Quando Lula disse que ele havia descoberto o Brasil, muita gente achou exagero. Na verdade, no dicionário lulês, "descobrir" significa "fazer", "criar". Ou seja, Lula não descobriu o Brasil, ele "criou" o Brasil. Criou uma família de bolsas, que teria acabado com a miséria. Criou uma economia exuberante que "alçou" o país ao primeiro mundo. Criou imensas reservas indígenas para saciar a sua compulsão de aparecer no cenário internacional. Criou infinitas reservas quilombolas, através das quais qualquer pessoa que se diga descendente de africanos pode requer terras que afirme terem habitado seus antepassados. Criou cotas para minorias nas universidades, copiando prática norte-americana, onde existia até anos recentes, vigorosa segregação racial, inexistente e incompatível com a cultura brasileira. Criou uma classe política corrupta e mercenária que tem dilapidado o patrimônio nacional. Institucionalizou a impunidade. Usurpou a competência dos juízes do STF em várias ocasiões. Criou uma "bancada do executivo" na Suprema Corte ao nomear 7 ministros, se fazendo o juiz supremo da Corte nas decisões que interessavam ao governo. E, agora, criou um novo idioma nacional. Ou vocês acham que a professora Heloísa Ramos, teve, sozinha, a idéia de escrever um novo livro de português, ensinando serem corretas todas as expressões utilizadas pelo ex-presidente?  Livro que foi adotado pelo MEC para todas as escolas de ensino fundamental e médio do país. Lula, que como sabemos, achava que só ele tinha razão quando falava de política e economia, agora, também sabemos, achava que só ele falava corretamente a língua portuguesa.

Quem não concordar com a nova gramática estará cometendo "preconceito lingüístico". O certo agora é dizer "nóis pega o peixe"; "os menino"; "nóis vai ao mercado todo dia". Imagine se uma professora de português, que prima pelo falar corretamente a língua pátria, e que passou toda a vida ensinando aos alunos a maneira correta de se expressar, escreveria um atentado desses contra a língua de Camões?  Claro que tal descalabro saiu do gênio petista, para quem o poder estar acima da razão e do sagrado. Na verdade, o que se poderia esperar de um partido que considera a administração pública como seu feudo particular, distribuindo todos os cargos de importância para seus filiados? Eles se acham tão deuses que resolveram mudar as regras da língua. Já sabíamos que para os políticos, quanto mais ignorante o povão, mais fácil eles chegam ao poder. Mas essa foi uma ousadia autoritária contra todas as regras do bom senso, em total desrespeito à expressão maior de um povo que é a sua língua.  

E inacreditável, mas o governo instituiu a ignorância. Quando todo mundo está querendo estudar mais para evoluir, passando num concurso; alcançar um bom emprego na iniciativa privada; ganhar mais dinheiro para construir um patrimônio, a fim de dar melhor educação os filhos; o governo institui a ignorância como ferramenta do crescimento nacional. Criaremos duas classes de brasileiros: os que falam a linguagem culta e estudam em escolas particulares, e os que falam o "lulês", e estudam em escolas públicas.