Dom Benedicto de Ulhoa Vieira*

Apenas dois dias faltam e já estaremos comemorando o nascimento de Jesus. Foi há mais de dois mil anos que aconteceu este fato, de que temos registro nos Evangelhos: "Nasceu hoje para vós o Salvador". Foi assim que os anjos deram a alvissareira notícia aos pastores de Belém.


A liturgia, já há quatro semanas, vem preparando os corações dos fiéis, pela palavra dos profetas do Velho Testamento, para esta feliz chegada do Salvador.
Era tão grande o acontecimento de vir ao encontro da humanidade o Salvador prometido que até o céu se iluminou com a beleza de uma peregrina estrela, que brilhou nas alturas para os misteriosos magos do Oriente, que vieram de longe nos seus resistentes camelos, visitar o rei que havia nascido.


Esta é a hora da misericórdia de Deus. Ele nos envia o Verbo, segunda pessoa da Trindade Santíssima, para remir o homem decaído. Veio revestido da natureza humana, sem perder a divindade. Veio na graciosidade de uma criança para ganhar os corações das criaturas.


Não nasceu em rico palácio real, mas na pobreza de uma gruta. Não houve desfiles de nobrezas para saudar o esperado Messias, que nos havia prometido a Misericórdia de Deus nos séculos do Antigo Testamento. Vieram os humildes pastores de Belém, encantados com a melodia dos anjos, que - asas ligeiras e pandas - glorificavam a Deus e orvalhavam de bênçãos de paz os arredores da pequenina cidade de Davi.


Hoje o Natal, - saibamos reconhecer - perdeu muito de seu significado histórico e místico. O comércio fez da celebração do acontecimento histórico da chegada do nosso Salvador um festival de compras e banquetes, endeusando o velho papai Noel.
Voltemos ao sentido histórico da chegada do Salvador que, para nos conquistar, se apresenta na graciosidade de uma criança. Veio conquistar os corações humanos. É o Salvador!


Natal! É festa da chegada de Deus entre nós. Alegremo-nos. Nasceu para vós o Salvador!

*Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.