Rotina, mediocridade, omissão, apego, preocupação e idolatria


LONDRINA, terça-feira, 3 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de Londrina (Brasil), Dom Orlando Brandes, dedicou uma mensagem aos fiéis nesta terça-feira em que ele alerta sobre seis perigos.

O primeiro deles é «a rotina». «É o pecado capital da preguiça. A rotina torna a vida sem graça, monótona, sem expectativa de melhora e de transformação. A rotina é a morte do cotidiano, o desprezo dos valores e das maravilhas. É um caminho destrutivo», destaca.

Em segundo lugar, o arcebispo alerta quanto à «mediocridade». «A pessoa medíocre não quer saber de estudo, da participação, de transformação. Vive na alienação, contenta-se com o menos, não quer compromisso.»

«Faz um ‘pacto com mediocridade’, isto é, com uma vida sem sacrifício, sem lutas, sem responsabilidade com muita indiferença e desinteresse. A pessoa medíocre é inimiga da disciplina e do sacrifício, gosta de gabar-se de seus pecados e de criticar e diminuir os outros. Desposa a superficialidade», afirma.

De acordo com Dom Orlando, a mediocridade pode ser curada com a força de vontade, buscando convicções e conversão.

Em terceiro lugar, o arcebispo cita «as omissões». «Omissão é deixar de fazer o que devemos e podemos, como também, fazer mal o que podemos fazer de um modo bem melhor», explica.

«A omissão é escape, fuga, desinteresse, irresponsabilidade. O mundo seria outro, se não fôssemos omissos e acomodados».

Dom Orlando considera que as omissões podem ser vencidas «adquirindo o senso de justiça, a sensibilidade pelos outros, a compaixão pelo irmão e principalmente a autenticidade».

O arcebispo de Londrina cita também entre os perigos «o apego», «raiz do sofrimento moral». «Nossas brigas, ciúmes, discórdias, divisões são frutos do apego. Quem é apegado vive numa prisão. É escravo da dependência. Não tem liberdade interior. Não é capaz de discernimento».

«O apego nos impele à posse dos outros, das coisas e de nós mesmos. Isso gera muito sofrimento porque precisamos defender nossos apegos. Quando perdemos o objeto do apego ficamos raivosos, tristes, decepcionados, porque somos escravos, dependentes, condicionados pelo apego.»

Dom Orlando afirma que o único caminho de libertar-se do apego «é abandonar o objeto de apego, cuja recompensa é a liberdade interior, que significa sermos livres do mal, para nos tornamos livres para a prática do bem. Vencemos o apego pela consciência do seu negativismo».

Em quinto lugar, o arcebispo cita o perigo da preocupação. «A preocupação antecipa problemas, aumenta as dificuldades, desgasta as pessoas e não resolve nenhum problema».

«O que resolve é a ocupação. Além de prejudicar a saúde, a preocupação dificulta a convivência, alimenta o negativismo, o stress e agressividade. Resolvemos o problema da preocupação com a fé na Providencia Divina, com a previsão das soluções, com o bom senso e o discernimento. Mais solução, menos preocupação», afirma.

Por último, Dom Orlando Brandes cita o perigo da «idolatria». «É tudo o que colocamos no lugar de Deus e endeusamos. Os grandes ídolos hoje são o poder, o prazer, o ter desordenados», explica.

«Quem adora o Deus vivo e verdadeiro obedece o mandamento do amor a Deus, busca crescer na fé, livra-se dos ídolos. Adorar em espírito e verdade é o ensinamento de Jesus», afirma o arcebispo.