Evangelizar com alegria

Fonte: Informativo Mensal de programação

‘Rede Vida', Ano VI, n. 72, Maio 2003.

 

João XXIII e João Paulo II afirmam e reafirmam os quatro pilares de uma sociedade pacífica: Verdade, Justiça, Caridade e Liberdade.

Testemunha a fé com alegria.

Para promover a paz mundial (paz de almas e de armas) e esconjurar guerras e conflitos, urge testemunhar a Fé com alegria, por pregadores capazes de "dar as razões da sua esperança" (1Pd 3, 15), e prontos a responder ao desafiante questionamento de Bermanos: "Que fazes da graça de Deus? Por que não a irradias? Onde escondes a tua alegria?" infelizmente, as TVs prodigalizam tragédias, tumorizando de tristezas nossas lares. Divulgam mais o errado que o certo, o mórbido que o alegre, o violento que o carinhoso. Menos a face alegre e construtiva da vida, a qual, no entanto, apesar das lutas, também é bela. Pois o verdadeiro amor, provado na dor, é raiz de alegria, "é forte como a morte" (Ct 8, 6).

Apesar da inevitável companhia da dor, o amor fiel e cristão é feliz. E produz, entre outros preciosos frutos, a alegria no Espírito Santo (cf. Gl 5, 22), como afirma o Apóstolo das Gente: "transbordo de alegria até mesmo em meio a muitas tribulações" (2Cor 7, 4).

Alegria, floração do Amor...

A alegria não é virtude em si mesma, mas plenitude e transbordamento do amor. Não é virtude teologal, nem intelectual, nem moral, pois não é hábito operativo; mas é fruto da virtude teologal do amor. Decorre da presença e fruição do Bem amado. Por esta razão, vem enumerada pelo Apóstolo (cf. Gl 5, 22) entre os 12 frutos do Espírito Santo (Sto Tomás de Aquino, STh II-II, Q.28 art. 4).

A palavra alegria ocorre cerca de 90 vezes na Santa Bíblia. "A alegria é a felicidade do amor" (Fulton Sheen). Por isso, a Imaculada Virgem Maria, Mãe de deus, é invocada na Ladainha Lauretana como "Causa da nossa Alegria", justamente porque Ela é também a "mãe do amor formoso".

Santos místicos como Francisco de Assis, no seu Cântico das criaturas, e João da Cruz, no seu poema "Chama de Amor Viva", descreveram, porque a viveram, essa alegria de Deus, completude do amor, fruto do Espírito Santo, que alegra a juventude (Sl 43, 4) e dá velhice frugífera, cheia de seiva e verdejante" (Sl 92, 15).

Bem, necessidade, remédio (Pr 17, 22), imperativo ("alegrai-vos sempre no Senhor" - Fl 4, 4), a alegria é indispensável na evangelização (pregação). Sem dúvida, um dos segredos do comunicador/evangelizador Pe Marcelo Rossi - ele atrai multidões, que gostam de rezar/cantar com ele - é justamente este: evangelizar com alegria - flor que brota da haste do amor, floresce em corações limpos e pacíficos, frutifica em almas puras e sadias.

Na TV, comunicadores e apresentadores estão sempre sorrindo. Esbanjam alegria, para comunicar melhor. Recordem-se os antigos: si vis me flere, dolendum est primum ipsi tibi - se queres que eu chore (ria), é preciso, antes, que tu também chores(sorrias).