todo vínculo, é difícil que logo possa condenar cada abuso que se desprenda disto", assinala.
Para Magister, "a tragédia de alguns sacerdotes e religiosos, escreveu Bento XVI na carta, foi também a de acreditar em ‘modos de pensar' similares, muito difundidos, que chegam a justificar o injustificável".
"Um abrandamento que não se pode imputar a Ratzinger, bispo e Papa, nem sequer pelo mais enfurecido de seus adversários, se é que é honesto", conclui.