Maputo – O Papa Francisco já se encontra em território moçambicano. O avião da companhia de bandeira italiana chegou a Maputo, capital de Moçambique, às 18h07 (hora local) dando início à sua 31ª viagem apostólica, que o levará também a Madagascar e Maurício.
Depois de mais 10h30 de voo e de percorrer 7.836 quilômetros, Francisco chegou à capital moçambicana. O avião papal sobrevoou, além da Itália, mais oito países: Grécia, Egito, Sudão, Sudão do Sul, Uganda, Tanzânia, Malauí e Zâmbia.
No aeroporto, o Pontífice foi acolhido pelo presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, e pela primeira-dama. Duas crianças vestidas com trajes tradicionais ofereceram flores ao Papa. Presentes também um grupo de fiéis e demais autoridades civis e eclesiásticas.
Depois da execução dos hinos e das honras militares, houve a apresentação das delegações e a saudação aos bispos de Moçambique. Não teve discursos. Do aeroporto, Francisco percorre mais 7 quilômetros de papamóvel até a nunciatura apostólica, onde pernoitará durante sua visita ao país.
As atividades oficiais do Papa terão início nesta quinta-feira, com a visita de cortesia ao presidente no palácio presidencial “Ponta Vermelha” e o encontro com as autoridades, com a sociedade civil e o corpo diplomático.
 
O encontro com 12 migrantes
 
Antes de deixar sua residência, a Casa Santa Marta, o Papa recebeu 12 pessoas acolhidas pelo Centro Astalli e pela Comunidade de Santo Egídio, provenientes de Moçambique, Madagascar e Maurício. O grupo estava acompanhado pelo Esmoleiro, cardeal Konrad Krajewski.

Consolidar a reconciliação
 
Na manhã desta quarta-feira, com um tuíte, Francisco convidou os fiéis a se unirem a ele em oração, para que “Deus, Pai de todos, consolide em toda a África a reconciliação fraterna, única esperança para uma paz sólida e duradoura”.

Saudação aos jornalistas durante o voo

“Esperamos que esta viagem um pouco longa dê frutos”, disse Francisco no início da saudação aos jornalistas, precedido das palavras do novo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, em sua primeira viagem nessa nova função.
O Papa mostrou grande familiaridade com as novidades relacionadas ao grupo dos jornalistas a bordo. Disse querer conceder uma “homenagem” e, por conseguinte, um “espaço especial” à jornalista da EFE (Agência de imprensa espanhola, que celebra 80 anos de fundação), que, portanto, terá a oportunidade, durante a coletiva de imprensa no voo de retorno da África, de dirigir perguntas suplementares a Francisco.
O Santo Padre quis destacar a ausência nesta viagem de Valentina Alazraki, jornalista de “Televisa”, decana dos vaticanistas na Sala de Imprensa, que nesta ocasião faria sua 153º viagem apostólica. O Pontífice definiu como uma preciosidade o último livro da jornalista mexicana sobre as mulheres maltratadas (Grécia e as outras”, escrito com Luigi Ginami), que – afirmou – faz entender “a dor e a exploração das mulheres nos dias de hoje”.
Com a ausência de Alazraki, o Papa concluiu com um sorriso passando o timão a Phil Pullella, o co-decano a bordo, da agência Reuters, narrador de dezenas de viagens papais.
Rezar pela tragédia nas Bahamas

Antes de concluir a saudação cordial aos jornalistas, o Papa pegou novamente o microfone para convidar a uma oração pessoal a todos aqueles que estão partilhando com ele a longa viagem rumo ao sul do continente africano.
“Eu gostaria de convidar vocês, cada um em seu coração, a fazer uma oração pelas vítimas do furacão nas Bahamas: são pobres pessoas que repentinamente, de um dia para o outro, perdem a casa, perdem tudo, inclusive a vida. Cada um em seu coração faça uma oração por estes irmãos e irmãs que estão sofrendo por causa deste furacão nas Bahamas. Obrigado.”
O Papa foi informado sobre as devastações deixadas pelo furacão sobretudo nas Bahamas – notícias e imagens falam de milhares de sem-teto e de mortos ao longo das estradas marcadas pela destruição da tempestade.