A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebeu hoje, 17 de outubro, o bispo de Díli, capital do Timor Leste, dom Vírgílio do Carmo da Silva. A visita pastoral teve por objetivo avançar para formalização de uma nova etapa de convênio que a CNBB, por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) mantêm para envio de professores ao país do sudeste asiático. Também esteve presente, acompanhando o arcebispo de Díli, o padre Domingos Alves, reitor do Instituto Superior de Filosofia e Teologia de Díli, e o professor Mário Antônio Sanches, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná.

No início da celebração, às 9h30, marcada para acolher a comitiva do Timor Leste, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, acolheu o bispo do Timor Leste: “No contexto de vivência do Mês Missionário Extraordinário, acolhemos aqui nossos irmãos da Igreja no Timor Leste para celebrar os mais de 20 anos da parceria com a Igreja no Brasil”, disse.

Dom Joel lembrou que a Igreja no Brasil tem experiência de cooperação com vários países, dentre os quais o Timor. Para ele, a grande beleza é a ajuda mútua numa relação que não é unidirecional. “A importância deste projeto é ajudar o país na formação neste intercâmbio de vivência da fé, em realidades diferentes, mas unidas por um idioma comum, no caso o português”, disse.

Dom Virgílio presidiu celebração eucarística da qual participaram, além do secretário-geral da CNBB, o bispo auxiliar de Porto Alegre (RS), dom Adilson Pedro Busin, membro da Comissão para a Animação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, padres, religiosas e colaboradores da entidade. Os religiosos Salesianos de Brasília, congregação de origem religiosa do arcebispo de Díli, também participaram da celebração.

Em sua homilia, dom Virgílio traçou o panorama histórico da Igreja no Timor Leste passando da primeira fase, em 1515, conhecida como a fase de descoberta portuguesa e da presença dos primeiros missionários. A segunda fase, segundo dom Vírgilio, corresponde ao período em que o Timor Leste foi anexado pela Indonésia. “A Igreja teve um papel muito importante nesta fase contra o abuso a Timorenses”, disse. A terceira fase corresponde ao período da independência do país até então sob o governo da Indonésia.

Dom Vírgilio disse que antes a Europa enviava missionários ao Timor e que hoje esta realidade se inverteu. Contudo, ele disse que veio ao Brasil pedir apoio à CNBB para que a Igreja no Timor possa crescer mais ainda para ajudar os outros e caminhar com os próprios pés. A parceria se estende até 2020, com previsão de formação de 20 professores com mestrado e doutorado.

Ao final da celebração, irmã Sandra Regina Amado, assessora da Comissão para a Animação Missionária e Cooperação Intereclesial, entregou, como presente, a dom Virgílio, ao padre Domingos e ao professor Mário Antônio um kit com publicações da CNBB. A programação seguiu, com a comitiva respondendo perguntas na Sala de Imprensa da CNBB sobre a história e os próximos passos da cooperação entre a Igreja no Brasil e no Timor. Dom Joel, dom Adilson e o professor Mário Antônio também foram presenteados pela comitiva do Timor Leste. Padre Domingos entregou o Tais, um pano típico do Timor, aos brasileiros.

Além do envio de professores para a formação de presbíteros, por meio de convênio com a PUC do Paraná, dom Virgílio falou do desejo de criação da Universidade Católica do Timor Leste, país que já conta com outras 6 universidades.