Perdoai-me, senhor, por esta tristeza amarga

A que me entreguei.

Perdoai-me, Senhor, por falar mal dos outros

E de mim mesmo duvidar.

 

Perdoai-me, Senhor, pela expressão fechada,

E pelo riso mau que deforma a boca,

Pelo desgosto de viver, pelo desânimo

E por este abatimento.

 

Mas, dentro de mim, a pesada fumaça,

Não virá, Senhor,

De fogo que vosso sopro reanimou?

Serão os meus detritos e minhas ervas más

E todos os meus vícios,

Senhor, que se consome?

O vosso sol já entra em minha cela

E vossa Alegria santa ilumina-me o rosto.

Já não há rictus, nem esgar,

 

Eis que canta em mim a alegria franciscana

E o riso que é também uma virtude.

Perdoai-me, Senhor,

Perdoai-me, Senhor,

Por ter falado mal, duvidado, gemido, chorado, bocejado,

Por ter odiado a imensa alegria de viver

E hospedado a filha de satã

Ó Alegria, em tua morada.