A rivalidade vai além dos gramados. Desde a disputa histórica pelos melhores jogadores, pela torcida mais organizada; pelos melhores bailes de carnaval em suas sedes sociais; pelos sócios mais nobres; pelos intelectuais da cidade; pelas rodadas de samba (essa o Flamengo sempre ganhou); por patrocinadores ricos. Agora, a disputa é para cair no coração do presidente americano, Barack Obama.

Tudo começou quando a diretoria do Vasco da Gama resolveu confeccionar camisas especiais do Clube com os nomes de cada um dos membros da família Obama e enviá-las de presente à Embaixada americana como recordação da visita da Família ao Brasil. O Presidente ficou comovido com o presente vascaíno e no seu discurso no Teatro Municipal citou o nome do Vasco da Gama que jogava naquele momento. Foi aplaudido de pé. Primeiro, claro, porque quando um estrangeiro fala de futebol no Brasil, é o mesmo que abraçar calorosamente o povão brasileiro. Segundo, porque falar do Vasco da Gama no Teatro Municipal para artistas, intelectuais, e o resto da nobreza carioca que estava presente, é como se o presidente americano estivesse dando um beijo coração de cada um. Os flamenguistas ficaram mortos de inveja. Aí bolam um plano estratégico para roubar a cena e minimizar a declaração pública de amor de Obama ao Vasco.

Como o campo de treinamento do Flamengo fora cedido, pela prefeitura do Rio, para o pouso dos helicópteros que faziam a segurança da comitiva do presidente americano e sua família, no momento da partida de Obama, inesperadamente, a presidente do Clube, Patrícia Amorim, furou o bloqueio da segurança, correu na direção ao simpático Obama e lhe ofereceu a camisa do Flamengo que vestia. Obama ficou embaraçado quando ela ameaçou tirar a camisa e pediu que ela não tirasse. Mas ela tirou a camisa e deu a Obama. Na semana seguinte, provavelmente os botafoguenses ou os tricolores, estamparam na internet uma fotografia da Casa Branca com a camisa do Flamengo estendida na entrada, servindo de tapete. Pura maldade com a camisa que o grande Zico e o craque Júnior vestiram, e que colecionou muita tradição e muitas glórias, pena que a "urubuzada" não saiba honrá-la como merece.

Quanto à atitude do Vasco da Gama em confeccionar camisas do Clube e entregá-las à Família Obama, tem uma grande relevância histórica para o Clube, pois, assim como Obama é o primeiro presidente negro americano, foi no Vasco da Gama que jogou o primeiro jogar de futebol negro no Brasil. Foi em comemoração a esse fato que o Vasco entregou os símbolos do Clube ao presidente americano.

Não surpreende que quando Obama entrou no Teatro Municipal e começou a falar em português, além do "bôoá tarrrdê", a primeira coisa que disse foi lamentar não poder estar assistindo, naquele momento, o jogo do Vasco da Gama. Além de Obama, o Vasco é um Clube que reúne muitos ídolos, como Zico, que como bom lusitano, não perde o bacalhau no restaurante do Clube, um dos mais tradicionais da cidade.