Não sei como alguém pode gostar do Menino Jesus e odiar a mulher que lhe deu à luz, esquecendo que ela foi escolhida pelo próprio Deus dentre todas as mulheres, para ser a mãe de Jesus. Só quem não compreende a história da salvação, nem porque Deus se humanizou, desdenha da mulher, eleita Mãe da Criação redimida, para reparar o pecado de Eva, mãe da criação submersa à desobediência. Ora, se esse foi o papel de Eva, era necessário que o próprio Deus preparasse mãe puríssima para reparar o ato que destruiu o projeto inicial do Criador. Se Adão submeteu a humanidade ao pecado por meio de uma mulher, Eva; era necessário que Cristo, ao reparar o pecado de Adão, submetesse a humanidade à salvação por meio de uma mulher, Maria. Se o projeto de Deus era salvar os homens, Cristo deveria tornar-se um deles para cumprir tal missão. Ele tinha, portanto, que nascer de uma mulher. E a eleita foi Maria de Nazaré, virgem puríssima, como anunciaram os profetas. O pecado entrou no mundo por Adão. A salvação veio por Cristo. Mas na obra de ambos foi determinante a participação de uma mulher. E Maria cumpriu seu dever: Foi boa mãe. Ensinou o Filho divino a ler e escrever. Infundiu-lhe os valores mais sublimes. O fez compreender o projeto de Deus e ensinou-lhe todo o conteúdo das Sagradas Escrituras. Além disso, Ele aprendeu com ela a colocá-las em prática. Por isso, quem minimiza a importância dela, desconhece o plano de Deus que a incluía como a porta humana pela qual entraria no mundo o Redentor; desconhece que Jesus humanizou-se porque o objeto da salvação são os seres humanos, e nesse contexto a participação dela foi fundamental. Por tudo isso, as primeiras comunidades cristãs veneravam a mulher que carregou o Salvador em seu seio, e lhe deram o título de co-redentora.

Do ponto de visto histórico, ela é a padroeira do Brasil por direito adquirido, pois o país nasceu sob a colonização católica. Mesmo que a religião oficial do Brasil tenha deixado de ser católica em 1889, não se pode desconsiderar da história quatro séculos de cultura católica. Religião e a cultura são patrimônios nacionais, protegidos pela Constituição. Estado laico é aquele que não tem religião oficial, não aquele que apaga a história religiosa do seu povo. Conheço evangélicos cuja vida é verdadeiramente edificante. São alegres, comunicativos e inteligentes. Estudaram a Bíblica, foram à Faculdade e emitem juízos científicos em suas pregações.  Outros, quando falam ou escrevem, revelam-se de poucas letras. Fazem uma leitura sofrível da Bíblia. Tenho vontade de dar o endereço desses aos mulçumanos que, como o profeta Maomé, veneram a Virgem Maria, a Mãe Jesus. E vocês sabem como os mulçumanos tratam os que se opõem aos ensinamentos do profeta Maomé.

Paulo Pinto é pároco.