Créditos: Padre Cristovam Iubel

ANTIGO TESTAMENTO

Os judeus consideravam que existiam dois cânones dos Livros Santos: o Cânon Breve (palestinense) e o Canon Longo (alexandrino).

O Antigo Testamento em hebreu (Cânon Breve) está formado por 39 livros e se divide em três partes: "A Lei", "Os Profetas"e "Os Escritos".

O Antigo Testamento em grego (Canon Longo) está formado por 46 livros. A versão grega da Bíblia, conhecida como dos Setenta, conta com 7 livros a mais: Tobias, Judith, Baruc, Eclesiástico, I e II Macabeus e Sabedoria. Além disto, algumas sessões gregas de Esther e Daniel. Estes livros são conhecidos freqüentemente, embora a expressão não é necessariamente a mais adequada, como "deutero-canônicos".

Os judeus em Alexandria tinham um conceito mais amplo da inspiração bíblica. Estavam convencidos de que Deus não deixava de se comunicar com seu povo mesmo fora da Terra Santa, e de que o fazia iluminando os seus filhos nas novas circunstâncias em que se encontravam.
Os Apóstolos, ao levar o Evangelho ao Império Greco-romano, utilizaram o Cânon Alexandrino. Assim, a Igreja primitica recebeu este cânon que consta de 46 livros.

No século III começaram as dúvidas sobre a inclusão dos assim chamados "deutero-canônicos". A causa foram as discussões com os judeus, nas quais os cristãos só utilizavam os livros proto-canônicos.

Alguns Padres da Igreja denotam estas dúvidas nos seus escritos - por exemplo Atanásio (373), Cirilo de Jerusalém (386), Gregório Nazianzeno (389)-, enquanto outros mantiveram como inspirados também os deutero-canônicos -por exemplo Basílio ( 379), Santo Agustinho (430), Leão Magno (461)-.

A partir do ano 393 diferentes concílios, primeiro regionais e logo ecumênicos, foram fazendo precisões à lista dos Livros "canônicos" para a Igreja. Estes foram:


* Concílio de Hipona (393)
* Concílio de Cartago (397 y 419)
* Concílio Florentino (1441)
* Concílio de Trento (1546)

Neste último, solenemente reunido no dia 8 de abril de 1546, se definiu dogmaticamente o cânon dos Livros Sagrados.

Os protestantes só admitem como livros sagrados os 39 livros do cânon hebreu. O primeiro que negou a canonicidade dos sete deuterocanônicos foi Carlostadio (1520), seguido de Lutero (1534) e depois Calcino (1540).