01. O que é dízimo?

O dízimo é devolução, contribuição, ato de amor e gesto de partilha. Nós não pagamos o dízimo; nós devolvemos o dízimo, já que tudo o que somos e temos pertence a Deus.

02. O que o dízimo não é?

O dízimo não é pagamento, taxa ou imposto que se dá à igreja para ela pertencer ou dela fazer parte.

03. Quem "inventou" o dizimo?

O dízimo não é uma invenção e sim uma resposta de amor à uma proposta que o próprio Deus fez na história da salvação. O dízimo é uma prescrição bíblica (leia Gn 14,18-20; 28,20-22; Nm 18,25-32; Dt 12, 6.11.17; Lv 27,30-33; Dt 14,22-29; Ml 3,8-10; Tb 1,6-8; Mt 23,23).

04. Podemos afirmar que por meio do dízimo nós louvamos e agradecemos a Deus?

Sim, o dízimo é um dos modos pelo qual nós, cristãos, manifestamos a nossa gratidão a Deus.

05. Quem é dizimista já está salvo?

Não, o dízimo não compra a salvação, mas quando dado com sinceridade de coração e em espírito de fé, contribui para que a alcancemos.

06. Por que, para algumas pessoas, é tão difícil dar o dízimo?

Para algumas pessoas é difícil contribuir com o dízimo por estarem inteiramente dominadas pelo egoísmo. Quem é egoísta não conhece a alegria e o prazer da partilha.

07. Quanto deve-se dar de dízimo?

Deve-se dar de dízimo o que mandar o coração e exigir a consciência. Os israelitas davam dez por cento (daí a palavra "dízimo"= décima parte de alguma coisa). Deve-se lembrar sempre que o dízimo não é esmola e sim reconhecimento a Deus por tudo o que Ele me deu.

08. O católico é obrigado, então, a contribuir com dez por cento?

Não, não é obrigado e sim convidado. No Brasil, os bispos pedem que os católicos contribuam com no mínimo 2% do que ganham, mas nada impede que quem puder dar mais, de acordo com a sua consciência, o faça com gratuidade e generosidade de coração.

09. Como deve proceder quem quer ser dizimista?

Quem quer ser dizimista deve procurar os responsáveis pelo dízimo de sua comunidade, ou então conversar com o padre, manifestando a eles o desejo de ser inscrito entre os que contribuem com o dízimo. A pessoa encarregada dará, então, as informações complementares de como, quando e onde entregar o dízimo.

10. O dízimo deve ser mensal, semestral ou anual?

O dízimo para que funcione de fato numa comunidade, deve ser mensal.

11. É importante o quanto se dá de dízimo?

Sim, é importante. O dízimo deixa de ser dízimo e se torna esmola quando um católico, que tem condições, dá a Deus e a Igreja menos do que gasta num refrigerante ou com um lanche. É triste constatar que alguns católicos (ou muitos?) quando contribuem, contribuem com migalhas só para tapear a consciência e dizer que são dizimistas.

12. E os pobres, quanto devem dar de dízimo?

Ninguém é obrigado a dar de dízimo o que não tem ou não pode dar. O dízimo dos pobres, por menor que seja, deve ser acolhido com muito amor e profunda gratidão (leia Lc 21,1-4).

13. Cada um deve dar, portanto, segundo as suas possibilidades?

Sim, cada um deve dar segundo as suas possibilidades. Quem tem mais dá mais, quem tem menos, dá menos.

14. Os membros das diretorias, dos conselhos pastorais, os catequistas e os ministros da Eucaristia estão dispensados dos dízimo?

Não, não estão dispensados. Como cristãos conscientes e membros ativos da Igreja, devem ser os primeiros a contribuir, tanto por convicção, como para dar testemunho aos demais membros da comunidade. Seria bom que também o padre contribuísse com o seu dízimo...

15. Que destinação é dada ao dízimo?

O dinheiro arrecadado com o dízimo é investido na própria comunidade. Parte dele vai para a manutenção da igreja, das salas de catequese, do salão e da casa paroquial (despesas de energia, água, telefone, funcionários, manutenção do carro, etc...), outra parte vai para as despesas com o culto (a liturgia), e outra ainda para a formação de agentes pastorais e a assistência e a promoção dos mais pobres.

16. O dízimo não acaba no "bolso" dos ministros ordenados (bispos, padres e diáconos)?

Não, não acaba no bolso dos ministros ordenados. Como já  vimos, o dízimo é aplicado às necessidades da comunidade.

Quanto aos ministros ordenados (bispos, padres e diáconos), é justo que recebam um salário digno. E esse salário deve, é lógico, ser retirado do dízimo. A respeito desse assunto, não deixe de ler o texto esclarecedor de 1Cor 9,4-14.

17. Como o dízimo é usado na liturgia e na catequese?

Na liturgia, o dízimo é usado para a compra de materiais e utensílios litúrgicos (hóstias, cálices, cibórios, velas, folhetos litúrgicos, etc.) e, na catequese é utilizado tanto na aquisição de material (giz, bíblias, livros, etc.), como na formação dos próprios catequistas.

18. Como os mais carentes são ajudados através do dízimo?

Os mais carentes são ajudados pelo dízimo de duas maneiras: pela assistência (doação em dinheiro, compra de medicamentos, etc.) e pela promoção (realização de cursos de alimentação alternativa, medicação caseira, educação política, etc.). Quando um carente é ajudado e promovido, é toda a comunidade dizimista que o ajuda e promove.

19. O dízimo facilita a formação de líderes e agentes de pastoral?

Sim! O dízimo, numa comunidade consciente e organizada, faz com que a mesma não invista só em construções, mas também se preocupe com a formação de seus líderes e agentes pastorais.

20. Pode-se oferecer bens em lugar de dinheiro?

Sim, pode-se oferecer bens em lugar de dinheiro. É aconselhável, contudo que o dízimo seja oferecido em dinheiro, tendo assim a sua aplicação facilitada.

21. É verdade que parte do dízimo de cada comunidade vai para a diocese?

Sim, é verdade. Esta contribuição das paróquias para com a diocese é, quase sempre, investida na formação dos futuros padres (seminaristas), leigos e manutenção da diocese.

22. E as capelas, quanto devem repassar para o Fundo Paroquial?

As capelas devem repassar para o Fundo Paroquial o que estiver previsto no Estatuto Paroquial do Dízimo, ou seja, 50% do dízimo arrecadado.

23. Quem presta conta do dízimo à comunidade?

Quem presta conta do dízimo à comunidade é a própria Equipe do Dízimo de cada comunidade, e a Equipe Paroquial do Dízimo da qual o padre deve obrigatoriamente fazer parte.

24. As ofertas continuam mesmo depois da implantação do dízimo?

Sim, continuam. Além do compromisso mensal com o dízimo, os católicos têm direito de fazer ofertas espontâneas, sejam na missa ou culto, seja por ocasião da recepção de sacramentos e sacramentais.

25. Em que sentido a Bíblia afirma que o dízimo é uma verdadeira fonte de bênção?

A bíblia diz que quanto mais uma pessoa é generosa e abre a mão e o coração para partilhar, tanto mais recebe as bênçãos de Deus (leia Ml 3,8-12). O coração do egoísta é fechado para dar e, em conseqüência, também fechado para receber. Só quem é generoso, e não tem medo de dividir o que possui, é que está de fato aberto para acolher os benefícios de Deus.